domingo, 2 de outubro de 2016

DIETAS






A HUMANIDADE EM BUSCA DA MELHOR DIETA

Ultimamente tenho percebido uma crescente preocupação relacionada com a cota habitual de alimentos sólidos e líquidos que as pessoas ingerem.

Esse tema, de fato, está sendo objeto de interesse de um número considerável de pessoas, tanto que os sagazes operadores do “mercado” já perceberam e estão ofertando programas de televisão, livros, vídeos na internet, etc, tratando do assunto, com isso certamente ganhando um bom dinheiro.

Dentro desse tema, uma discussão está fervilhando, dividindo opiniões, causando uma verdadeira cisão: quantas vezes por dia as pessoas devem se alimentar e de quanto em quanto tempo.

Sem dúvida é uma preocupação que vem ocupando cada vez mais os corações e mentes.
Nessa discussão, duas principais correntes de pensamento se chocam:

·         Uma corrente prega que as pessoas devem se alimentar, enquanto estiverem acordadas, de 3 em 3 horas.

·         A outra corrente assegura que o ideal é que as pessoas fiquem 16 horas em jejum, abrindo uma “janela” de 8 horas para se alimentar.


As defensoras e defensores dessas correntes contam com argumentos irrefutáveis de que uma é melhor que a outra e chegam a se digladiar publicamente na defesa de seus pontos de vista.

Sem dúvida, apesar de parecer banal à primeira vista, é um assunto que se destaca por ocupar um patamar extremamente refinado no processo civilizatório da humanidade (quem quiser se aprofundar sobre esse assunto sugiro ler, de Norbert Elias, O Processo Civilizador – Uma História dos Costumes, Volume I).

Mais como descarga de consciência pessoal, correndo risco de ser considerado pedante, tomo a liberdade de tecer alguns comentários sobre essa situação.


UMA PREOCUPAÇÃO ANTERIOR

Nosso combalido planeta possui atualmente uma população aproximada de 7 bilhões de seres humanos.

De acordo com a ONU, em torno de 1 bilhão de pessoas não tem acesso a alimentação suficiente, ou seja, passam fome.

Isso significa que, em grandes números, quase 5 populações totais do Brasil não têm acesso a alimentação adequada.

Então, antes de mais nada, convém destacar que para essas pessoas nossa brilhante argumentação carece de sentido.

É importante essa informação, pois definitivamente são números relevantes.


O FATOR SUBJETIVO

Estamos falando, então, de 6 bilhões de pessoas, o que é certamente um número impactante.
Sendo um número tão significativo, algumas pessoas razoavelmente esclarecidas poderiam ponderar que, em se tratando de seres humanos, generalizações podem ser incorretas.

Essa ponderação provavelmente levaria em consideração vários fatores, desde questões genéticas, tipo de alimentos acessíveis, tipo de trabalho exercido quando as pessoas são adultas, qualidade do habitat, etc.

De fato, fica difícil comparar a dieta adequada de uma pessoa que exerce atividades ao ar livre em ambientes livres de poluição para outra pessoa que trabalha, por exemplo, em um call center em uma cidade como São Paulo.

Além disso essas duas hipotéticas pessoas poderiam apresentar importantes características físicas e biológicas bastante diferentes entre si.

Assim por diante. Pegaram a ideia?


A QUALIDADE DOS ALIMENTOS

As duas correntes de pensamento acima citadas fazem referência, em maior ou menor grau, dependendo da defensora ou defensor, à composição da alimentação. 

Citam, às vezes, que a alimentação deve ser equilibrada, balanceada, ou seja, que deve conter alimentos de diversos tipos como: carne, verduras, legumes, arroz, macarrão, feijão, frutas, leite e derivados, e até mesmo gordura e açúcar. Algumas sugestões de dietas perfeitas suprimem elementos como carboidratos e/ou outros.

O problema hoje colocado, infelizmente, é que grande percentual dos produtos alimentícios disponíveis nos grandes (e pequenos) estabelecimentos comerciais são contaminados por diversos tipos de venenos utilizados no processo produtivo. Além disso, muitas vezes passam por modificações genéticas cujas consequências no corpo humano, no futuro, não são objeto de estudos conclusivos.

Ou seja, não importa o conteúdo da composição da comida. O veneno é genérico.


OS CLICHÊS

Observando-se as diversas fontes de opinião sobre dietas modernas, pode ser observado que a maioria das correntes tentam generalizar clichês que possam ser utilizados como solução mágica para todas as pessoas, sem levar em consideração suas peculiaridades.

Não levam em consideração, quase nunca, que cada indivíduo humano tem necessidades específicas que devem ser respeitadas para o estabelecimento de uma dieta adequada, quando necessário.

Clichês por clichês, ainda prefiro aqueles mais antigos. Por exemplo:

·         Um oriental, que diz que tem que ter no mínimo cinco cores no prato e que se deve comer no máximo 80% do que sente vontade.

·         Um ocidental, que diz que devemos tomar o desjejum como reis, almoçar como príncipes e jantar como mendigos.

Mas o mais importante, se alguém necessita introduzir uma nova forma de alimentação na sua vida, é consultar um profissional que estudou para isso e que pode dar orientação específica para seu caso particular.