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domingo, 13 de fevereiro de 2022

Peste Dançante de 1518

 



Via tudoporemail.com.br.

Em 14 de julho de 1518, uma mulher chamada Frau Troffea saiu de sua casa na cidade francesa de Estrasburgo (então parte do Sacro Império Romano) e de repente começou a dançar. Uma grande multidão logo se reuniu ao redor dela, curiosa para ver o que estava acontecendo. A mulher parecia incapaz de parar e não tinha controle sobre suas ações. Ela continuou dançando até desmaiar de exaustão, mas logo retomou a atividade frenética. Isso durou alguns dias e, surpreendentemente, mais de 30 outras pessoas começaram a dançar da mesma forma em toda a cidade em uma semana. No final do mês, quase 400 pessoas dançavam nas ruas da cidade e seguiam em frente mesmo com os pés sangrando. Vários deles morreram de seus esforços, e ninguém na cidade sabia como detê-los. O frenesi da dança começou a diminuir apenas no início de setembro. Os líderes cívicos e religiosos declararam que as pessoas sofriam da 'mania da dança' ou 'praga da dança'. Por mais estranho que isso possa parecer para nós hoje, essa mania da dança não foi uma ocorrência única. Crônicas dos séculos 14 a 16 estão cheias de relatos alegando vários surtos semelhantes na Europa. Um surto de dança semelhante em 1374 se espalhou para várias cidades ao longo do rio Reno. Mas qual foi a razão por trás da praga da dança? Os cientistas ainda estão intrigados com esse mistério meio milênio depois. Inicialmente, acreditava-se que as pessoas dançavam para atrair o favor divino. No século 20, os investigadores disseram que as pessoas da cidade podem ter consumido pão contaminado com a doença fúngica ergot, o que pode levar a convulsões. A teoria mais popular é que a cidade foi afetada por um distúrbio psicogênico em massa. No entanto, nenhuma evidência conclusiva do incidente bizarro foi encontrada.
 
Imagem: Cidadãos de Estrasburgo com a 'peste dançante' dançando em meio a sepulturas em um cemitério.(Fonte da imagem: Wikimedia Commons)

sábado, 4 de abril de 2009

Protestos contra Otan deixam rastro de destruição


Márcia Bizzotto
De Estrasburgo (França) para a BBC Brasil

Um hotel incendiado, uma igreja saqueada, vidros quebrados em diversas lojas e carros apedrejados. Foi este o saldo dos dois dias de protestos, durante a cúpula de 60 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Estrasburgo, na fronteira franco-alemã.

O pior episódio de violência foi registrado neste sábado, último dia de reuniões, quando um grupo antiglobalização conhecido como "black bloc" (bloco negro, em tradução livre) incendiou um hotel a cinco quilômetros do Palácio da Música e dos Congressos, onde os governantes dos 28 países aliados estavam reunidos.

Canais de televisão locais mostraram imagens do incêndio destruindo completamente o andar térreo do edifício, mas os bombeiros conseguiram impedir que o fogo se alastrasse para os andares superiores.

Com o rosto coberto por gorros de lã e armados com barras de ferro, cerca de cem membros do grupo também vandalizaram uma igreja, uma farmácia e um posto policial próximos à ponte que une Estrasburgo à Kehl, na Alemanha, que também sediou a cúpula da Otan.

'Black bloc'

Os "black bloc" tinham a intenção de se juntar a uma enorme passeata, organizada por 600 organizações de 43 países, que havia sido autorizada pelas autoridades locais.

A polícia francesa enfrentou os manifestantes com balas de borracha, jatos de água e gás lacrimogêneo. Segundo as autoridades locais, 28 pessoas foram detidas, mas o número de feridos não foi divulgado.

As forças de segurança também usaram gás lacrimogêneo para impedir que outros mil opositores à Otan cruzassem a ponte Churchill, que leva ao local da cúpula em Estrasburgo, depois de ele terem anunciado que pretendiam perturbar a conclusão do evento.

Ao todo, 25 mil policiais e 31 unidades de choque francesas e alemãs foram mobilizados nos dois lados da fronteira para garantir a segurança da cúpula aliada.

'Cidade sitiada'

Com as principais ruas fechados tanto para o trânsito como para pedestres, Estrasburgo parecia uma cidade sitiada e muitos comércios se viram obrigados a fechar as portas diante da falta de movimento e do temor de protestos violentos.

Na madrugada do sábado, 25 pessoas foram detidas por enfrentarem a polícia ao serem impedidos de cruzar o perímetro de segurança estabelecido ao redor do centro da cidade.

Outros 300 manifestantes foram detidos na noite da quinta para a sexta-feira, às vésperas do início da reunião, por vandalizar telefones públicos e carros em episódios separados.

Ainda assim, cerca de 200 pacifistas conseguiram furar o cerco policial e protestar, com tambores e narizes de palhaço, a apenas 500 metros do Palácio da Música e dos Congressos, observados de perto pelas forças de segurança.