domingo, 24 de junho de 2018

OTIMISMO & PESSIMISMO LTDA.



Durante o ano de 2017 quase todos os dias era possível ler em jornais e na internet, escutar em rádios e ver e escutar na TV declarações de empresários e de porta vozes de governos e da grande mídia, afirmando que estavam otimistas em relação à economia brasileira.

A impressão que era passada naquele ano é de que os empresários brasileiros e seu governo federal estavam ufanistas e caminhavam com passos firmes, olhar sereno e decidido, confiantes em um futuro melhor.

Na realidade o Produto Interno Bruto per capita brasileiro cresceu 0,2% em termos reais, alcançando R$ 31.587 em 2017, o que não deixa margem para muito otimismo.

A taxa de desemprego do ano de 2017 ficou em 12,7% e foi recorde da série histórica da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio.

Ou seja, a impressão que ficou em 2017 é que quanto mais otimistas os empresários e governo ficavam, pior ficava a situação do país.

O governo federal ensaiou algumas explicações sobre o desemprego, declarando que ocorreu uma onda de opções de pessoas no sentido de migrar conscientemente de empregos fixos, com carteira assinada, para status de empreendedores, porém o próprio governo dava mostras de não acreditar nisso.

De fato, as ruas das cidades brasileiras estão repletas de “novos empreendedores”, vendendo todo tipo de bens, legais ou ilegais, para sobreviver. Algumas pessoas desistem inclusive disso, pois a concorrência é grande, e entram para o ramo de roubos e assaltos, engrossando as estatísticas criminais. Outras pessoas simplesmente desistem: não mais trabalham nem estudam.

No primeiro trimestre de 2018 o PIB aumentou 0,4% em relação ao trimestre anterior, porém o desemprego no país foi de 13,1%, em média, de acordo com dados do IBGE. É a maior taxa de desemprego trimestral do país desde maio do ano passado (13,3%).

Nas últimas semanas, porém, a situação mudou.

Representantes de empresários estão expressando pessimismo sobre o futuro da economia ou, como declaram formalmente, o otimismo está diminuindo.

Se quando estavam otimistas a situação do País ficava cada vez pior, talvez possamos esperar que o incremento da sensação de pessimismo possa trazer notícias boas para a economia brasileira.

Omar Rösler, junho de 2018.

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