sexta-feira, 28 de outubro de 2011

WikiLeaks aponta Wiliam Waack como informante do governo dos EUA patrocinado pela CIA

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O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo norte-americano, segundo post do blog Brasil que Vai – que citou documentos sigilosos trazidos a público pelo site WikiLeaks há pouco menos de dois meses. De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.

Por essa razão, ainda segundo o texto, é que se sentiu à vontade para protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.

O post informa ainda que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses norte-americanos, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte- americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” – no que seria um caso de “infiltração da CIA (a agência norte-americana de inteligência) nas instituições do país”.

O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.

CB

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

UNIÃO EUROPEIA 2

UNIÃO EUROPEIA 1

PARÁBOLA DE BUDA SOBRE A CASA EM CHAMAS

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Poema de Brecht

Buda conta a seus discípulos uma história:

“Numa ocasião, vi uma casa pegando fogo.
As chamas saíam pelo telhado.
Quando me aproximei, vi homens em seu interior.
Avisei que o teto estava queimando,
Mas não tinham pressa.
Um deles, enquanto suas sobrancelhas começavam a arder,
Perguntou-me como estava o tempo aqui fora, se a chuva continuava,
Se a ventania parara, se havia outra casa nas redondezas e assim por diante.
Não respondi e me afastei.
Na realidade, meus amigos, aos indiferentes que não vêem motivos para mudar
Não tenho nada a dizer”.

A casa global começa a pegar fogo. Em alguns lugares as sobrancelhas de muita gente já ardem.
Os comentaristas conservadores desdenham os ativistas e perguntam como vai o tempo, se chove amanhã etc. etc…
Não importa. É preciso negar tudo. É preciso sair da casa rápido.

Leia o Artigo de Gilberto Maringoni AQUI.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

EUA E ISRAEL CONTRA O MUNDO

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Cuba: embargo deve terminar


Medida foi exigida na Assembleia Geral da ONU


A Assembleia Geral da ONU exigiu ontem o fim do embargo comercial, econômico e financeiro imposto pelos EUA a Cuba desde 1962. O documento obteve apoio de 186 países. Apenas dois (EUA e Israel) se posicionaram contra. Além disso, foram registradas três abstenções. É a vigésima vez que o órgão condena o bloqueio americano.

"O dano econômico direto contra o povo cubano supera os 975 bilhões de dólares nos últimos 50 anos", disse o chanceler cubano, Bruno Rodríguez. O embaixador do Uruguai na ONU, José Luis Cancela, destacou que o embargo "é exemplo de políticas obsoletas". O representante dos EUA, Ron Godard, insistiu que o embargo é "uma questão bilateral". O bloqueio foi introduzido em resposta à expropriação de empresas americanas durante a Revolução Cubana, comandada pelos irmãos Fidel e Raúl Castro. Cuba não pode exportar ou importar livremente produtos e serviços para ou dos EUA, nem utilizar o dólar em suas transações. Em artigo, divulgado pela imprensa local, Fidel disse que o "sistema capitalista coloca em risco a sobrevivência do homem".


CP

terça-feira, 25 de outubro de 2011

EUROPA PEDE PENICO?

Penico (não utilize para tomar sopa)

Europa avalia pedir ajuda a emergentes para combater a crise

Países emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul poderiam contribuir para um fundo especial, destinado a aumentar o impacto do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), informaram diplomatas na cúpula de países da zona do euro no domingo (23/10) em Bruxelas.

Esse fundo especial alavancaria o valor dos 440 bilhões de euros previstos para o FEEF. Duas possibilidades foram discutidas em Bruxelas. Numa, os investidores seriam incentivados a comprar títulos de países da zona do euro, sendo que em caso de emergência o fundo assumiria uma parcela de eventuais perdas.

A segunda opção prevê um fundo especial ligado ao FEEF, com recursos vindos de países que não sejam da União Europeia (UE). Segundo os diplomatas, também é viável uma junção entre as duas propostas. Além disso, está sendo discutida uma cooperação mais estreita com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Cúpula do G20
 
 Por esse motivo, já antes do encontro de cúpula de países do G20, que será nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, os países emergentes tentam aumentar os poderes do FMI, para que ele apoie os esforços da zona do euro no combate à crise. O plano prevê que o FMI compre títulos de países altamente endividados, transferindo-os para países emergentes. Assim, os emergentes poderiam ajudar a Europa, sem ter que comprar diretamente títulos da dívida soberana de Estados em dificuldades e sem correr riscos de prejuízos.

Heribert Dieter, especialista em questões financeiras do Instituto Alemão de Relações Internacionais e Segurança (SWP), não considera essa, todavia, uma sugestão plausível. "O FMI pode e deve disponibilizar liquidez. Mas endossar um corte da dívida da Grécia não encontrará anuência nos EUA e é uma manobra de certa forma transparente e pouco eficaz."
 
Manobra emergente

Através dessa manobra, os países emergentes pretendem, sobretudo, aumentar sua influência no FMI, diz Dieter. Até agora, entre os assim chamados países emergentes, principalmente a China se ofereceu para ajudar a combater a crise do euro. O país asiático possui enormes reservas de capital e está aparentemente disposto a gastar parte desse dinheiro na compra de títulos estatais, desde que esses estejam assegurados pelo FMI ou pelo Banco Central Europeu (BCE).

No entanto, tais injeções financeiras também implicam o perigo de que a Europa, da mesma forma que os EUA, se depare com uma forte dependência. "Os norte-americanos já praticam esse jogo há muitos anos, eles são dependentes do capital chinês. Eu duvido se é isso mesmo o que os europeus queiram", questiona Dieter.

Leia a íntegra na DW.

NOTA DO BLOG: "Pedir penico" é uma expressão popular que significa acovardar-se, amedrontar-se. Mostrar-se fraco, vencido. Tem gente que, na hora do perigo ou de ter que tomar grandes decisões, faz xixi na calça. Vem daí a expressão "pedir penico".

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Una tasa única sobre la riqueza

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Una tasa única sobre la riqueza: qué aportaría 
 
