terça-feira, 31 de agosto de 2010

CHUVA DE FEZES

Golconde (Rene Magritte):

Mistério de chuva de fezes intriga cidade na França

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil

Uma misteriosa "chuva" de excrementos intriga os habitantes do vilarejo de Saint-Pandelon, no sudoeste da França. Desde meados de maio, eles se queixam de "gotas" marrons que caem do céu, com cheiro e textura de matéria fecal.

O prefeito do vilarejo, Jean-Pierre Boiselle, afirmou que uma "chuva de cocô" passou a cair durante o dia e também à noite no município.

Se no início a história fazia os 750 habitantes da localidade sorrirem, eles passaram a ficar aterrorizados com a chuva de excrementos, que deixou partes da cidade com ar irrespirável.

As crianças não podem mais brincar fora de casa e os moradores hesitam em comer as frutas e legumes das hortas locais. Eles também não fazem mais churrascos ao ar livre nesse período de verão na Europa.

Teorias

As "gotas" marrons, quase do tamanho de uma unha do dedo mínimo, sujam os carros, móveis de jardim e as roupas secando nos varais.

A primeira hipótese levantada pelos moradores para explicar o fenômeno foi a de que aviões estariam despejando o conteúdo de seus banheiros sobre a região.

Mas isso seria impossível, afirmou a Direção Geral da Aviação Civil da França, acrescentando que "os aviões de linha são pressurizados e não é possível despejar o conteúdo de banheiros ou de nenhuma outra coisa".

Após investigações, a polícia militar francesa declarou que a "chuva" de fezes poderia ser causada por aves migratórias, da espécie conhecida como andorinhões, que se instalaram na região nesta estação.

"Esse pássaro tem a particularidade de voar o tempo todo e se alimentar em pleno voo. Por isso as fezes caem durante o dia e à noite", afirmou o capitão Michel Brethes, da polícia militar de Dax, nos arredores do vilarejo de Saint-Pandelon.

Exames

Um laboratório da região realizou neste mês pesquisas científicas com o material coletado e confirmou que as "gotas" que cairam do céu são excrementos de origem animal, mas não conseguiu solucionar totalmente o mistério.

"Nas amostras analisadas, não encontramos bactérias específicas das fezes humanas. Mas não podemos dizer a qual tipo de animal esses excrementos correspondem", afirmou Alain Mesplède, diretor do laboratório de análises científicas da região.

"Apenas confirmamos a presença de bactérias típicas a todas as espécies animais", diz o pesquisador.

Sem saber ao certo se as fezes seriam realmente de pássaros, os moradores de Saint-Pandelon esperam que a "chuva" fedorenta não caia novamente em outras estações.

A mídia é o grande prato do restaurante canibal

Canibalismo de Outono (Salvador Dali):

Não é a primeira vez que importantes meios de comunicação metem o pé na jaca. A revista Veja, em abril de 1983, publicou matéria anunciando a fusão da carne de boi com o tomate, depois de cair em uma brincadeira da revista inglesa New Science, preparada para celebrar o dia da mentira. O caso Boimate, como é conhecido, entrou para a mitologia jornalística como a maior “barriga” (notícia inverídica) de todos os tempos. O caso do "restaurante canibal" em Rondônia tem grandes chances de roubar-lhe o lugar no pódio.

Breno Altman - Opera Mundi - Carta Maior

O trabalho eficaz de dois jornalistas, Pedro Aguiar e Laisa Beatris, profissionais da redação de Opera Mundi, trouxe ontem (26/08) a público caso vergonhoso de colonialismo cultural e abuso da boa-fé dos leitores. A história, que pode ser lida no artigo “Mídia internacional ignora indícios de fraude e publica notícia sobre restaurante canibal”, revela o estado de indigência que afeta parte da imprensa mundial.

Tudo começou quando um político alemão denunciou, ao diário sensacionalista Bild, a existência de restaurante brasileiro, chamado Flimé, no estado de Rondônia, que oferecia carne humana e estaria planejando abrir filial em Berlim. O vereador Michael Braun, dirigente local da União Cristão-Democrática, alegando ter recebido informação de eleitores, protestou contra as intenções do famigerado estabelecimento.

A origem primária das denúncias, logo se soube, estaria em vídeo e página divulgados pela internet. Os autores, provavelmente de nacionalidade portuguesa, talvez na intenção de se vingar das piadas contra seus patrícios, resolveram armar pegadinha contra os brasileiros. No jargão da rede, chama-se essa informação forjada de hoax.

O mais incrível é que a existência do restaurante canibal imediatamente se espalhou entre diversas agências e veículos do planeta. O inglês The Guardian, a espanhola Efe, a italiana Ansa, a alemã Der Spiegel e o português Expresso estão entre as publicações que caíram no engodo. Também comprou gato por lebre a brasileira Folha.com. A reportagem de Opera Mundi provou que não há canibalismo nem restaurante algum.

Aparentemente nenhuma das redações enroladas pelo conto dos portugueses se deu ao trabalho de apurar história tão escabrosa. O restaurante não foi checado. Não se analisou com rigor a gravação que circulou no You Tube. A página web que anunciava as estranhas iguarias tampouco recebeu o devido escrutínio.

Não é a primeira vez que importantes meios de comunicação metem o pé na jaca. A revista Veja, em abril de 1983, publicou matéria anunciando a fusão da carne de boi com o tomate, depois de cair em uma brincadeira da revista inglesa New Science, preparada para celebrar o dia da mentira. O caso Boimate, como é conhecido, entrou para a mitologia jornalística como a maior “barriga” (notícia inverídica) de todos os tempos. O affair Flimé tem grandes chances de roubar-lhe o lugar no pódio.

O problema não é apenas a preguiça dos jornalistas que deram ares de verdade à denúncia fajuta. A substituição da informação pelo espetáculo, de fato, tem poder tóxico sobre a inteligência da imprensa e contamina sua disposição de pegar no batente. Mas, é evidente, nesta situação também jogou peso decisivo a arrogância colonial dos brancos de olhos azuis. Canibalismo no Brasil? Terceiro Mundo? Terra de índios, negros e mulatos? Pau na maquina, que se não for verdadeiro, ao menos está bem contado.

A barrigada, que deveria provocar indignação da mídia brasileira e resposta à altura do governo, porque difama a imagem internacional do país, diz muito a respeito de como funcionam os monopólios mundiais da comunicação. Seus donos e operadores, de tão imbuídos do papel de vanguarda cultural do colonialismo, não perdem sequer uma história da carochinha para demonstrar a suposta primazia civilizatória das nações ricas sobre os povos do sul.

Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi (www.operamundi.com.br)

Nota do Blog: O Correio da Manhã, jornal português, localiza o restaurante citado em Berlim e não em Rondônia. Veja AQUI.

