sábado, 12 de novembro de 2022

COVID-19: UMA QUESTÃO DE ESCOLHAS

 

No dia 9 de novembro de 2022 aconteceu, em formato híbrido, a Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China 2022.

A abertura foi realizada pelo Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, Presidente do Conselho Empresarial Brasil-China. Logo após Hamilton Mourão, Vice-Presidente da República, fez a palestra inicial, exaltando os êxitos obtidos nos últimos 4 anos em relação à aproximação estratégica Brasil-China.

Na sequência foram realizadas várias intervenções significativas.

Tom Orlik, da Bloomberg Economics, especialista no desempenho econômico da China, foi um dos que fez uma apresentação abordando diversos assuntos importantes.

Um dos assuntos abordados, que chamou a atenção, foi o desempenho da China no enfrentamento da Pandemia do Covid-19.

Em relação a esse tema, Covid-19, Orlik destacou que a percepção ocidental é de que a estratégia chinesa foi um fracasso, prejudicando não só o desempenho econômico da China como também afetando negativamente a economia global.

Em lugares como Brasil, Estados Unidos e Reino Unido por exemplo, as restrições oficiais contra a covid são cada vez mais raras - resultado de uma combinação de altas taxas de vacinação, um nível elevado de imunidade por contágio e, de certa forma, por causa do custo político e econômico dessas medidas.

Mas na contramão de boa parte dos países, a China segue firme na sua política de covid zero enquanto lida com uma nova onda da variante ômicron.

O especialista da Bloomberg, para explicar o ponto de vista do governo chinês, apresentou o seguinte gráfico:



 Linha horizontal: MORTE POR MILHÃO DE HABITANTES POR COVID 19.

Linha vertical: PREVISÃO DO PIB DE 2022 VERSUS CONSENSO PRÉ-PANDEMIA (%).

 

Alguns países tiveram como centro da estratégia no combate à Covid-19 SALVAR VIDAS, enquanto outros países deram prioridade à ECONOMIA.

Os países integrantes do gráfico que tiveram como prioridade SALVAR VIDAS, citados neste estudo, foram a Arábia Saudita, Austrália, Japão, China, Indonésia e Índia.

Os demais países optaram por outras estratégias, priorizando majoritariamente SALVAR A ECONOMIA ou um mix das duas estratégias.

Na amostragem de Orlik, muito representativa, o país que teve o menor número de mortes por milhão de habitantes foi a China.

O país que teve o maior número de mortes por milhão de habitantes foi o Brasil.

A diferença de desempenho desses dois países em relação ao PIB, porém, não foi significativo.

Ou seja, a estratégia de SALVAR A ECONOMIA não foi exitosa comparativamente com os países que tiveram como estratégia SALVAR VIDAS.

A brutal diferença de desempenho no quesito SALVAR VIDAS entre o Brasil e a China, se deu basicamente em função da posição negacionista do Governo Brasileiro em relação à pandemia.

“O negacionismo vai além de um boato ou fake news pontual. É um sistema de crenças que, sistematicamente, nega o conhecimento objetivo, a crítica pertinente, as evidências empíricas, o argumento lógico, as premissas de um debate público racional, e tem uma rede organizada de desinformação. Essa atitude sistemática e articulada de negação para ocultar interesses político-ideológicos muitas vezes escusos, que tem sua origem nos debates do Holocausto, é inédita no Brasil”, afirma Marcos Napolitano, professor de História do Brasil Independente e docente orientador no Programa de História Social da Universidade de São Paulo (USP).

Bolsonaro, o atual Presidente brasileiro, negou a pandemia, não salvou a economia e perdeu as eleições.

Xi Jinping, Presidente chinês, foi recentemente reconduzido à Presidência da China.

Um comentário:

  1. https://www.publico.pt/2022/11/13/mundo/entrevista/kerry-brown-china-olha-ocidente-declinio-2027273?utm_content=P2&utm_term=Oposicao+a+Putin%3A+a+filha+de+Boris+Nemtsov+trouxe+a+luta+do+pai+para+Portugal&utm_campaign=58&utm_source=e-goi&utm_medium=email

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