Sam Pizzigati · · · · · 

Los estudiantes de familias con pocos recursos pagan un importante precio por poder dotarse de su capacidad de contribuir a la sociedad,  y abonan un interés si no pueden permitírselo. Un impuesto sobre la riqueza podría aplicar ese mismo principio a los ricos de EEUU.
Polly Toynbee, un columnista del diario británico Guardian, juega un papel algo parecido al de Paul Krugman, el premio nobel de economía que colabora también regularmente con el New York Times. Ambos elaboran cotidianamente ataques bien argumentados – e incluso inspiradores – contra la concentración de renta y riqueza que ha dejado a los EEUU y al Reino Unido como los dos países con mayores desigualdades en el mundo desarrollado.
Ambos son también eminentemente pragmáticos. Proponen siempre aquello que es políticamente posible. Pero vivimos tiempos agitados, y posiblemente por eso la semana pasada nos encontramos a Toynbee apoyando una propuesta de imposición a los ricos que a simple vista parece carecer de sentido de lo políticamente viable.
¿Por qué no exigir, se pregunta Toynbee, una tasa única del 20% sobre la riqueza total que tiene el diez por ciento más rico del país, "graduada" de modo que nos aseguremos que el 1 por ciento más rico paga bastante más que los hogares que estén en la parte baja de ese 10 por ciento?
Esta tasa única "sobre ganancias inesperadas", sugiere Toynbee, podría ayudar a "salvar servicios, salvar empleos, acabar con el déficit nacional, relanzar el crecimiento, y poner a la economía en la senda de la recuperación".
"La peor de todas las crisis", añade, "necesita mejores soluciones que cualquiera de las que se están ofreciendo para la lúgubre década que empieza".
Los EEUU, claro, se enfrentan a los mismos lúgubres pronósticos. Y ello hace de la propuesta de Toynbee una cuestión que vale la pena considerar. ¿Podría una tasa única del 20% sobre la riqueza acumulada por los ricos realmente marcar la diferencia?
El origen de la propuesta de Polly Toynbee, el profesor de la Glasgow University Greg Philo, ciertamente cree que sí. Philo hizo pública su propuesta el año pasado e incluso se encargó una encuesta a nivel nacional para conocer la reacción de la gente. Según dicha encuesta, un 74% de la población del Reino Unido la aprobaba.
El 10 por ciento más ricode las personas que viven en Inglaterra acumula actualmente unos 4 billones de libras – unos 6,3 billones de dólares – del total de 9 billones en riqueza personal que hay en el país. Una tasa del 20% sobre esos 4 billones recaudaría unos 800.000 millones de libras, según Philo suficiente para "repagar la deuda nacional" y "evitar la necesidad de duros y profundos recortes" en los servicios públicos.
La propuesta de Philo se encuentra con una objeción inmediata. Muy pocas familias ricas tienen suficiente liquidez para disponer del 20% de su riqueza en efectivo. Tienen mucha de su riqueza en forma de propiedades de distinto tipo que deberían ser vendidas, posiblemente con una gran pérdida de su valor si todos tuviesen que empezar a venderlas a la vez.
Pero no hay problema. Esta tasa sobre la riqueza, según el plan de Philo, no debería abonarse toda de golpe. Pero si una familia rica quiere aplazar el pago, deberá pagar intereses sobre el remanente de impuesto por pagar que le quede.
"Funcionaría como una especie de préstamo para estudios" dice Philo "pero aplicado a los ricos".
Una tasa del 20% sobre la riqueza del diez por ciento más rico de Inglaterra, señala Polly Toynbee en el Guardian, básicamente se encargaría de "devolver hacia abajo el dinero que se han llevado los de arriba durante la última década".
"Los miles de millones que se han llevado los de arriba", añade desde la Glasgow University el profesor Philo, han sido en su mayor parte "usados para adquirir propiedades sobrevaloradas". Una tasa sobre la riqueza podría volver a poner en circulación este "dinero estancado", en forma de gasto público que estimulase el crecimiento.
Una tasa única del 20% sobe la riqueza, concluye Philo, "ofrece una alternativa real" que "permitiría eliminar el déficit de las cuentas del gobierno, utilizando dinero que está en su mayor parte retenido en el mercado inmobiliario, y de gente que no lo necesita".
¿Podría una tasa sobre la riqueza como esa tener un impacto similar en los EEUU? Las cifras sobre distribución de la riqueza hacen de esa pregunta una obviedad: de hecho nuestros ricos poseen una parte de la riqueza total bastante mayor que en Inglaterra.
En el Reino Unido, el 10 por ciento más rico posee el 44% del total de la riqueza personal que hay en el país. En los EEUU, los estudios y trabajos del Economic Policy Institute publicados a principios de este año indican que solamente el 5 por ciento más rico poseía en 2009 el 63,5% de la riqueza nacional. Solamente el 1% más rico posee el 35,6%.
En abril de 2001, según informaban la semana pasada el economista de la New York University Nouriel Roubini y dos de sus colegas, la riqueza total de los hogares de los EEUU ascendía a 56,8 billones de dólares. Si asumimos que la distribución de la riqueza no haya variado mucho desde 2009, el última año para el que disponemos de datos sobre la distribución de la riqueza, entonces hoy en día el 10 por ciento de los más ricos poseerían un 75,1% de la riqueza de la nación, es decir 42,7 billones de dólares.
Una tasa del 20% sobre esa acumulación de riqueza conseguiría recaudar 8,5 billones de dólares, una cifra que representa casi el 85% de toda la deuda pública que tiene actualmente el país.
¿Y el 1% más rico de los americanos? ¿Cómo quedarían si les aplicásemos esa tasa única del 20% sobre su riqueza? Pues de media la riqueza que les quedaría seguiría siendo mayor, ajustando por la inflación, que la que tenía el 1% más rico de 1983. De hecho, podrían pagar hasta un 25% y seguirían teniendo más riqueza que la que tenían en 1983.
Esta década que empieza no tiene porqué ser tan lúgubre. Lo que tiene que ser es más igualitaria.

Sam Pizzigati edita Too Much, un semanario electrónico sobre abusos y desigualdades  publicado por el Instituto de Estudios Políticos, con base en Washington.

Traducción para www.sinpermiso.info: Xavier Fontcuberta i Estrada

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domingo, 23 de outubro de 2011

Justiça autoriza mais de 33 mil crianças a trabalhar em lixões, fábricas de fertilizantes e obras

Criança catando lixo em SP (Fonte da imagem AQUI)

Juízes e promotores de Justiça de todo país concederam, entre 2005 e 2010, 33.173 mil autorizações de trabalho para crianças e adolescentes menores de 16 anos, contrariando o que prevê a Constituição Federal. O número, fornecido à Agência Brasil pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), equivale a mais de 15 autorizações judiciais diárias para que crianças e adolescentes trabalhem nos mais diversos setores, de lixões a atividades artísticas. O texto constitucional proíbe que menores de 16 anos sejam contratados para qualquer trabalho, exceto como aprendiz, a partir de 14 anos.

Os dados do ministério foram colhidos na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Eles indicam que, apesar dos bons resultados da economia nacional nas últimas décadas, os despachos judiciais autorizando o trabalho infantil aumentaram vertiginosamente em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Na soma do período, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina foram as unidades da Federação com maior número de autorizações. A Justiça paulista concedeu 11.295 mil autorizações e a Minas, 3.345 mil.

Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil do MTE, Luiz Henrique Ramos Lopes, embora a maioria dos despachos judiciais permita a adolescentes de 14 e 15 anos trabalhar, a quantidade de autorizações envolvendo crianças mais novas também é “assustadora”. Foram 131 para crianças de 10 anos; 350 para as de 11 anos, 563 para as de 12 e 676 para as de 13 anos. Para Lopes, as autorizações configuram uma “situação ilegal, regularizada pela interpretação pessoal dos magistrados”. Chancelada, em alguns casos, por tribunais de Justiça que recusaram representações do Ministério Público do Trabalho.

- Essas crianças têm carteira assinada, recebem os salários e todos seus benefícios, de forma que o contrato de trabalho é todo regular. Só que, para o Ministério do Trabalho, o fato de uma criança menor de 16 anos estar trabalhando é algo que contraria toda a nossa legislação- , disse Lopes à Agência Brasil. “Estamos fazendo o possível, mas não há previsão para acabarmos com esses números por agora.”

