A tradicional Rua da Praia, no Centro de Porto Alegre, está tomada por novos "empreendedores", vítimas do desemprego massivo. |
por Affonso Ritter, abril de 2018.
A
economia brasileira cresceu 1% em 2017. A expectativa era que avançasse
3% este ano. Mas os primeiros indicadores não correspondem. Como as
vendas do varejo, que recuaram 0,2% em fevereiro sobre janeiro quando a
expectativa era de 0,80%. O que está acontecendo? Um dos fatores é que o
estoque de crédito não cresce, exatamente no momento em que a taxa
Selic - os juros básicos da economia - está no menor patamar histórico:
6,5% ao ano. A proporção da massa de crédito em relação ao PIB caiu de
49,6% em dezembro de 2016 para 46,4% em fevereiro deste ano, o último
dado disponível. Menor oferta de crédito, inadimplência ainda elevada,
mais de 13 milhões de desempregados e as incertezas fiscais e políticas
explicam esse movimento, dizem especialistas. "O principal sentimento em
relação a qualquer coisa é a cautela. Isso sem falar no desemprego.
Houve melhora no último trimestre de 2017, mesmo que somente de vagas
informais. Todos acreditavam que a melhoria seria mais vigorosa, mas não
está sendo - diz Nicola Tingas, presidente da Acrefi.
Comentário do Blog:
Cada vez que leio em jornais e na internet, ou escuto declarações de dirigentes empresariais declarando otimismo com a situação econômica, sinto alguns calafrios. Parece uma nova lei das proporções: quanto mais esses dirigentes ficam otimistas, pior fica a economia e a vida das pessoas.
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