Carnes vermelhas aumentam e as brancas reduzem o risco cardíaco


O consumo de carne vermelha e carne processada - incluindo bacon e salsicha - aumenta bastante os riscos de doença cardíaca entre as mulheres, segundo estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos. Por outro lado, de acordo com os autores, ingerir alimentos ricos em “proteínas saudáveis” - como peixes, aves, laticínios desnatados e castanhas - pode reduzir os riscos de desenvolver problemas cardiovasculares.

Publicados na edição de agosto da revista científica Circulation, o estudo com 84 mil mulheres com idades entre 30 e 55 anos indicou que aquelas que comiam duas porções de carnes vermelhas por dia tinham 30% maior risco de desenvolver doença cardíaca coronariana do que aquelas que comiam apenas meia porção diariamente. E esse risco era reduzido em 30% se a carne vermelha fosse substituída por castanhas e nozes; e em 19% e 24% se a escolha fosse por aves e peixes, respectivamente.

Autor: Leandro Perché
Fonte: Blog Boa Saúde

SISSAÚDE

domingo, 29 de agosto de 2010

By pass mediático

Cena de Cidadão Kane:

Los gobiernos progresistas tienen batallas diarias con los medios y a la vez viven en ellos. Cómo se creó la dinámica.

Por José Natanson, para Página/12

Los gobiernos de la “nueva izquierda” que hoy ejercen el poder en buena parte de los países latinoamericanos libran batallas cotidianas contra los medios. El quiebre del sistema de partidos en algunos países, como Venezuela, Bolivia o Ecuador, abrió un espacio que fue ocupado por la prensa, que en algunos casos lideró a las fuerzas opositoras. Pero incluso en aquellos países en donde el tránsito al pos-neoliberalismo fue más gradual y sereno hay conflictos entre el gobierno y los medios. Esto se verifica en la decisión de muchos presidentes de crear un “by pass mediático” que les permita comunicarse directamente con la sociedad, el impulso a leyes regulatorias y la ampliación del complejo de medios públicos. Y, como telón de fondo, el hecho de que, por primera vez en décadas, el cuestionamiento a las instituciones de la democracia afecta también a los medios de comunicación.

Medios en el vacío

Entre todos los cambios que viene registrando la política, uno de los más notables es el proceso de desafección, en el sentido de una mayor distancia, a menudo teñida de desilusión, escepticismo y bronca, entre representantes y representados, acompañada por un debilitamiento de las tradiciones partidarias clásicas: ser peronista o radical en Argentina, o adeco o copeyano en Venezuela, o liberal o conservador en Colombia, ya no significa lo mismo que en el pasado. Con los partidos desestructurados, a veces astillados en mil pedazos incomprensibles, la política se asemeja a un proceso fluido, sin marcos y difícil de decodificar.

Esta tendencia –que, insisto, es global– se ha verificado de manera extrema en algunos países de América latina. Entre mediados del siglo pasado y principios del actual, varios países de la región vivieron crisis económicas que marcaron el final del ciclo neoliberal en medio de estallidos sociales y represiones con distintos grados de violencia. El tránsito del neoliberalismo a la “nueva izquierda” se procesó de manera más o menos constitucional, pero dejó sus secuelas. Fue así como sistemas partidarios que venían funcionando desde hacía años, a veces décadas, volaron por los aires: es el caso del Punto Fijo venezolano, de la “democracia pactada” boliviana y del sistema ecuatoriano, que en poco tiempo, a veces en cuestión de meses, dejaron de existir.

En estos países, el sistema político se recompuso a partir de la emergencia de liderazgos de alta popularidad (Chávez, Evo, Correa, Kirchner), que supieron reconstruir la autoridad presidencial y se propusieron un amplio programa de reformas. Pero tal recomposición abarcó sólo a una parte, la oficialista, del sistema político, dejando a la oposición sumida en una maraña de enredos internos, rencillas personales y desorientación. Este vacío fue ocupado por otros actores, incluyendo, o comenzando por los medios de comunicación, que en algunos países, y en ciertos momentos, asumieron la conducción política de la oposición (en algunos casos acompañados por otros poderes fácticos, como los gobiernos autonómicos en Bolivia o la burocracia petrolera en la Venezuela del 2002).

Bernardo Sorj lo explica bien en su libro Poder político y medios de comunicación. “En el contexto del debilitamiento de otros medios tradicionales de articulación de voces de la oposición en la región, en particular de los partidos y los sindicatos, los medios aparecen como los únicos factores capaces de articular críticas al poder público.” Esto se vería reforzado por el hecho de que, como explica Fernando Ruiz en el mismo libro, el periodismo latinoamericano se encuentra más cerca del modelo de periodismo militante y políticamente comprometido originario de Europa occidental que del modelo profesional y supuestamente neutral que prevalece en el mundo anglosajón.

Primera idea entonces: el clima de polarización y enfrentamiento entre el Estado y los medios es menos el resultado de los ánimos censuradores de los gobiernos de izquierda o del espíritu desestabilizador de la prensa que de las condiciones políticas que se viven en la actualidad.

Esto no implica ignorar los conflictos de intereses, por supuesto existen, sobre todo cuando los medios se encuentran imbricados en complejos económicos que incluyen al agro (en Argentina), las finanzas (en Ecuador) o los hidrocarburos (en Bolivia). Simplemente, se trata de poner en contexto estas nuevas tensiones. No es casual, en este sentido, que los países que no registraron estallidos sociales ni quiebres políticos, en donde el tránsito al pos-neoliberalismo se produjo de manera más serena y gradual, la tensión gobierno-medios no haya adquirido semejante intensidad. Es el caso de Chile, Brasil y Uruguay. Sin embargo, un repaso por varias experiencias latinoamericanas revela parecidos incluso con estas naciones.

Leyes regulatorias

La batalla entre el Estado y los medios ha asumido, en algunos casos, forma legal, a través de la propuesta o sanción de leyes tendientes a regular la actividad mediática. Se trata de un tema complejo que conviene estudiar caso por caso y cuyo análisis en profundidad excede las posibilidades de este espacio. Sin embargo, es posible apuntar algunas primeras conclusiones.

En general, la reacción ante estas iniciativas adquiere la forma de un reflejo corporativo que asume como un atentado a la libertad de expresión cualquier intento por regular las telecomunicaciones o la prensa. Pero no necesariamente debería ser así. Existen, por ejemplo, razonables regulaciones de mercado, que apuntan a evitar las posiciones monopólicas o dominantes. Esto sucede incluso en países muy celosos de la libertad de empresa y las garantías individuales, como Estados Unidos, donde las normas establecen límites a la propiedad cruzada de licencias de TV, radio y cable, fijan cuotas máximas de mercado y limitan la posibilidad de que una misma empresa controle medios gráficos y audiovisuales.

El proyecto ecuatoriano, por ejemplo, prohíbe que una compañía dueña de un banco sea también la propietaria de un medio, con el argumento de que la orientación editorial del segundo puede quedar atada a los intereses del primero. La ley de medios argentina, aprobada en el Congreso tras un largo debate, apunta a desmonopolizar el panorama mediático estableciendo cuotas de mercado y prohibiendo el control de cierto número de licencias en la misma área geográfica. Algo similar podría ocurrir si el Congreso vota el proyecto oficial para declarar de “interés nacional” la producción de papel para diarios, lo que les permitiría a los editores acceder al insumo básico a un precio igualitario.