ATIVIDADES INSALUBRES

Apesar de a maioria das decisões autorizarem as crianças a trabalhar no comércio ou na prestação de serviços, há casos de empregados em atividades agropecuárias, fabricação de fertilizantes (onde elas têm contato com agrotóxicos), construção civil, oficinas mecânicas e pavimentação de ruas, entre outras. “Há atividades que são proibidas até mesmo para os adolescentes de 16 anos a 18 anos, já que são perigosas ou insalubres e constam na lista de piores formas de trabalho infantil.”

No início do mês, o MPT pediu à Justiça da Paraíba que cancelasse todas as autorizações dadas por um promotor de Justiça da Comarca de Patos. Entre as decisões contestadas, pelo menos duas permitem que adolescentes trabalhem no lixão municipal. Também no começo do mês, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou as autorizações concedidas por um juiz da Vara da Infância e Juventude de Fernandópolis, no interior paulista.

De acordo com o coordenador nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes, procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Rafael Dias Marques, a maior parte das autorizações é concedida com a justificativa de que os jovens, na maioria das vezes de famílias carentes, precisam trabalhar para ajudar os pais a se manter.

- Essas autorizações representam uma grave lesão do Estado brasileiro aos direitos da criança e do adolescente. Ao conceder as autorizações, o Estado está incentivando [os jovens a trabalhar]. Isso representa não só uma violação à Constituição, mas também às convenções internacionais das quais o país é signatário- , disse o procurador à Agência Brasil.

Marques garante que as autorizações, que ele considera inconstitucionais, prejudicam o trabalho dos fiscais e procuradores do Trabalho. “Os fiscais ficam de mãos atadas, porque, nesses casos, ao se deparar com uma criança ou com um adolescente menor de 16 anos trabalhando, ele é impedido de multar a empresa devido à autorização judicial.”

Procurado pela Agência Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não se manifestou sobre o assunto até a publicação da matéria.

CB

sábado, 22 de outubro de 2011

O assassinato de Gaddafi e a crise moral dos europeus e dos EUA


Como se esperava, os imperialistas (EUA, França, Inglaterra e Itália), com o apoio de grupos líbios derrubaram o presidente da Líbia, Muammar Gaddafi. Mais do que isso: o assassinaram como fizeram com o presidente do Iraque, Saddam Hussein, e agora se preparam para saquear as riquezas dos líbios, especialmente no que concerne às reservas de petróleo e gás.

Mais uma vez, os imperialistas e colonialistas do ocidente, brancos e cristãos invadem um país soberano em uma cruzada, aos moldes das medievais, para ter o controle da energia fóssil que é o petróleo. São países cujos governos são perigosíssimos, armados até os dentes, possuidores de milhares de ogivas nucleares e com um aparato militar que não pode parar, porque é muito caro e por isso tem de ser usado para atender à trilionária indústria bélica, que é mais letal que o tráfico de drogas internacional.

Como se esperava, a morte do dirigente líbio foi tramada nas salas da ONU (Conselho de Segurança dominado por apenas cinco países) e da OTAN (EUA), órgãos de espoliação política e militar, criados para dar “legalidade” às ações criminosas de guerra dos países ocidentais desenvolvidos, que quase dizimaram seus povos em duas guerras mundiais, em uma selvageria que deixaria qualquer país de periferia que eles consideram selvagem, subdesenvolvido e atrasado com imensa vergonha e com um sentimento animal de ser.

Mais uma vez, lideranças contrárias aos interesses da globalização (nova forma de colonialismo e pirataria) foram mortas e seus países invadidos e bombardeados em nome da “liberdade”, da “democracia” e de um “mundo mais seguro”. Enquanto isso, o sistema capitalista excludente e belicoso derrete em Wall Street e nas praças européias importantes como a de Londres, com as populações desses países brancos, cristãos e desenvolvidos a gritar revoltados nas ruas contra a roubalheira do sistema financeiro e da leniência e subserviência de governos que foram e são cúmplices da jogatina praticada por empresas e instituições que, de forma criminosa, levaram à cabo uma crise econômica e financeira sem precedentes, que eliminou milhões de empregos desse povos que deitaram e rolaram durante quase cinco décadas com a opulência e a fartura às custas dos países africanos, asiáticos e principalmente os da América Latina, que sustentaram até a década de 1990 o alto padrão de vida dos europeus, estadunidenses, japoneses e outros países do assim denominado primeiro mundo, como o Canadá e a Austrália.

Como se esperava esses governantes de países desenvolvidos que agem secularmente como piratas e que, apesar de historicamente se odiarem, para roubar e matar se unem, porque precisam dessa vil aliança para movimentar seu parque industrial bélico e civil e assim renovar a circulação do dinheiro, inclusive o ilegal, que é lavado nos paraísos fiscais, grosso modo, porque todo mundo sabe disso, mas ninguém pega um tanque ou um míssil para destruir tais ”instituições” financeiras, que fomentam há séculos a fome, a miséria e a exploração dos povos menos desenvolvidos, no que concerne às suas infraestruturas e ao acesso às tecnologias, à educação de qualidade e ao sistema bancário e industrial que garanta a seus países desenvolvimento econômico e bem-estar social, o que é quase impossível alcançar sem o apoio dos países desenvolvidos, que se recusam a efetivar um marco em que a cooperação e o aprendizado sejam a tônica.

Mais uma vez na história esses países brancos e cristãos e ocidentais que se comportam como aves de rapina ou como cães predadores optam pelo saque das riquezas alheias e o torna crível e cinicamente aceitável perante a população mundial por intermédio do sistema midiático, notadamente a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), que porta-voz e ponta-de-lança do sistema de capitais inicia e termina um processo de demonização dos presidentes dos países agredidos e invadidos ao ponto de não se saber, de forma alguma, como pensam, como vivem e o que fazem os povos vítimas de bombas, de mísseis, de todo tipo de armas de grosso calibre, que não têm como se defender contra forças estrangeiras que quase se dizimaram nas duas guerras mundiais iniciadas pelos brancos cristãos e que se consideram, com a maior cara-de-pau possível, civilizados e não selvagens.

Como se esperava, Gaddafi foi assassinado tal qual ao Saddam. A questão não é se os dois dirigentes eram ditadores. O que importa nesses casos é que os países ocidentais que não se consideram selvagens, o que é uma grande desfaçatez, apoiaram, apóiam e sempre apoiarão ditaduras espalhadas em todo o planeta, porque é assim que esses países, com a ONU e a OTAN usadas como títeres da legalidade, agem em uma conduta para lá de questionável, pois moralmente sem credibilidade no que é relativo às diferenças dos povos, bem como aos seus interesses, que não se coadunam e por isso, geralmente, o país ou aliança mais forte belicamente e que controla regiões diversas por meio da geopolítica ataca seu alvo sem dar satisfação alguma à comunidade internacional, além de fazer da ONU uma organização fantoche, desacredita e humilhada pela prepotência e a arrogância dos Estados Unidos, cujo presidente Barack Obama, apesar da novidade de ser um homem negro, tem os mesmos defeitos, o mesmo perfil e a conduta e estratégias de seus antecessores, que é realizar guerra, invadir países para saquear e ter controle geopolítica de determinadas regiões, ao preço de sangue, muito sangue de povos, neste caso, árabes, que não conseguem há quase dois milênios se livrar de forças estrangeiras que não cansam de matar e de literalmente roubar seus países e sociedades.

