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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Em entrevista, Obama diz que fechará Guantánamo em 'dois anos'


O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que pretende fechar o centro de detenção da base americana de Guantánamo, em Cuba, e se certificar que métodos de tortura sejam banidos dos EUA no prazo de dois anos.

As declarações foram dadas à revista americana Time, que escolheu Obama como "Personalidade do Ano" de 2008.

Na entrevista, ele ainda afirmou que pretende restaurar o equilíbrio entre as necessidades de segurança dos Estados Unidos e a Constituição do país.

Quando perguntado sobre como os eleitores poderiam avaliar se sua administração estava sendo bem sucedida no prazo de dois anos, Obama listou uma série de prioridades que ele e sua equipe propuseram durante a campanha presidencial.

“Em política externa, (seremos bem sucedidos) se tivermos fechado Guantánamo de uma forma responsável, se colocarmos um final claro à tortura e se restaurarmos o equilíbrio entre nossas necessidades de segurança e a Constituição”, afirmou.

Segundo o correspondente da BBC em Washington, Andy Gallacher, está claro que Obama pretende promover mudanças drásticas na política externa dos EUA, mas críticos afirmam que fechar a prisão militar não será tarefa fácil.

Há cerca de 250 homens ainda encarcerados na prisão de Guantánamo, muitos dos quais já expressaram a preocupação de serem perseguidos caso sejam enviados de volta a seus países de origem, afirma Gallacher.

Durante a entrevista Obama ainda listou outras prioridades de seu governo, entre elas, a retirada das tropas americanas do Iraque, o reforço das posições no Afeganistão em termos militares e diplomáticos e o fortalecimento de instituições internacionais para lidar com problemas como as mudanças climáticas.

Afogamentos

Por outro lado, o atual vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, afirmou em entrevista à rede de televisão ABC News que não vê um modo pelo qual a prisão de Guantánamo possa ser fechada de maneira responsável antes do fim da “Guerra contra o Terror”, e ressaltou que ninguém sabe quando esta guerra acabará.

Cheney ainda defendeu o uso de técnicas de “afogamento” contra alguns detentos durante interrogatórios.

Segundo ele, a técnica que simula afogamento é um meio apropriado de se conseguir informações de suspeitos como Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos mentores dos ataques de 11 de setembro de 2001.

O vice-presidente, cujo mandato termina no dia 20 de janeiro, no entanto, elogiou as escolhas de Obama para a equipe que cuidará da segurança nacional, dizendo que eles formam “um bom time”.

No início de dezembro, Obama nomeou Hillary Clinton para o Departamento de Estado, o general reformado James Jones como conselheiro de segurança nacional e manteve Robert Gates na pasta da Defesa.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Cheney faz apelo para que prisão de Guantánamo continue aberta


WASHINGTON (Reuters) - O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, afirmou na segunda-feira que seria uma irresponsabilidade fechar a prisão militar de Guantánamo enquanto os EUA estiverem envolvidos na chamada "guerra ao terrorismo", e também defendeu a prática de submeter os presos a simulações de afogamento durante os interrogatórios.

Em entrevista à ABC News, Cheney afirmou não considerar abusivas as práticas adotadas nos interrogatórios, e defendeu especificamente que tenha sido usada a simulação de afogamento para obter confissões de Khalid Sheikh Mohammed, suposto mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

Questionado sobre a data ideal para a desativação da prisão, que funciona desde o final de 2001 numa base naval encravada em Cuba, Cheney afirmou: "Bem, acho que isso viria com o fim da guerra ao terrorismo."

"Em guerras anteriores, sempre exercemos o direito de capturar o inimigo e mantê-lo (detido) até o final do conflito", acrescentou. "O mesmo princípio básico deveria ser aplicado aqui em termos do nosso direito de capturar o inimigo e mantê-lo."

Ele lembrou que em muitos casos os presos eram recusados por seus países de origem ou por terceiros países.

O vice-presidente disse que o presidente George W. Bush e muitas outras pessoas gostariam de fechar a prisão de Guantánamo, mas que antes é preciso cuidar de outras questões. "Isso inclui o que fazer com os prisioneiros mantidos em Guantánamo. E ninguém ainda resolveu esse problema."

Os Estados Unidos mantêm cerca de 250 presos em Guantánamo, a maioria sem acusação formal. Outros 250 já foram libertados ou transferidos.

Em outra entrevista, ao radialista conservador Rush Limbaugh, Cheney disse que a prisão tem sido "muito bem administrada", e que o governo de Barack Obama, que toma posse em 20 de janeiro, terá dificuldades para desativá-la, apesar de ele ter prometido isso em sua campanha eleitoral.

"Uma vez que você sai e captura um bando de terroristas, como fizemos no Afeganistão e em outros lugares, então você tem de colocá-los em algum lugar. Se você os traz aqui para os EUA e os coloca no nosso Judiciário local, então eles terão direito a todos os tipos de direitos que estendemos apenas aos cidadãos norte-americanos. Lembre-se de que são combatentes ilegais", afirmou Cheney.

"Guantánamo tem sido valiosíssimo. E acho que (o governo Obama) vai descobrir que tentar fechá-lo será uma proposta duríssima."