Pero el eje son siempre los medios audiovisuales. Las leyes y proyectos aprobados o en debate establecen una distribución equitativa de las frecuencias entre el Estado, el sector privado y el sector comunitario o de la sociedad civil (es el caso de Argentina y Ecuador y también de los proyectos que se discuten en Bolivia y Uruguay), fijan cuotas de producción nacional (Argentina, Ecuador, Venezuela) y establecen horarios y pautas para la protección de los niños (todas).

El tema se torna más complejo al analizar los procedimientos sancionatorios, en particular cuando éstos contemplan la suspensión –temporal o definitiva– de las licencias. El caso extremo es Venezuela. En mayo de 2007, fortalecido tras arrasar en la campaña por su reelección, Chávez decidió no renovar la licencia de RCTV, el canal más antiguo del país, con el argumento de que había apoyado el fallido golpe de Estado del 2002. La licencia estaba vencida y el Estado tenía la posibilidad de no renovarla. Por otra parte, el canal siguió transmitiendo por cable.

El trámite, sin embargo, fue irregular. Desde el punta de vista jurídico, si había una responsabilidad debía recaer sobre personas naturales –los dueños del canal– y no sobre la empresa. Desde el punto de vista político, la intencionalidad está clara: el resto de los canales también habían acompañado la intentona golpista, pese a lo cual el gobierno les permitió seguir operando, básicamente porque, finalmente convencidos de que había Chávez para rato, decidieron suavizar su línea editorial. El hecho de que Chávez haya formulado el anuncio de RCTV en un establecimiento militar y vestido de uniforme no ayudó a tranquilizar los ánimos. La OEA protestó, y el presidente respondió tildando de “insulso” a su titular, José Miguel Insulza.

La decisión se suma al cierre de 32 radios primero y otras 29 después, con el argumento de que no cumplían con los requisitos legales para operar, y a las 40 causas –entre las iniciadas por funcionarios del gobierno y las presentadas por particulares– contra el único canal claramente antichavista, Globovisión. Los motivos son variados: durante una entrevista con el director de RCTV, Globovisión difundió imágenes del atentado contra el papa Juan Pablo II con la canción de Rubén Blades “Eso no termina aquí” de fondo. El gobierno acusó a la emisora de incitar subliminalmente al magnicidio. En otra oportunidad, el canal fue denunciado por poner al aire un mensaje de texto de un televidente convocando a un golpe de Estado. En las últimas elecciones, Globovisión recibió otra denuncia por transmitir la reacción de un candidato a la gobernación de Carabobo que instó a tomar las oficinas del Consejo Nacional Electoral, disconforme con el resultado.

Estos procedimientos sancionatorios se encuadran en la Ley de Responsabilidad Social en Radio y Televisión (conocida como Ley Resorte). Aprobada en diciembre de 2004, la norma prevé sanciones, que pueden llegar a la suspensión por 72 horas continuas de la señal, para “aquellos medios que difundan mensajes que promuevan o hagan apología o inciten a la guerra o a la alteración del orden público”. Hay que señalar, además, la decisión –de la Justicia, no del gobierno, aunque obviamente hay sospechas sobre la influencia de éste sobre aquélla– de detener al dueño de Globovisión por una causa judicial que, aunque aparentemente no tendría vinculación con su actividad periodística, marca una coincidencia es llamativa. Y el fallo –de la justicia, no del gobierno– prohibiendo al diario El Nacional difundir imágenes de los muertos en una morgue de Caracas con el argumento de que “vulneran la integridad psíquica y moral de los niños, niñas o adolescentes”.

El tema es complejo, pues alcanza con revisar rápidamente los portales antichavistas, que difunden abiertamente opiniones en algunos casos golpistas, racistas e injuriosas, para confirmar que la libertad de expresión sigue viva. Venezuela no es Cuba. Y el gobierno no es el único actor en este juego peligroso: los medios venezolanos, en especial la televisión, lideraron el intento de golpe de Estado de 2004 y luego siguieron ubicándose, por momentos, en posiciones claramente desestabilizadoras. En todo caso, Venezuela se sitúa en un lugar particular, diferente al de Argentina o Bolivia, donde las leyes no regulan contenidos, el Estado no ha decretado la suspensión de ninguna licencia, no se ha aplicado la censura ni política ni judicial y no existen casos de periodistas presos.

Paradoja final

Los datos del Latinobarómetro 2009 confirman que los medios de comunicación se encuentran a la cabeza de los rankings de confianza en diversas instituciones, superados sólo por la Iglesia, y muy por arriba del gobierno, la empresa privada, la policía o los sindicatos. Sin embargo, la confrontación, en algunos países muy directa, con presidentes que gozan de una altísima popularidad, ha contribuido a ponerlos en cuestión por primera vez desde el inicio de la última ola de democracia en América latina. La reacción destemplada de muchos de ellos ha contribuido a romper contratos de lectura basados en una supuesta aunque imposible neutralidad o independencia.

Los medios, cada vez más centrales, también son más discutidos. Existe hoy una conciencia cada vez más amplia en cuanto al verdadero lugar de los medios en la democracia: no sólo una arena sino también un actor en el debate político. En su famoso libro La democracia y los partidos políticos, el sociólogo ruso Moisei Ostrogorski afirmó: “La función de las masas en una democracia no es gobernar sino intimidar a los gobernantes”. En tiempos de globalización y auge de las nuevas tecnologías no sólo gobiernan los políticos, sino también, en algún sentido, los medios. La novedad es que la sociedad ha comenzado a intimidarlos.

OVADIA YOSEF, O RABINO DA MORTE


Rabino israelense diz que Abbas e palestinos deveriam morrer

JERUSALÉM (Reuters) - Um influente rabino israelense disse que Deus deveria enviar uma praga contra os palestinos e seu líder, pedindo sua morte num violento sermão antes do início das negociações de paz no Oriente Médio na próxima semana.

"Abu Mazen e todas essas pessoas malignas deveriam desaparecer da terra", disse o rabino Ovadia Yosef, líder espiritual do partido religioso Shas - que forma parte do governo -, num sermão na noite de sábado, chamando o presidente palestino pelo seu nome popular.

"Deus deveria atacá-los e a esses palestinos - malvados que odeiam Israel - com a praga", declarou o rabino de 89 anos em seu sermão semanal frente a fiéis, que teve partes transmitidas pelo rádio israelense no domingo.

O clérigo israelense fez comentários semelhantes antes. O mais conhecido foi em 2001, quando pediu a aniquilação dos árabes e disse que era proibido ter piedade deles.

Depois ele afirmou que estava se referindo apenas a "terroristas" que atacam os israelenses.