Mais uma vez, moralmente os Estados Unidos sucumbem principalmente após o monumental desabamento do World Trade Center em 2001 e o derretimento de seu sistema de capitais no fim de 2008. O país do Capitão América aplicou de forma científica a tortura e a aceitou e a efetivou como prática corriqueira e ordinária para ter acesso a informações de pessoas consideradas inimigas, mesmo as que foram presas sem provas e acusação formal, pois desobediente às leis e às normas do Direito Internacional, e negou o mais fundamental e elementar dos direitos de cidadania e da humanidade: o habeas corpus. Seqüestrou, torturou e matou e seus mandatários reconheceram que a tortura era praticada e mesmo assim apoiaram tal ignomínia. Uma vergonha, que deixou a potência mundial como pária no que concerne à civilização, além de ter efetivado uma política diplomática unilateral e isolacionista, o que acarretou o recrudescimento das ações da direita estadunidense no que é referente à legalidade, ao contraditório, ao direito de defesa e no que é civilizado e não selvagem e animalesco.

Como se esperava, Muammar Gaddafi e as forças regulares e armadas da Líbia foram derrotados. O dirigente líbio — político nacionalista e que, apesar de seus erros e defeitos, desenvolveu o país do norte da África, que, juntamente com a África do Sul, é um dos dois mais desenvolvidos do continente, com IDH alto — foi morto, assassinado e mostrado ao público internacional como caça, como troféu. O povo líbio até então, não se sabe como ele vai ficar, tinha acesso a muitos benefícios sociais e que nunca foram mostrados pela imprensa comercial, privada e corporativa do ocidente. Nunca a imprensa hegemônica brasileira veiculou matérias sobre a Líbia, seu desenvolvimento e as conquistas sociais de seu povo, muito avançado para os padrões africanos. Essa imprensa apenas se preocupou em demonizar o presidente líbio, a fim de dar legalidade e razão às ações de pirataria explícita da OTAN, ou seja, dos EUA, da França, da Inglaterra e da Itália, países em profunda crise econômica e financeira e moralmente abalados, no que é relativo a discernir sobre o que é humano, legal e justo.

É isso aí.

Davis Sena Filho é jornalista, editor do blog Palavra Livre.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

Poderosos e irresponsables

Las autoridades europeas juzgaron que la calificación de las agencias a deudas soberanas y bancos agrava la crisis y podrían prohibir su difusión. En América latina, la opinión de estas agencias en los ’80 y los ’90 era palabra sagrada.

Por Raúl Dellatorre, para Página/12

La acción de las agencias calificadoras preocupa a las autoridades europeas, a punto tal que evalúan seriamente prohibir la publicación de sus informes. Según el comisario de Servicios Financieros y Mercado Interno de la UE, Michel Barnier, la medida se justificaría “cuando un país está negociando” una salida a su crisis, cuando las calificaciones negativas lleguen “en un momento inoportuno” o cuando provocan “inestabilidad en el país endeudado o, incluso, en el mundo”. No les faltan razones a las autoridades europeas, pero repasándolas surge claramente que son las mismas razones que ya existían en las décadas del ’80 y del ’90. Sólo que entonces los países endeudados y sometidos a las condiciones de refinanciación que imponían las calificadoras se llamaban Argentina, Ecuador o México. Ahora, en cambio, se llaman Italia y España.

Las tres principales calificadoras internacionales, Moody’s, Fitch y Standard & Poor’s, tienen a maltraer a bancos y países europeos. La última semana se produjo una sucesión de bajas de calificación que afectaron la deuda soberana de España, la banca italiana y amenazó con alcanzar a la banca francesa. Ayer se agregó una nota de Moody’s que, en tono de “advertencia”, pone en duda la solvencia de las aseguradoras europeas ante una “eventual crisis de las deudas soberanas de Italia y España”.

Las calificadoras de riesgo, cuya opinión era palabra sagrada en los años de apertura y privatizaciones, ahora han caído bajo la condena de las autoridades europeas, que parecen haber descubierto recién ahora que, detrás de estas entidades se encubren intereses económicos. Y no de los más sanos, o de los que marchan en el mismo sentido que los de la mayoría de la población.

“Las agencias de rating no vieron llegar la crisis, no calificaron correctamente determinados productos y empresas. Las agencias de rating deben considerarse probablemente una de las causas de esta crisis por malas evaluaciones que hicieron de ciertos riesgos y que tuvieron efecto procíclico”, dijo Barnier ayer, al explicar las razones por las que la Unión Europea promoverá un mayor control de las calificadoras, que no excluye la posibilidad de prohibir la divulgación de sus informes.

Para Barnier, el impacto negativo de las agencias de rating es incluso mayor en el caso de la deuda pública, porque “el efecto procíclico y sobre la estabilidad financiera puede verse agravado por calificaciones que se emiten de cualquier manera, sin que se sepa cómo se establecen, sin que se esté seguro de que hubo un diálogo con el país calificado”. Agregó que “no es el termómetro lo que provoca la fiebre, pero el termómetro debe funcionar correctamente para no agravarla y medirla correctamente, en el buen momento”.

En países en que, como Argentina, la deuda externa ha sido instrumento de dominación y sometimiento al poder financiero internacional, las noticias provenientes de Europa pueden resultar a la vez paradójicas e irritantes.

Paradójicas, porque son las autoridades europeas las que recogen ahora los argumentos que, en condiciones desfavorables, pretendían sostener por estas tierras y sin éxito durante dos décadas quienes se resistían y combatían al “pensamiento único” neoliberal.

Irritantes, porque la falacia de “las señales del mercado”, en el que se tenía que “generar confianza” y no provocar “malhumor”, justamente siguiendo los dictados de las calificadoras de riesgo, dejó un tendal de destrucción del tejido social, con hambre y muertes por desatención del Estado incluidos.

La reacción del pueblo griego, con una huelga de 48 horas y las manifestaciones de sus intelectuales condenando “la política irresponsable y criminal de austeridad y privatización” (carta abierta de Mikis Theodorakis y Manolis Glezos del 13 de octubre), deja en claro que el combate es contra el poder financiero concentrado. Las autoridades europeas pelean con ese mismo capital, histórico socio, pero sólo para evitar que los desbordes terminen desmoronando el imperio. Condenan la codicia del poder que expresan con su accionar las calificadoras, pero no el modelo económico y político que ellas representan.

Esa disputa sigue pendiente.

Pessoas que não fazem nada são infelizes

Foto de Sebastião Salgado - Sem-Terra

Ocupar o tempo com um emprego ou afazeres pode ser a felicidade da vida

Quem não gosta de uma folginha né? Ela dá até um prazer incomparável e aproxima da felicidade. Mas o repouso em excesso pode apontar para o contrário. Um estudo da Universidade de Chicago, EUA, indica que as pessoas com tarefas diárias, mesmo que maçantes, podem ser mais felizes que aquelas que simplesmente não fazem nada.

