segunda-feira, 17 de março de 2008

Tribunal de Justiça suspende plantio de eucalipto em município de SP


EcoAgência:

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo suspendeu o plantio de eucalipto no município de São Luiz do Paraitinga, localizado no interior do estado. Por meio de uma liminar do Tribunal de Justiça, a Defensoria proíbe o plantio e replantio da árvore até que seja feito um estudo de impacto ambiental nas áreas. O desrespeito da decisão pode resultar em multa diária de R$ 10 mil.

Segundo o defensor público e autor da ação, Wagner Giron, o eucalipto é responsável por graves danos ambientais e pelo êxodo rural na região.

"Eles [os produtores] não respeitam norma ambiental nenhuma. Plantam as árvores em topos de morro, em matas ciliares, invadindo mananciais e secando cursos d'água. Aqui já houve intoxicação humana, mortandade de peixes e animais. Tudo em virtude desse desrespeito às normas ambientais".

A expansão do eucalipto também é responsável por secar as fontes de água da região. Uma árvore adulta da espécie consome até 30 litros de água por dia.

As empresas Votorantim Celulose e Papel mais a Suzano Papel e Celulose são as responsáveis pelo cultivo do eucalipto geneticamente modificado na região.

Wagner Giron afirma que o plantio da espécie começou na década de 70 e hoje cobre aproximadamente 20% do município. A expansão do cultivo foi feita sem a realização de um estudo de impacto ambiental.

Para denunciar os danos causados pela monocultura de eucalipto, as mulheres da Via Campesina - organização que reúne movimentos sociais dos quatro continentes - realizaram na última semana, uma manifestação na empresa sueco-finlandesa, Stora Enso, no estado do Rio Grande do Sul.

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