Seus comentários mais recentes não tiveram comentários imediatos de líderes palestinos nem israelenses.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e Abbas devem retomar negociações diretas de paz na quinta-feira em Washington, na primeira reunião do tipo em 20 meses, num processo de paz que inclui compromissos de ambas as partes para evitar provocações.

CRACK

Labirinth:

Crack Nunca Mais, pela reabilitação do RS

Por Katarina Peixoto, RS URGENTE

Programas de reabilitação de drogados costumam prescrever a aceitação de que o mundo é maior que a dependência do drogadito. Ou, em outras palavras, que o drogadito não é maior do que o mundo. Versões mais grosseiras dessas tentativas de desintoxicação costumam meter deus no meio dessa superação. Fato é que desintoxicar exige humildade. E uma consciência da própria finitude, quer dizer, um compromisso inadiável com a própria carne, com as próprias dores e possibilidades. Desintoxicar, por isso, exige um compromisso com a verdade. Não há espaço para mentira e suas variantes do auto-engano no caminho de luta contra a dependência.

Por isso falar em desintoxicação do Rio Grande do Sul faz sentido, e não exatamente como metáfora.

Um Estado que padeceu com a experiência Yeda Crusius não precisa de metáfora, mas de realidade e, portanto, de um compromisso inadiável com a verdade. A viagem tem sempre vida curta e a chapação, ao longo do tempo, mata. De 2003 para cá, quando a direita gaúcha rearticulou seu projeto de poder no estado do Rio Grande do Sul, a situação do Estado, perante si mesmo e perante o país realmente merece uma campanha como “Crack, nunca mais”. Não é sem propósito que o esteio propagandístico da chapação lança essa campanha. E, mais uma vez, não há metáfora, aqui.

A decadência econômica vem caminhando de mãos dadas com a degeneração política. Se esse vínculo é necessário ou não, pouco importa. Fato é que constatar sua existência no RS dos dias que correm é dizer a verdade. O lero-lero delirante do Déficit Zero é propagandeado a despeito do declínio nos índices de qualidade de ensino, de saúde, dos serviços públicos e nos grandes esquemas de saque do erário já combalido. Saques, por sua vez, investigados e denunciados antes pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. A chapação e a dependência não deram lugar à oposição. Mas esta, como um fígado, seguiu se regenerando.

Seria simplesmente ridículo ver Yeda Crusius na televisão, com aquela sua peculiar mirada ao infinito, não fosse desagradável. É constrangedor e triste ver no que as drogas podem transformar uma pessoa. E a mentira das sanhas ideológicas não apenas alienam politicamente, como demenciam. Tem algo demente, ali, naquele queixo acrítico, naquele déficit zero que outro dia até a representante não escolhida pelo voto do sofrido Ministério Público Estadual repetia. Diabos, o que pode querer dizer déficit zero no MP estadual???

Para criticar o Olívio Dutra, diziam que nas Assembléias do OP se discutia até a compra de carteiras para escolas. Para criticar, diga-se. Porque o que fizeram com este homem é inominável. Agora, não podem mais fazê-lo. Não falam mais sozinhos, não intoxicam plenamente, não asseguram a terra das palavras delirantes nas mentes incautas. E o Rio Grande do Sul fica mais saudável.

Posso discordar de que tudo seja discutido numa assembléia de OP. Mas frente ao crime o que está em jogo não é a concórdia ou a discórdia; é a justiça, a lei. Ambas, em tempo, vêm sendo destroçadas neste estado. Desmantelaram a legislação ambiental, esquartejaram a legislação dos incentivos fiscais e, com isso, a mínima decência tributária (o Fundopem do governo Rigotto tornaria Britto um republicano), desinvestiram deliberada e sistematicamente na saúde, recusaram e se abstiveram do recebimento e do empenho de verbas federais destinadas a políticas públicas para jovens, crianças, mulheres, mulheres negras, comunidades indígenas, catadores de papel, usuários do SUS.

Esse acúmulo de perdas só reforçou a dependência da máquina propagandística, o estuário de verbas estaduais para seguir tentando perpetuar o vício. Como se sabe, o vício tem muitos aspectos: culpa-se o outro, projeta-se a própria miséria e se denega qualquer responsabilidade. Assim se pode ver motoristas de táxi, lobotomizados via rádio o dia inteiro, bradarem contra a Dilma porque os azuiszinhos não fiscalizam as pessoas que estacionam nas ruas. Crack,nunca mais.

E por falar nisso, o senador Simon está calado. O paladino da imparcialidade ativa que embruteceu, empobreceu e corrompeu o Estado em níveis nunca dantes vividos. Seu candidato, até que se prove o contrário, é um senhor tão obscuro como descompromissado, cujo discurso vazio só é superado pela ausência de vitalidade.

Quem quer manter essa carcaça em que o RS se tornou? Como um resto de gente, com dentes empodrecidos, ira contra o mundo, sobretudo incompreensível; quem caminha pelas ruas e vê as hordas de jovens chapados sabe do que se trata a imparcialidade ativa do déficit zero. Sabe o que desinvestimento, abstenção e recusa de assistência geram. Ainda virá à tona o quanto foi devolvido à união pelos governos (sic) da imparcialidade ativa e do déficit zero, em recursos sem empenho, destinados a políticas públicas no âmbito da assistência social, médica, à criança e ao adolescente, à juventude. Crack, nunca mais.

Reabilitação é um processo doloroso, mas diariamente fortalecido. Toda desintoxicação exige mais do fígado do que os porres de palavras cruzadas e falsas polêmicas. Mas funciona, constitui, faz sentido. É um caminho incerto, com recaídas, ou sem. Mas aponta para a agregação, a consciência do mundo e a independência moral. Sem chapação, sem mentira, sem saque do erário e sobretudo sem o delírio destruidor de futuro, de responsabilidade e de saúde.

O que será do RS reabilitado não se sabe, visto que a destruição não foi pouca nem irrelevante. Mas cessar a dependência, hoje, é vencer o vício, ganhar da mentira, recusar o auto-engano mistificador e empenhar-se com o futuro. Crack, nunca mais.

sábado, 28 de agosto de 2010

ALGUÉM SE HABILITA?


Restaurante procura doadores para especialidades canibais

Um restaurante brasileiro que vai abrir brevemente em Berlim despertou a curiosidade, mas também a indignação, ao anunciar na sua campanha publicitária que procura doadores para oferecer especialidades canibais aos seus clientes.

"Depois de um exame médico, pode decidir qual a parte do seu corpo que está disposto a doar", diz na sua página de Internet o restaurante Flimé, cuja localização se mantém ainda em segredo.

O estabelecimento tem ainda para download um formulário no qual se solicitam informações pessoais, como a identidade do doador, a idade, as possíveis doenças crónicas, o consumo de tabaco, drogas e álcool, peso e tipo sanguíneo e até se, no caso de uma mulher, está grávida.

O proprietário do Flimé, o brasileiro Eduardo Amado, anunciou que o restaurante irá oferecer cozinha da cultura Wari, um povo canibal da selva amazónica, em conjunto com receitas clássicas brasileiras.