“As pessoas, no mundo todo, estão sempre fazendo algo, vivendo, ganhando dinheiro, fama, ajudando os outros no final de semana. Mas é provável que nós não façamos isso apenas por necessidade: as pessoas têm excesso de energia e evitar fazer nada pode ser algo inerente ao ser humano”, pondera Christopher Hsee, pesquisador que, junto com Liangyan Wang, da Universidade de Shangai, na China, estudou o nível de felicidade que tarefas diárias trazem para os indivíduos.

Os voluntários da pesquisa tiveram que preencher dois questionários sobre seu humor. Um deles era feito em grupo em um local e o segundo podia ser preenchido no mesmo local ou em outro prédio, sendo necessário certo “trabalho” de logística para chegar ao destino. Mas quem respondesse imediatamente ou se deslocasse até um novo local, eram recompensados.

Para o pesquisador, aqueles que optavam por se deslocar (o que necessitava um trabalho mínimo de planejamento) mostravam um nível de felicidade maior do que aqueles que haviam completado as tarefas no mesmo local. O número de voluntários também aumentava quando as recompensas eram similares, mas não idênticas: um objetivo que também indicava algum nível de trabalho – no caso intelectual – envolvendo o exercício do poder de decisão.

No entendimento dos especialistas, os indivíduos que escolhiam se ocuparem de alguma maneira, provavelmente, optou por isso porque as fazia mais felizes. “Mecanismos e estratégias que ocupem as pessoas de alguma maneira – não necessariamente trabalhando mais ou ficando mais horas no escritório – podem ser bastante benéficos para diminuir os níveis de depressão em algumas pessoas”, aponta Hsee.

“O trabalho e as tarefas diárias dão as pessoas o sentimento de realização pessoal e profissional que os ajudam a construir e manter sua identidade perante si mesmo e a sociedade. Pessoas ociosas tendem a ficar mais ansiosas e o que pode desencadear alguns transtornos que não contribuem em nada para a felicidade”, opina a tutora do Portal Educação, psicóloga Denise Marcon.

Fonte: Portal Educação

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

NÚMERO DE SUICÍDIOS DISPARA NA GRÉCIA

Fonte da imagem AQUI.
Esmagada pelo peso da dívida,a economia grega afunda-se na recessão. A crise dura há quatro anos e só se vislumbram agravamentos. 

As travessias de barco espelham o estado do país. Antonios Kafouros trabalha na bilheteira de um cais do ferry boat:

“- Tentamos vender bilhetes mas não podemos. Não há passageiros. Suprimimos os barcos e os que querem não chegam ao destino. Estão todos doidos.”

Apesar do cansaço e de um derrotismo crescente, a maioria silenciosa grega sente revolta. É o caso de Vassiliki Angelatou.

Depois de 24 anos como investigadora no Instituto de Exploração Geológica e Mineral, sofreu um corte salarial de 30% que vai subir para 50% com as novas medidas de austeridade.

Vassiliki Angelatou:

“- Deixamos de gastar por não saber como vai ser o dia seguinte. Não apenas por causa dos cortes, mas também por causa da incerteza, e dos anúncios diários sempre piores”.

A angústia e um grande sentimento de injustiça instalaram-se na sua família da classe média, imersa pelos novos impostos.

Vassiliki:

“- Ao cabo de tantos anos de trabalho, uma pessoa sente-se insultada. É injusto, o que está a acontecer, não apenas a nós, especificamente, mas a toda a gente. Questionamos o porquê, principalmente por não vermos nenhum resultado.”

Este pessimismo também desencadeou uma degradação na saúde mental dos gregos. A crise agravou os problemas psicológicos já existentes e gerou novos casos devido ao stress intenso provocado pelos graves problemas financeiros.

George Bouras, psicólogo no Hospital Attikon:

“- Há desempregados que têm problemas para conciliar o sono, não podem dormir, outros não conseguem comer, têm falta de motivação, sentem-se abatidos, não conseguem fazer nada, muitas pessoas cairam em depressões profundas.”

O número de suicídios disparou, conforme denunciou a revista médica britânica The Lancet.

Alexandre Kentikelenis, do Kings College, é um dos autores do estudo:

“- Tivemos acesso a relatórios do ministério da Saúde e de outros ministérios que assinalam um aumento dos suicídios de 25% em 2010 para 40% na primeira metade de 2011.”

O relatório assinala também um aumento de 50% das infeções pelo vírus do HIV, a maioria devido ao consumo de drogas.

Greve geral na Grécia é ápice de situação que está se tornando revolucionária

Acropolis

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DALE CRISTINA!

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Candidatos de oposição brigam pelo segundo lugar em eleição argentina

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

Na reta final para a eleição presidencial deste domingo, com as pesquisas indicando o favoritismo da presidente Cristina Kirchner, os candidatos da oposição apostam suas fichas na disputa no segundo lugar com poucas esperanças de que haverá um segundo turno.

A força da presidente nas urnas fez, nos últimos dias, os três principais candidatos da oposição repetiram a mesma frase: 'Estou em segundo lugar'".

Foi o caso de Ricardo Alfonsín, do Udesco, de Hermes Binner, da Frente Ampla Progressista (FAP), e de Alberto Rodríguez Saá, do Compromisso Federal.

"Estou em segundo e disputarei o segundo turno", disse Saá, que é governador da província de San Luis.
O analista político TV TN (Todo Noticias), Adrián Ventura, disse, no entanto, que "tudo indica que Binner ficará em segundo", devido a seu menor índice de rejeição popular.

Numa entrevista com correspondentes estrangeiros, Binner, que é governador da província de Santa Fé, disse acreditar que há chances de derrotar a atual presidente: "Se a eleição estivesse definida, então deveríamos perguntar para que realizá-la".

A expectativa no entanto, é de que Cristina Kirchner chegue a ser eleita no primeiro turno, neste dia 23 de outubro.

Para ser eleito no primeiro turno, o candidato deve receber pelo menos 45% dos votos válidos ou receber pelo menos 40% da votação válida e dez por cento de vantagem em relação ao segundo candidato mais votado.

Nas eleições primárias de agosto, Cristina Kirchner teve trinta pontos mais de votos que os demais presidenciáveis. As primárias foram definidas como uma "pré-eleição", já que os eleitores de todo o país foram às urnas para votar no candidato de sua preferência e não apenas no candidato de seu partido, como normalmente ocorre numa primária.

Foi o resultado desta eleição de agosto que levou os opositores a entenderem que Cristina Kirchner deverá ter mais votos que eles neste domingo e podendo até ser eleita, já neste primeiro turno.

Leia a íntegra AQUI.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Recursos naturais podem ter colapso em 40 anos

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Previsão foi divulgada nesta segunda durante conferência em Londres. Por hora, três espécies de animais desaparecem do mundo, diz pesquisador.

Uma previsão catastrófica do planeta Terra para os próximos 40 anos foi divulgada nesta segunda-feira (17) por especialistas da área de clima e saúde reunidos em uma conferência em Londres, no Reino Unido.

Segundo os pesquisadores, recursos naturais da Terra como comida, água e florestas, estão se esgotando em uma velocidade alarmante, causando fome, conflitos sociais, além da extinção de espécies.

