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Os idosos “devem se apressar e morrer”
Por Altamiro Borges
Num lapso de sinceridade, o ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, escancarou nesta segunda-feira o que muitos rentistas pensam, mas não falam. Para ele, os idosos devem “se apressar e morrer” para salvar a economia capitalista. Em pleno debate sobre as novas medidas de arrocho contra os trabalhadores, inclusive com mais uma contrarreforma da Previdência no país, o porta-voz dos banqueiros no governo insinuou que os aposentados e pensionistas são um dreno desnecessário às finanças do país e só geram prejuízos.
A afirmação foi feita durante a reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social, segundo o jornal britânico The Guardian. Para o ministro das Finanças, a crise econômica no país “não será resolvida a não ser que você deixe que eles se apressem e morram”. A declaração abjeta gerou revolta na sociedade. Afinal, o Japão tem uma cultura milenar de respeito aos idosos. Atualmente, quase 25% dos 128 milhões de habitantes do país têm mais de 60 anos. O primeiro-ministro Shinzo Abe deverá exonerar o desastrado.
A declaração, porém, não deve ser encarada apenas como um deslize retórico. Muitos capitalistas gostariam de adotar a proposta de Taro Aso como receita de choque para superar a grave crise que atinge o seu sistema. Na prática, eles já fazem isto com a imposição de planos contra os direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Na Europa, estes planos regressivos têm gerado em recordes de suicídio. O desespero toma conta de milhões de trabalhadores descartados como bagaços pelo sistema capitalista.
Para os representantes do capital, os aposentados e pensionistas drenam recursos que poderiam socorrer os banqueiros e os ricaços. Na semana passada, por exemplo, o diário The Wall Street Journal publicou um artigo defendendo a retirada de direitos previdenciários sob o argumento de que “a população idosa pesa mais nas finanças da União Europeia”. E quem não se lembra da repugnante frase do ex-presidente FHC, que chamou os aposentados de “vagabundos”. Taro Aso exagerou na retórica, mas não inventou!
Notei que na sua análise você fala sobre "salvar o capitalismo", primeiro gostaria de saber como é o sistema de saúde da Coréia do Norte, pois por lá até comida os EUA libera.
ResponderExcluirNo ponto da fala do Ministro Japonês algum tempo depois ele se referia aos gastos em manter uma pessoa ligada s aparelhos, lá eles ainda deixam, num país chamado Brasil, falta até esparadrapo para começo de conversa.
O Paulo, além de Blue, está também meio sad, sorry, sorrowful, unhappy, upset...
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