"Seguindo o velho provérbio wari o importante para nós é que 'comer é mais do que saciar a fome'", afirma Amado no site, acrescentando: "Contemplamos a alimentação como um acto espiritual no qual se assume a alma e a força do ser que ingerimos".

O site do restaurante anuncia que o proprietário assume as despesas hospitalares dos doadores e revela que o Flimé será a sua primeira sucursal no estrangeiro, sendo que a sede se encontra na localidade de Guajara Mirim, na Amazónia ocidental.

O restaurante Flimé tem a abertura prevista para dia 8 de Setembro.

Correio da Manhã

Tanghetto - Biorritmo

Un mal papel


Por Luis Bruschtein, para Página/12.

Porque se engañó o porque creyó que ésa era la línea de acción que le convenía, toda la estrategia de Clarín estaba dispuesta para el caso de que el Gobierno decidiera el martes la intervención de Papel Prensa. Como la intervención no existió, a duras penas el multimedia logró que el miércoles un portavoz del Departamento de Estado de los Estados Unidos dijera que “estaba atento al debate sobre libertad de prensa” en Argentina y que era un tema en las relaciones bilaterales. Ese mismo día, el canciller Héctor Timerman y la presidenta Cristina Fernández se reunieron con la embajadora norteamericana, Vilma Martínez, y con la subsecretaria del Departamento de Estado para las relaciones públicas, Judith McHale, y destacaron el “excelente nivel” de la relación entre los dos países.

Haciéndole ascos al profesionalismo, hasta los programas periodísticos de ese día se habían preparado para esa medida, haciendo hablar a los entrevistados que se prestaron al juego como si ya se hubiera anunciado una medida que nunca existió. Y el lobby de políticos que le responde en el Parlamento ni siquiera cambió las respuestas que había preparado frente a una supuesta intervención. La decisión de enviar el informe sobre Papel Prensa a la Justicia y un proyecto de ley al Congreso para declarar de interés público la producción de papel de diario desbarató esa estrategia, que estaba destinada a buscar una fuerte repercusión internacional, similar a la que soportó el presidente venezolano Hugo Chávez cuando no renovó la licencia vencida a la televisora RCTV.

En ese cuadro, el argumento más efectista contra el Gobierno ya había comenzado a hacerse jugar con la imagen de una “chavización” del proceso político argentino, cuyo momento culminante habría sido cuando el oficialismo tomara el control del monopolio de papel de diario en la Argentina. La denuncia de chavización del Gobierno, como estrategia, se pinchó cuando se abrió el juego a la Justicia y al Congreso y no se produjo la intervención. Cualquier grito heroico contra el supuesto avance autoritario queda dirigido ahora contra la Justicia y el Congreso. La protesta exagerada queda expuesta como antidemocrática.

El argumento de los militares para explicar la persecución a la familia Graiver fue que David Graiver era el banquero de los Montoneros. Promovieron una campaña de difamación en la que participaron los diarios que después compraron Papel Prensa y así fue aceptado por el sector de la población que tenía empatía con los represores. Esa misma línea defensiva fue peligrosamente retomada por algunos voceros, periodistas y políticos, de la oposición –en especial por Elisa Carrió–, cuando salieron a discutir el informe sobre Papel Prensa que difundió el martes el Gobierno. Carrió siempre se exculpó diciendo que era muy joven cuando fue fiscal durante la dictadura. Pero ésta no es la primera vez que reproduce con tanta similitud el espíritu y los argumentos de ese sector de la población que apoyó a la dictadura y que después mutó en fanático de la democracia y el republicanismo.

La idea de los militares consistía en que si los Graiver eran judíos, banqueros y montoneros, entonces se los podía secuestrar, violar, torturar y despojar de sus bienes. Era la idea de justicia que tenía Ramón Camps, el entonces jefe de la Policía Bonaerense. Resulta enervante aclarar que ser judío, banquero o montonero o cualquier otra cosa no justifica el secuestro, la tortura o el despojo. Por eso, hacer una defensa de Clarín empezando con esa línea argumental, como hizo Carrió, es poner a Clarín donde está tratando desesperadamente de que no lo pongan: junto a los dictadores.

Es más, en ese mismo contexto se puede leer la carta de Isidoro Graiver que se publicó el miércoles, donde afirma que la venta de Papel Prensa a Clarín y La Nación se hizo sin presiones y en libertad, y donde también sugiere que las únicas presiones que sufrían –dice que por eso tuvieron que vender a los apurones– eran de los Montoneros que exigían la devolución de 14 millones de dólares. Puede haber habido presiones y amenazas, o no, por parte de Montoneros. Pero lo real es que no fueron secuestrados, torturados ni despojados por Montoneros, sino por la dictadura. Los hechos muestran una realidad concreta diferente de esas afirmaciones, que exculpan a sus verdugos con esa especie de síndrome de Estocolmo. Fue más que extraña la circulación de la carta de María Sol, la hija de David Graiver, exculpando a los compradores de Papel Prensa. Ella tenía un año y medio en la época en que se produjeron estos hechos y sólo puede conocerlos a través de terceros. Y más extraña aún fue la carta de Isidoro Graiver, escrita ante escribano público y dirigida a su sobrina María Sol. Un sistema bastante enrevesado de comunicación que pone de manifiesto que estaba manipulado por abogados. Sobre todo, porque además Isidoro contradijo en esa carta –y en su declaración posterior– lo que había declarado antes al fiscal Ricardo Molinas.

En la página web de Clarín, Pino Solanas usó al fiscal Molinas para defender a ese diario, a La Nación y a Papel Prensa. Aseguró que Molinas, que había investigado la operación, le había asegurado que la venta no había sido ilegal. Pero el hijo del fiscal Molinas, Fernando, que en ese momento era secretario de su padre, desmintió a Solanas y recordó que el fiscal había pedido anular la venta de la papelera y había presentado las denuncias penales correspondientes, igual que hizo ahora el Gobierno.

Otra cosa que nadie discute y que todos dan por hecho y sabido es que los militares estaban interesados en apropiarse de Papel Prensa para entregarla a empresarios amigos. Tampoco nadie discute que había una interna entre el Ejército y José Alfredo Martínez de Hoz, por un lado, que se inclinaban por los dueños de Clarín, La Nación y La Razón, como se hizo; y el almirante Emilio Massera y la Armada, por el otro, que preferían al banquero José Rafael Trozzo. La empresa estuvo en la mira de los dictadores desde el primer momento. Ese es un tema que no está en discusión y que nadie puede desmentir. Sería inocente pensar que, si estaban interesados, se cruzaron de brazos esperando que se realizara la operación. El único testimonio que toma en cuenta ese dato tan importante y evidente de la realidad es el de Lidia Papaleo, que, además, era la que estaba a cargo de los negocios del grupo tras la muerte de su marido, David Graiver, en un extraño accidente de aviación. Nadie con el más mínimo sentido común puede pensar o intentar que los demás crean que la dictadura se mantuvo al costado de ese proceso que era tan determinante, tan decisivo. Se trataba del monopolio del papel de diario, desde el cual se puede controlar a los medios gráficos.