Nos próximos anos, o aumento da fome devido à escassez de alimentos causará desnutrição, assim como a falta de água vai deteriorar a higiene pessoal. Foi citado ainda que a poluição deve enfraquecer o sistema imunológico dos humanos e a grande migração de pessoas fugindo de conflitos deverá propagar doenças infecciosas.

Tony McMichael, especialista em saúde da população da Universidade Nacional Australiana, afirmou que em 2050, somente a região denominada África Subsaariana seria responsável por aumentar em 70 milhões o número de mortes.

Outro ponto citado se refere ao aumento dos casos de malária entre 2025 e 2050 devido às alterações climáticas, que tornaria propícia a reprodução do mosquito transmissor da doença.

"A mudança climática vai enfraquecer progressivamente o mecanismo de suporte de vida da Terra", disse McMichael.

Aumento populacional

De acordo com os especialistas, o aumento da população (estimada em 10 bilhões em 2050) vai pressionar ainda mais os recursos globais. Outra questão citada são os efeitos nos países ricos, principalmente nos da Europa.

“O excesso de consumo das nações ricas produziu uma dívida ecológica financeira. O maior risco para a saúde humana é devido ao aumento no uso de combustíveis fósseis, que poderão elevar o risco de doenças do coração, além de câncer”, afirmou Ian Roberts, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Além disso, o Velho Continente estaria sob risco de ondas de calor, enchentes e mais doenças infecciosas para a região norte, disse Sari Kovats, uma das autoras do capítulo sobre a Europa no quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será lançado entre 2013-2014.

Espécies em risco

De acordo com o Paul Pearce-Kelly, curador-sênior da Sociedade Zoológica de Londres, cerca de 37% das 6 mil espécies de anfíbios do mundo podem desaparecer até 2100. Os especialistas afirmam que na história do planeta ocorreram cinco extinções em massa, entretanto, atualmente a taxa de extinção é 10 mil vezes mais rápida do que em qualquer outro período registrado.

“Estamos perdendo três espécies por hora e isso antes dos principais efeitos da mudança do clima”, disse Hugh Montgomery, diretor do Instituto para Saúde Humana e Performance da University College London.

Reuters

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Colombianas fazem greve de sexo para exigir conserto de rodovia


Um grupo de mulheres decididas e uma estrada intransitável acabaram convertendo a vida sexual de uma pequena cidade da Colômbia em um assunto de Estado.

Mais de três meses depois de terem iniciado uma greve de sexo, as mulheres e os homens de Barbacoas (oeste colombiano) estão celebrando o começo das obras na via que une o município à capital do estado de Nariño, Pasto.

As “grevistas” negaram relações sexuais com seus parceiros até que o governo iniciasse as obras. A cerimônia que deu início à rodovia ocorreu na última semana, com a presença do prefeito da cidade, do governador de Nariño e do próprio ministro dos Transportes da Colômbia, que representou no evento o presidente Juan Manuel Santos.

Essa não é a primeira vez que colombianas recorrem ao que chamam de “greve das pernas cruzadas” como forma de protesto.

Em 2006, as esposas de membros de algumas gangues do departamento de Pereira se recusaram a ter relações sexuais até que eles deixassem as armas.

‘O final é sempre melhor’

-Estamos muito felizes, mas isso (as obras) é apenas o começo, e costuma-se dizer que o final é sempre o mais agradável-, disse à BBC Mundo Maribell Silva, juíza local e uma das organizadoras do protesto – do qual participaram quase 300 mulheres e alguns homens de Barbacoas. ”Na cidade estão nos dando os parabéns, mas muitos dizem: ‘Como assim que as pernas não estão mais cruzadas? Aguentem até que nós tenhamos segurança, até que tenhamos a rodovia (pronta)’. Mas nós já nos desmobilizamos”, comentou ela, entre risadas.

A desconfiança se explica porque, segundo Silva, o orçamento para a pavimentação da rodovia já havia sido aprovado e desembolsado pelo governo em ao menos cinco ocasiões prévias. Mas a via, de 57 km de extensão, continua praticamente intransitável.

-A corrupção a destruiu, (a via) foi roubada. E roubaram toda uma comunidade, porque não se trata apenas de um município. A rodovia vai beneficiar ao menos três cidades-, agregou a juíza.

O caminho a Barbacoas enfrenta outro problema além de seu mau estado: é conhecido pela presença de diversos grupos armados.

Localizado entre a fronteira colombiana com o Equador e o oceano Pacífico, o estado de Nariño é estratégico para as guerrilhas das Farc e do ELN, bem como para gangues criminosas de origem paramilitar que se dedicam ao narcotráfico.

O município de Barbacoas também é rico em ouro, mineral que vem se convertendo em uma importante fonte de recursos financeiros para os grupos armados ilegais.

E todos esses fatores influenciaram na hora que as mulheres decidiram optar pela “guerra do sexo” como forma de despertar atenção para a situação local.

Barbacoas tem pago um preço alto por sua inacessibilidade. As sete horas necessárias para percorrer os 57 km da rodovia não asfaltada são excessivos, por exemplo, para pessoas que precisam de atendimento médico urgente. ”Fui testemunha da morte (na rodovia) de uma mulher em trabalho de parto, uma jovem de 22 anos. Foi algo marcante para mim”, relatou Silva. “Este município está totalmente atrasado. Temos que tomar banho e cozinhar com a água da chuva, porque não temos dutos de água.”

Para ela, o aparente sucesso da greve de sexo em Barbacoas pode servir de exemplo para o resto da Colômbia. ”Estamos tentando convencer o país de que, de forma pacífica, podemos conquistar muitas coisas.”

CB

Negros, mulatos, asiáticos y blancos, ¡la misma lucha!

Trabalho de JACEK YERKA

Aviones no tripulados, puestos de trabajo y Ludd en Washington: negros, mulatos, asiáticos y blancos, ¡la misma lucha!  

Peter Linebaugh · · · · · 

Nuestros pasos iban fácilmente conectando los  puntos, a pesar de que a nuestro pensamiento le resultaba difícil hacerse con el punto militar, con el punto capitalista y con el punto tecnocrático.

Bajé junto con mis compañeros en la parada North Farragut del metro de Washington DC (David Farragut fue el tipo que contribuyó a conquistar las Islas del Pacífico con su "malditos torpedos"). Después nos dirigimos a visitar la plaza McPherson con el grupo de "Ocupa Wall Street" (Birdsong McPherson dirigió la Armada de Tennessee bajo las órdenes de Sherman y creo que fue el único general norteamericano que murió en batalla durante la Guerra Civil).

Marchamos por la 15ª calle hacia el campamento de los chicos de "Para la máquina: Crea un nuevo mundo", en la avenida Pensilvania justo al lado del memorial de Pershing (Pershing "Black Jack" fue responsable de las atrocidades en Filipinas durante la Guerra Hispanoamericana y después lideró la Armada Estadounidense en la carnicería de la Primera Guerra Mundial). Más tarde gritamos enfrente de la Casa Blanca ("¿Casa de quién? ¡Casa del pueblo!"), por el lado norte cerca de la plaza Lafayette, donde Andrew Jackson, el asesino de indios que aparece en el billete de 20 dólares, posa de forma esperpéntica sobre su caballo.

