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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

ARROZ: A FÁBULA E A REALIDADE

 

 


 

A FÁBULA

Pantanal queimando. Animais fogem desesperados. De repente percebem um passarinho que vai em direção ao fogo e se afasta, vai e volta. – Que está fazendo, pequeno pássaro, pergunta a onça? – Estou indo até o rio, encho meu bico de água, volto e jogo no fogo. – Mas desta forma não vai conseguir apagar o fogo! – Eu sei, porém ficarei com minha consciência tranquila.



A REALIDADE

Milhares de “passarinhos” desligam a água na pia enquanto escovam os dentes e ficam com a consciência tranquila. Enquanto isso, para suprir a necessidade de água do arroz, estima-se que venha sendo utilizado, atualmente, um volume de água médio de 8 a 10 mil m3 /ha (vazão de 1,0 a 1,4 L/s. POR HECTARE!), para um período médio de irrigação de 80 a 100 dias (GONÇALVES, 2010). É muita água! E, na maioria das vezes, essa água retorna para os rios e lagos com significativo volume de pesticidas (veneno), principal estratégia no campo para o combate e a prevenção de pragas.



ESSA HISTÓRIA TEM MORAL?

Os produtores de arroz utilizam intensamente nossa água, devolvem ela envenenada, depois vendem o arroz para países ricos. "Oh, a taxa de câmbio está favorável"! Enquanto isso os preços do arroz nos supermercados brasileiros aumentam, chegando a valores exorbitantes, inacessíveis para pessoas pobres. E o Governo Federal o que faz atualmente sobre isso? Apela para um hipotético “patriotismo” dos donos de supermercados, vários deles com matriz em outros países. Os donos de supermercados, claro, fazem de conta que não é com eles.


- FIM -

Omar, em outubro de 2020.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Meta do Brasil reforça posição de emergentes em reunião da ONU


Eric Brücher Camara
Da BBC Brasil em Londres

O anúncio inédito de metas para desmatamento no Brasil – feito pelo governo no último dia 1º – reforçou a posição de países em desenvolvimento nas negociações sobre o clima em Poznan, na Polônia, segundo especialistas que participam da 14ª reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP 14).

Para Doug Boucher, da Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados), uma ONG americana que defende soluções científicas para questões globais, os países em desenvolvimento tomaram a dianteira com iniciativas recentes de fixar metas como a África do Sul – muito dependente de usinas de carvão para gerar energia – e a Coréia do Sul.

Com o anúncio brasileiro, a tendência ganha ainda mais força, segundo Boucher, que dirige a Iniciativa para Clima e Florestas Tropicais da ONG.

"Isso representa o quarto maior emissor do planeta (dois terços das emissões brasileiras são produzidas por desmatamento) assumindo o compromisso de uma redução substantiva nos próximos dez anos."

Boucher disse ainda que uma "liderança compartilhada" parece estar se desenhando em Poznan.

O enfraquecimento da posição da União Européia (UE), por divisões internas sobre metas de emissão de gás carbônico, e o desinteresse demonstrado pelos Estados Unidos, teriam deixado um vácuo - que pode ser aproveitado pelos países em desenvolvimento.

Acordo

O plano brasileiro para a Amazônia também foi elogiado com ressalvas pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês).

"(A iniciativa) é bem-vinda, apesar dos revezes recentes em 2008. O Brasil, nos últimos anos, vem demonstrando uma determinação real em combater as causas do desmatamento", afirmou Stewart Maginnis, diretor do Programa de Conservação de Florestas da IUCN.

O especialista, ex-diretor de florestas do WWF, disse ainda que o anúncio pode facilitar um acordo para redução de emissões após 2012.

"Ao assumir uma meta antes do acordo final, que deve acontecer no ano que vem em Copenhague, o Brasil dá um sinal animador de que metas de desmatamento como parte de uma solução global para o clima são possíveis não apenas teoricamente, mas na prática", afirmou Maginnis.

No entanto, Maginnis ressalva que seria "ingênuo supor que não existirão decepções e revezes no caminho, como já aconteceu neste ano".

Nesta semana, desembarcam em Poznan ministros do meio ambiente de quase 200 países, além da aguardada equipe de congressistas que vai relatar o progresso das negociações ao futuro presidente americano, Barack Obama.