En realidad, lo único que puede estar en discusión es si los directivos de Clarín y La Nación fueron cómplices del proceso que los terminó favoreciendo o si simplemente se favorecieron “de buena fe”, como dicen los escritos de los abogados defensores. Ese es el punto que deberá dilucidar y probar la Justicia, pero es más que evidente que Lidia Papaleo vendió en una situación de vulnerabilidad total y bajo presiones de todo tipo. En la defensa ofuscada y en bloque que hizo el lobby político de los acusados, esa situación fue denigrada. Se volvió a victimizar a la víctima. Resulta extraño porque en las notas publicadas sobre el tema, el diario fue más cuidadoso que los políticos que lo defienden. Esa forma de argumentar no defiende a un medio de comunicación, sino que es la defensa de los métodos de la dictadura, a los que todos esos políticos y periodistas evitaron mencionar dejando un agujero ominoso en sus discursos.

En todo caso, será la Justicia la que determine ahora los aspectos ilegales de la venta de Papel Prensa. Al Congreso le corresponderá definir si la producción, comercialización y distribución del papel de diario, que están monopolizados, se declaran de interés público –y por lo tanto serán regulados de alguna manera– o si quedan como hasta ahora, en función de la decisión del mismo monopolio. Más allá de cualquier disquisición a favor o en contra de lo que hayan hecho Clarín y La Nación en Papel Prensa hasta ahora, desde el punto de vista institucional, democrático y republicano, el ejercicio de la libertad de prensa no puede quedar librado a la buena o mala voluntad de nadie. Tiene que haber resguardos institucionales de algún tipo también para regular y democratizar el acceso igualitario al papel de diario.

Pero el país está entrando poco a poco en un año electoral y son muchos los que no quieren confrontar justo ahora con el multimedia más grande. La regulación del mercado del papel para diarios es una medida con la que difícilmente se pueda estar en desacuerdo. Pero muchos buscarán perderse en vericuetos y ambigüedades, dirán que están de acuerdo pero que en este caso se trata de un ataque del Gobierno contra Clarín o correrán al Gobierno por izquierda y exigirán que se intervenga Papel Prensa, para que en realidad, todo quede en la nada. El escenario electoral inminente ensuciará todos los debates de aquí en adelante.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

FRASES


"Se é para sofrer, vamos sofrer de uma vez".

Deputado do PMDB gaúcho, apoiador de José Serra, sobre a visita de Temer ao Rio Grande do Sul no mesmo dia que Dilma e Lula estarão no Estado.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

"FUTURO NEGRO" PARA A OPOSIÇÃO


Imprensa europeia acredita que Lula é a grande estrela da campanha para presidente do Brasil, o que ameniza a falta de carisma de Dilma. Há quem argumente que a oposição pode estar diante de um "futuro negro".

Embora em países diferentes, o alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), o inglês The Guardian, o espanhol El País e o francês Libération parecem ter a mesma percepção de Dilma Rousseff: desconhecida até há pouco, a candidata petista tem pouco ou nenhum carisma; mesmo assim, tudo indica que ela pode vencer a eleição já no primeiro turno.

A reportagem "O terceiro mandato paternalista de Lula", publicada no site do FAZ, chega a afirmar que a disputa não será vencida por Dilma, mas pela popularidade do presidente em fim de mandato. O jornal cita ainda outro fator que beneficia a candidata do PT: "José Serra ainda não conseguiu mostrar o que quer fazer de diferente e melhor do que Lula".

O jornal alemão traça semelhanças entre a participação de Lula no programa eleitoral de Dilma e o enredo de novelas. "Lula chama Dilma carinhosamente de 'minha filha', mas também de 'minha presidente'", ressalta o autor, reproduzindo diálogos exibidos no vídeo de campanha da candidata.

Mas, na visão do FAZ, nem o passado guerrilheiro nem o câncer recém-tratado de Dilma deverão influenciar a escolha do eleitorado brasileiro.

Influência da televisão

Um editorial do The Guardian publicado em 25 de agosto afirma que, "desde o início, já se sabia que Dilma Rousseff teria grande vantagem sobre os adversários, pois foi escolhida como sucessora por um dos presidentes mais populares da história do Brasil".

O jornal se mostra impressionado com a campanha eleitoral de Dilma exibida na televisão: "Não é preciso falar português para notar que suas primeiras inserções na TV simplesmente destroem as dele [de José Serra]".

A publicação inglesa enaltece a performance estratégica de Dilma diante das câmeras, salientando "a importância da televisão num país em que os níveis de analfabetismo ainda são altos".

O The Guardian adverte que um futuro governo da candidata de Lula ainda é misterioso, mas avalia que Dilma não deve se afastar demais do estilo de governo do seu predecessor. Quanto à falta de experiência em pleitos eleitorais, o jornal conclui: "Ela não precisa saber como se faz uma campanha – ela tem o Lula. E você já viu os vídeos dela?"

"Futuro negro" para a oposição?

O francês Libération também destaca a influência das imagens televisivas na campanha de Dilma, mas atribui o resultado favorável das pesquisas eleitorais "exclusivamente" à popularidade do chefe atual de governo.

O El País concluiu que a falta de carisma de Dilma não a abala e já admite a possibilidade de a oposição brasileira estar diante de um futuro negro.

"Para o PSDB foi muito difícil fazer oposição a Lula, apesar dos escândalos que assolaram o Executivo [...]. Agora então vai ser praticamente impossível, caso a candidata de Lula – que ele converteu em triunfadora quando era uma grande desconhecida – acumular tanto poder como profetizam as pesquisas.

A ponto de, enquanto nos círculos próximos ao governo já se especula quem poderiam ser os novos ministros, a oposição falar em uma possível fusão de partidos para que o país não fique órfão da mesma."

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Rodrigo Rimon

Deusche Welle

FRASES


"Toda vez que estou com a Marina, me perguntam do Serra. Toda vez que estou com Serra, perguntam da Marina. Toda vez que estou sozinho, dizem que estou muito sozinho. Toda vez que estou com alguém da minha campanha, dizem que estou mal acompanhado”.

Fernando Gabeira, candidato ao Governo do Rio de Janeiro pelo Partido Verde.

Repórter acusa CIA de causar alucinações com LSD na França em 1951


Mike Thomson
Da BBC News

Cerca de 60 anos atrás, uma pequena cidade francesa foi assolada por uma onda repentina de alucinações que deixou cinco pessoas mortas e muitas seriamente doentes.

Durante anos, os incidentes foram atribuídos a uma contaminação por um fungo alucinógeno em uma das padarias da cidade, mas essa teoria agora é questionada pelo repórter investigativo americano Hank Albarelli.

Albarelli defende a tese de que o episódio ocorrido na cidade francesa de Pont-Saint-Esprit foi, na verdade, parte de uma série de experimentos conduzidos por cientistas da CIA com a droga LSD.