La capital del país glorifica a sus militares, a sus conquistadores. Ante tal perspectiva tuvimos suerte, pues esa mañana dos docenas de hermosas mujeres habían formado un círculo para tocar sus tambores en la plaza McPherson y estaban rompiendo complejos y encadenando ritmos con toda su alma; eran el grupo de percusión Batala World. Nada podía habernos inspirado más, levantando nuestro espíritu, fortaleciendo nuestra determinación y alumbrando nuestro camino. De pies a cabeza llevamos con nosotros sus intensas vibraciones durante todo el día.

Al bajar la 15ª calle pasamos por delante del edificio de granito del Departamento del Tesoro, con sus estatuas de Albert Gallatin y Alexander Hamilton ("¡A los bancos los han rescatado y a nosotros nos han vendido!"). Hamilton, cómo no, fue el primer Secretario del Tesoro de los Estados Unidos y Gallatin el que más tiempo duró, desde 1801 hasta 1812. Organizaron a los banqueros para decomisar el Valle de Ohio, las deudas de los veteranos de guerra, el pago de la compra de Luisiana que posibilitaba la soberanía del algodón y la financiación de la Guerra de 1812 ("¿Cómo solventar el déficit? ¡Acabad con las guerras y gravad a los ricos!").

Cuando uno es historiador no puede evitar este tipo de pensamientos. No mires a tu alrededor (me digo a mí mismo), mira hacia abajo. Al final resulta ser peor. La acera de la 15ª calle está ahora salpicada de placas de bronce, parecidos a los del paseo de las estrellas en Hollywood, las cuales celebran a algunos de nuestros ilustres personajes históricos, ¡cada una de ellas patrocinada por una empresa distinta! ("¿Las calles de quién son? ¡Las calles son nuestras! ¡Únete a nosotros!").

La cuestión de la privatización del espacio público surgió más tarde en los grandes almacenes enfrente del Museo Smithsoniano del Aire y del Espacio. Ambas acampadas, Ocupa Wall Street y Para la Máquina, lideradas por Veterans for Peace y Code Pink, nos llevaron en una marcha fantástica a lo largo de la amplia extensión de los grandes almacenes hasta las escaleras del museo donde yo esperaba con impaciencia que se abriera el debate antes de entrar a inspeccionar la exhibición de Drones, ya que estábamos intentando trazar el camino que uniría los puntos entre Wall Street y el Pentágono. Al final íbamos a poder deshacer el nudo gordiano que se ha atribuido al discurso de Ike hace cuarenta años en el que advertía sobre el complejo militar-industrial.

Pero esto no había de ocurrir. Estábamos rodeados, a un lado por un provocador megalómano y estúpido que pretendía "derribar las puertas" y lo único que consiguió es que a muchos nos gasearan con gas pimienta, y al otro lado por un guitarrista ruidoso el cual, cuando a ratos se le acababa el combustible y por fin nuestra asamblea podía escucharse a sí misma pensar ("probando micro, probando micro"), volvía de repente a amplificar su guitarra y proclamaba que tenía "licencia" y que su sonido era "propiedad privada".

Entre su privatización de los grandes almacenes y la pimientización por parte de las autoridades, perdimos la oportunidad de explorar la relación militar-financiera en ese templo de tecnología, sumidos en una marabunta de turistas desconcertados, veteranos de pelo gris enfadados pero pacíficos, jóvenes asombrados y vigorosos, y otros manifestantes amantes de la paz, todos tosiendo, inutilizados, disgustados y temporalmente cegados por el gas. La discusión entre generaciones y los intercambios entre Ocupantes y Pacifistas habrían de tener lugar otro emplazamiento. Quizás en nuestra próxima marcha, la cual nos llevaría hasta Chinatown, parando en el edificio de cristal de Verizon Corporation, y después a la Casa Blanca, parando de nuevo en un banco ("¡Ocupa Wall Street, Ocupa K Street, Ocupa todo lo que puedas y no lo devuelvas nunca!").

Aun así, no pude evitar arrepentirme de no aprovechar la oportunidad para discutir precisamente con estas personas (los valientes veteranos, las mujeres de Code Pink, los endeudados estudiantes, los jóvenes Afroamericanos) el significado y funcionamiento de los Drones y su relación con los bancos y las guerras. Su nombre de "vehículo aéreo no tripulado" está perfectamente asignado, ya que en estos momentos (por lo menos hasta que otros también lo posean) es un arma cobarde de, hay que decirlo, de personas drogadas e inyectadas de cobardía y vergonzosa pusilanimidad.

Nadie, nos dijeron durante toda la semana, había expresado tan bien el maravilloso espíritu de las máquinas que Steven Jobs, el informático de Apple, el cual había fallecido tan sólo tres días antes. Antes de llegar a Washington leí sobre sus cualidades, que al parecer eran 1) amplia visión de futuro, 2) buen gusto, 3) persistencia a pesar de las dificultades, lo cual dio como resultado 4) productos populistas. Él personificaba la era tecnológica, según los medios de comunicación. Era un héroe del mundo empresarial, una luz para los príncipes del capital, con 6.500 millones de dólares que lo ratifican.

Al tratar de comparar, no pude pensar en otro que en mismo Ned Ludd. Sí, Ned Ludd, la mítica figura cuyo bicentenario celebramos este año y el que viene, el hombre que se opuso a la máquina de vapor y a la máquina de hilar calcetines mediante la Acción Directa: con un martillo. En su estudio sobre la destrucción de máquinas, Eric Hobsbawm observó hace mucho tiempo que nada ejerce la solidaridad de forma más firme que tal acción directa. Ludd era el nombre anónimo de una fuerza colectiva. Esas cualidades de Steven Jobs son cualidades humanas que no son únicas en él.

Nosotros no disponíamos de martillos en el Museo de Aire y Tierra. Tampoco teníamos la intención de destruir la exhibición de Drones. Aquellos hombres y aquellos jóvenes que atacaron los medios tecnológicos de hace doscientos años, sin embargo, lo hicieron en medio de la hambruna, el cercamiento y la guerra. Estas no son las condiciones actuales en los Estados Unidos, pero lo son en Afghanistan, la Frontera del Noroeste de Pakistán, Yemen y Somalia, donde, como expresó de forma muy viva Libby Hunter, el metal afilado atraviesa la piel causando muerte y mutilaciones. La tecnología de hace doscientos años estaba destinada a destruir comunidades y sus bienes para asegurar la hegemonía del Sur esclavista y de la factorías textiles de Inglaterra.

La era de Ned Ludd también poseía las cualidades supuestamente únicas de Jobs, 1) amplia visión de futuro (pensemos en William Blake), 2) buen gusto (Byron, Shelley), 3) persistencia a pesar de las dificultades (el movimiento sindical), todo lo cual dio como resultado 4) productos populistas (el movimiento cooperativo, por ejemplo). Los Luditas estuvieron motivados en gran medida no por el individualismo sino por su deber con las personas (¡negros, mulatos, asiáticos, blancos! ¡una sola resistencia, una sola lucha!).

No, los 6.500 millones de dólares de Steven Jobs no vienen de su visión, su gusto, su persistencia o sus cualidades de empresario, sino de un movimiento obrero global (el proletariado internacional), de chicas adolescentes entornando los ojos en las factorías asiáticas, de violaciones y guerras étnicas en el Congo a causa de los metales preciosos, para producir máquinas cuya producción requiere el consumo de cantidades ingentes de agua que acaban desecando muchos campos de cultivo. El capitalismo adopta diversas formas (industrial, comercial, financiera) y siempre en su base está el movimiento obrero, asalariado o sin salario. Los trabajadores del mundo ("¡D.C., Cairo, Wisconsin: luchamos y venceremos!"). Cualquiera que sea la forma que adopte el capital, en su base está el movimiento obrero, y las máquinas, o los medios tecnológicos, ayudan a consumirlo.

El teniente Henry Shrapnel inventó el arma horrenda que lleva su nombre, una bomba anti-persona hueca con una carga de explosivos en su interior, rodeada de restos de metal y balines de plomo, la cual, cuando explosiona, escupe los balines y los trozos de metal afilados 360 grados a su alrededor a una velocidad increíble. Fue empleada por la armada en 1803. Paralelamente, William Congreve se apropió de la tecnología de diseño de misiles de los adversarios del imperio británico en India y la importó a Inglaterra donde fue empleada a partir de 1807.

Es la combinación de las innovaciones tecnológicas de Shrapnel y Congreve lo que los norteamericanos celebran en los eventos deportivos cuando cantamos sobre el resplandor rojo de los misiles y cómo explotan en el aire. Shrapnel y Congreve proporcionaron entonces la imaginación que requería la invención del Drone. A parte del tamaño y del sistema de guía no veo que el Drone sea una innovación tan remarcable. Al Drone Predator se lo conoce como el "destructor de coordenadas" porque el área del mapa que abarca su destrucción es la de un nodo del mallado geográfico, quizás un kilómetro cuadrado, en la que precipita una "lluvia de acero", como dicen muy vívidamente los soldados.

No puede ser que Ned Ludd destruya las obras de Shrapnel y Congreve. Para evitarlo se ha aprobado nuevos estatutos contra sus seguidores, la policía se ha reorganizado, han patrullado más escuadrones a los luditas que tropas envió Inglaterra contra Napoleón en España.

Si el coro de autocomplacencia que vitorea las cualidades de Steve Jobs y la brujería tecnológica de los Drones no tripulados parece ser el caso típico de historia que se repite, lo está haciendo sin Ned Ludd. Es él quien debería conectar los puntos: los bancos (Wall Street), las guerras (Pentágono) y las máquinas. Esta es una de las grandes promesas de la presente coyuntura.

Peter Linebaugh es profesor de Historia en la Universidad de Toledo. The London Hanged y (con Marcus Rediker) La hidra de la Revolución: la historia oculta del Atlántico revolucionario (trad. castellana: Editorial Crítica, Barcelona, 2005). En Serpientes en el jardín se incluye su ensayo sobre la historia del Día de Mayo. Su último libro es el Manifiesto de la Carta Magna (California Univ. Press, Berkeley, 2009).

Traducción para www.sinpermiso.info: Vicente Abella Aranda

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domingo, 16 de outubro de 2011

Nossa batalha para acabar com a fome

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Acesso aos alimentos é crucial para as pessoas mais pobres do mundo. Liderança sobre esta questão nunca foi tão urgente.

Artigo de Luiz Inácio Lula da Silva para o The Guardian - junho de 2011

A luta contra a fome e a pobreza deve ocupar o topo da agenda dos governos, das instituições multilaterais e das Organizações Não-Governamentais. Em 2050, a população mundial chegará a 9 bilhões de pessoas. Para garantir suas necessidades a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em sua sigla em inglês) aponta a necessidade de um robusto crescimento no fornecimento mundial de alimentos. A produção africana terá de aumentar cinco vezes; a latino-americana dobrará.
 
A FAO estima que 90% dessa demanda será obtida com ganhos em produtividade. Nós também sabemos, no entanto, que o problema da fome é essencialmente um problema de acesso ao alimento. Os desafios globais relativos ao fornecimento de alimento são particularmente complexos e a FAO pode – e deveria – jogar um papel central para combater a fome, para estimular a produção sustentável de alimentos e fortaleça a segurança alimentar global.
 
A liderança – e a parceria – nesse cenário nunca foi tão urgentemente exigida. Fome e pobreza vão de par, assim, ao nos voltarmos para o fornecimento de alimento podemos abarcar desafios mais amplos na conquista do desenvolvimento global sustentável num tempo em que o sofrimento e a instabilidade são crescentes em muitas regiões. As famílias estão enfrentando pressões relativas à vulnerabilidade do fornecimento de alimentos com pouca esperança ou confiança no futuro próximo. Só neste mês a FAO prevê que a alta e a volatilidade dos preços das commodities agrícolas provavelmente seguirão assim até 2012.
 
Com efeito, há a expectativa de que a conta da importação internacional de alimentos chegue ao seu mais alto nível neste ano – US$1,29 trilhão –, mas o fardo desse custo não será igualmente distribuído. A ONU avalia que os países menos desenvolvidos gastarão 30% a mais com a importação de alimentos em 2011, aumentado seu gasto em aproximadamente 18% de suas importações, comparado com a média de algo como 7% do resto do mundo. Essa situação não é condizente com a economia global e com a estabilidade social.
 
As credenciais do Brasil no combate à fome e à pobreza estão bem estabelecidas. O programa Fome Zero, criado em 2003 e coordenado pelo dr. José Graziano da Silva, combina ações emergenciais com medidas estruturais de segurança alimentar. Foi o ponto de partida para todas as outras políticas implementadas nos anos seguintes. Programas de transferência de renda como o Bolsa Família – que beneficia mais de um quarto da população – combina segurança alimentar, acesso à educação e medidas de estímulo ao desenvolvimento local, especialmente em áreas rurais.
 
O fortalecimento da agricultura familiar foi fundamental para o sucesso das políticas sociais no Brasil. O setor é responsável por 70% do consumo de alimentos das famílias e representa 10% do PIB brasileiro. Esses resultados não teriam sido possíveis sem a pesquisa em agricultura, sem a reforma agrária e sem a pacificação do campo, sem a assistência técnica e sem acesso ao crédito e à seguridade, dentre outras coisas. Com isso, 32 milhões de brasileiros (mais de 16% da população) superaram a pobreza.
 
De modo consistente com isso, o Brasil tem trabalhado internacionalmente por uma ordem global mais igualitária e equilibrada. Nossa perspectiva está baseada na construção de parcerias igualitárias com países em desenvolvimento em todo o mundo.
 
Pôr a luta contra a fome a pobreza no topo das prioridades internacionais é um compromisso estabelecido pelo meu país. Foi precisamente por essa razão que, como presidente do Brasil, no ano passado eu apresentei Graziano da Silva como candidato para ser diretor geral da FAO.
 
Nenhum país pode alcançar o desenvolvimento sustentável sem a melhoria das condições de vida de seu povo, e a experiência brasileira mostra que a superação da fome requer ações coordenadas, vontade política e a participação de toda a sociedade. Com a candidatura brasileira de Graziano da Silva para a FAO o Brasil reafirma seu compromisso com a agenda universal do combate à pobreza e à fome.
 
Tradução : Katarina Peixoto