A versão do jornalista, no entanto, é contestada pelo acadêmico americano Steven Kaplan. Ele argumenta que os sintomas apresentados na época eram parecidos, mas não exatamente iguais aos provocados pelo LSD.

Por outro lado, o acadêmico - que publicou um livro sobre os acontecimentos em Pont-Saint-Esprit intitulado Le Pain Maudit ("O Pão Maldito", em tradução livre) - diz que a hipótese de contaminação por fungo também não se sustenta.

Tanto Albarelli como Kaplan concordam que o governo francês deveria investigar o assunto.

Armas biológicas

Em um dos casos de Pont-Saint-Esprit, ocorrido no dia 16 de agosto de 1951, o carteiro Leon Armunier entregava suas correspondências quando sofreu uma crise de náusea e violentas alucinações.

"Foi terrível", diz Armunier. "Tive a sensação de que estava encolhendo, encolhendo, enquanto labaredas e serpentes se enrolavam nos meus braços."

O carteiro, hoje com 87 anos, caiu da bicicleta e foi levado a um hospital na cidade vizinha de Avignon, onde ficou internado.

Em suas investigações, o jornalista Hank Albarelli diz ter encontrado um documento da CIA identificado com frases em inglês em linguagem codificada.

Termos como "Pont-Saint-Esprit and F.Olson Files" (Arquivos Pont-Saint-Esprit e F. Olson), "France Operation" (Operação França) e a frase "Hand carry to Belin - tell him to see to it that these are buried" (Entregue em mãos a Belin - diga a ele que tome providências para que isso seja enterrado) teriam oferecido ao jornalista as informações que ele procurava.

Albarelli diz que F. Olson é Frank Olson, um cientista da CIA que, na época do incidente em Sain-Esprit, liderava as pesquisas da CIA sobre o LSD.

Belin seria David Belin, diretor-executivo da Rockefeller Commission, criada pela Casa Branca em 1975 para investigar abusos cometidos pela CIA em todo o mundo.

O jornalista americano avalia que os arquivos intitulados Pont-Saint-Esprit e F. Olson, mencionados no documento, revelariam - se não tivessem sido "enterrados" - que a CIA estava fazendo um experimento com os moradores da cidade, dando a eles doses de LSD.

Pães

No período dos casos de alucinação, médicos concluíram que uma das padarias da cidade, a Roch Briand, teria sido a fonte do envenenamento. Hank Albarelli diz considerar possível que o LSD tenha sido colocado no pão.

Hoje, sabe-se que cientistas que pesquisavam armas biológicas em todo o mundo estavam realizando experiências com LSD no início da década de 1950, época de conflito na então Coreia e de um aumento nas tensões da Guerra Fria.

Albarelli diz ter encontrado um relatório secreto escrito em 1949 pelo diretor de pesquisas do Edgewood Arsenal, uma instalação militar onde foram realizadas muitas das experiências do governo americano com LSD.

No documento, o diretor diz que o Exército deveria fazer todo o possível para lançar "experimentos de campo" com a droga.

Sintomas

O jornalista diz ter obtido também um outro relatório da CIA, escrito em 1954, em que um agente descreve uma conversa com um representante da indústria química Sandoz Chemical, na Suíça.

A sede da Sandoz, situada a poucos quilômetros de Pont Saint-Esprit, era o único lugar onde o LSD era produzido naquela época, segundo Albarelli.

No documento, o agente relata que, após vários drinques, o representante da Sandoz disse repentinamente: "O segredo de Pont-Saint-Esprit é que não foi o pão... não foram grão de esporão do centeio".

O esporão do centeio (Claviceps purpurea) é um fungo parasita com propriedades alucinógenas que ataca os grãos de centeio.

Nesse ponto, o acadêmico Steven Kaplan - que discorda de Hank Albarelli - está de acordo com o representante da Sandoz.

Para ele, a teoria do fungo não procede, já que a contaminação não poderia ter afetado apenas um saco de grãos em uma padaria. Segundo o acadêmico, ela teria se alastrado por uma área maior.

Ao descartar a hipótese de envenenamento por LSD, Kaplan afirma que não apenas os sintomas seriam um pouco diferentes, como também a droga não teria sobrevivido às altas temperaturas no forno da padaria.

Albarelli, por sua vez, argumenta que o LSD poderia ter sido adicionado ao pão depois de assado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ganarle al miedo en buena ley


Por Mario Wainfeld, para Página/12.

Hablemos de los hechos, para desafiar una regla dominante en la comunicación cotidiana. Las acciones de Papel Prensa se vendieron en los primeros meses de la dictadura militar, en el tramo más brutal (a la vez fundacional) del terrorismo de Estado y de la violación de las garantías constitucionales, empezando por la división de poderes. La dueña de las acciones transferidas, Lidia Papaleo de Graiver, jamás se juntó con el precio. Todos los adultos integrantes de la familia Graiver fueron secuestrados y torturados.

Durante décadas, Papel Prensa controló el mercado con prácticas monopólicas. El Estado nacional fue un socio bobo, mudo y sumiso ante un poder fáctico superior al de sucesivos gobiernos, dictatoriales o democráticos.

El actual Ejecutivo, a partir de conflictos coyunturales, tomó la valiosa decisión política estratégica de limitar el poder del Grupo Clarín. Entre otras movidas, se implicó activamente en la empresa, sacudiendo la modorra estatal, haciendo valer cuanto pudo su posición minoritaria. En el trayecto, investigó el origen de la compra de las acciones. Produjo un material contundente, presentado ayer en la Casa de Gobierno.

La documentación fue buscada con denuedo. Parte del material es conspicuo y fue denunciando en numerosas oportunidades en diarios, libros y revistas. Una porción más pequeña estaba sustraída al conocimiento ciudadano, camuflada en expedientes con telarañas, perdida en archivos olvidados.

La presidenta Cristina Fernández de Kirchner pronunció ayer un discurso memorable. Uno de los más redondos de su mandato, si no el mejor. Rememoró el modo en que pasó de mano Papel Prensa y su trayectoria posterior en el mercado. Dio cuenta de haber leído y elaborado el informe. Lo divulgó en una exposición larga (como ella misma reconoció al final) y rigurosa.

Pero las palabras, ya se sabe, van y vienen. Lo más notable no fue la retórica sino, otra vez, la decisión política: darle un cauce institucional al informe. Serán los otros poderes del Estado los que resuelvan qué hacer respecto del pasado y del futuro. Los tribunales comerciales deberán dirimir la validez o nulidad de la venta. Los penales, sentenciar si hubo violaciones de derechos humanos en el contexto de la supuesta negociación celebrada entre 1976 y 1977.

El Congreso deberá analizar un proyecto de ley (cuyo texto no se conoce aún) declarando de interés público la producción de papel para diarios y formando una comisión bicameral para el seguimiento de esa actividad.

El procurador del Tesoro, Joaquín Da Rocha, y el secretario de Derechos Humanos, Eduardo Luis Duhalde, tendrán a su cargo la peliaguda misión de preparar la vía judicial. Seguramente, el secretario de Legal y Técnica, Carlos Zannini, ya está redactando el proyecto de ley que la Presidenta revisará con obsesividad de parlamentaria.

Los hechos quedan también sometidos a la opinión pública tras años de silencios, omisiones o imposiciones.

El dialecto periodístico-político opositor se ingeniará para calificar ese recorrido como “autoritario”, “arbitrario”, “totalitario”. O se valdrá de un sustantivo-adjetivo berreta caro a su imaginario: “chavista”. Para el pensamiento hegemónico de derecha, el chavismo no es un régimen popular, plebiscitado muchas veces en elecciones limpias, con desempeños discutidos en materia de libertades públicas. “Chavismo” es, charramente, sinónimo de dictadura bananera.

Sin embargo, lo que hizo el gobierno nacional es legal, democrático y republicano. Investigó, honró sus deberes de socio-accionista, produjo un informe que se abre al debate ciudadano, lo canalizará institucionalmente. Vale la pena señalar el detalle, pasando la pelota a dos poderes donde (en la actual coyuntura) las corporaciones juegan de local o al menos en condiciones muy favorables. Lejos de la discrecionalidad o del decreto de necesidad y urgencia, se interpeló a los estamentos democráticos y a la ciudadanía.

A eso, en jerga dominante, se rotula como “chavismo” o se describe como “ataques a la prensa”.

Frente a otras etapas históricas, hay mayor transigencia, según se verá.

- - -

Los diarios Clarín y La Nación vienen publicando en tándem desde el conflicto de las retenciones agropecuarias. Socios en Papel Prensa y en Expoagro, sus tradicionales diferencias editoriales se fueron licuando en el mandato de Fernández de Kirchner. A veces, desdoblan tareas, como cuando La Nación informó la reunión entre Héctor Magnetto y cinco referentes del espacio peronista federal-PRO, que Clarín guardó y sigue guardando en reserva. En otras, se pronuncian juntos. Así fue en las ediciones de ayer, buscando lo que en fútbol se llama “anticipo ofensivo” al anuncio. Optaron por una suerte de editorial conjunto, titulado “Una historia inventada para apoderarse de Papel Prensa”. Como se supo a la tardecita, el apoderamiento no existió, en el año 2010 al menos. Y la historia, infaustamente, es real.

El material se recomienda, porque no tiene desperdicio. El cronista sólo pondrá de resalto el modo en que se narra un acuerdo comercial millonario, en el que tuvo un rol central el Estado terrorista.

Papaleo de Graiver era la viuda reciente de un empresario judío (un arquetipo de las personas odiadas por los represores) muerto en un dudoso y oportuno accidente aéreo. La viuda estaba fuera del país, desoyó consejos sensatos y volvió. Discutió, en el fragoroso año 1976, con empresarios ávidos, que contaban con el apoyo del régimen. Los grandes medios pretenden que las tratativas realizadas en ese entorno funcionaron en un mercado perfecto que hubiera hecho las delicias de Adam Smith. Su relato, es de lamentar, concuerda con el mito divulgado por la propia dictadura: existía una sociedad civil normal, con libertades garantizadas, aunque algunas “patotas” hacían abuso de la violencia. Esa falacia, claro está, se desbarató en pocos meses. Nadie puede, honestamente, creer que una negociación referida a bienes estratégicos se sustanciaba en un clima de negocios decoroso, impermeable al totalitarismo imperante.

Los editoriales aducen que Papaleo de Graiver consensuó. No hay tal, nuestro sistema legal exige para que haya contrato que las dos partes tengan “discernimiento, intención y libertad”. Los vocablos, en jerga forense, tienen significado bastante similar al del lenguaje común. La desdichada Lidia carecía de libertad e intención plenas cuando firmó la transferencia. Después, la pasó peor.

Nunca se perfeccionó un elemento sustancial de un contrato: el pago. La dueña recibió una fracción vil del precio, menos del uno por mil (siete mil dólares sobre casi un millón), el resto no le llegó nunca. Un juez debía aprobar el pacto, que involucraba derechos de la hija de Graiver y Lidia Papaleo, jamás lo hizo. Su Señoría se negó porque estaba en desacuerdo con el negocio leonino, los grandes medios consignan púdicamente que “nunca se expidió”.

Por lo tanto, el contrato no terminó de concretarse. Existía lo que podría llamarse “tracto sucesivo”, la negociación continuaba, en Tribunales. Cuando se secuestró a la dueña, privándola no ya de su libertad, sino de todos sus derechos humanos, las tratativas estaban abiertas.

- - -

“Fue una operación legal y pública, anunciada por todos los diarios de la época”, resume el editorial a dos manos. O sea, contra toda prueba y contra sus propios alegatos cuando se justifican por haber escamoteado data sobre 30.000 desaparecidos, alegan que en ese tiempo los diarios informaban la verdad, toda la verdad y nada más que la verdad.

Inventan una burbuja temporal: suponen que Papaleo de Graiver estaba en un mundo feliz cuando firmó y que luego, por hechos ulteriores, fue chupada. Las palabras tienen su peso tremendo, máxime cuando las redactan grandes editorialistas de diarios importantes. Cuentan que la mujer fue detenida por “imputaciones ajenas a ese tema”. “Imputación” alude a intervención de jueces o fiscales no a represores sin ley. Y es difícil saber, aún para quienes fueron sus confidentes mediáticos, cuáles eran los motivos de los secuestros.

- - -

Los titulares de los propios diarios en esos tiempos, sus solicitadas, los brindis de sus propietarios con el represor Jorge Rafael Videla corroboran que el gobierno fue un jugador central en el traspaso. Lo reconocieron y celebraron, con todas las letras, en sus ejemplares de mayo de 1976 cuando esas amistades valían poder.

El editorial de ayer consigna que “Papel Prensa fue una empresa perseguida por Emilio Massera”. Un modo didáctico sobre cómo se distorsionan hechos contándolos a medias. Massera, como en tantos otros temas comerciales y políticos, pulseaba contra Videla. Este era el puntal de Clarín, La Nación y La Razón, unidos en una empresa llamada Fapel. María Seoane y Vicente Muleiro lo cuentan con detalle en su libro El Dictador. En la página 270 de la edición de 2001 explican que “la discusión sobre a quién ofrecerle Papel Prensa produjo un durísimo enfrentamiento en la Junta. Fapel era la candidata de Videla y Martínez de Hoz. Massera tenía otro candidato: el banquero José Rafael Trozzo, dueño del Banco de Intercambio Regional”. La ojeriza de Massera no traducía antagonismo del régimen, sino una querella por negocios. Los perros de la guerra no pensaban full time en el Occidente cristiano, también en sus billeteras. A Fapel no le fue tan mal en esa interna de pequeros.

Se subraya: Seoane y Muleiro hablan de un hecho consabido, para nada inventado en las últimas semanas: fue la Junta la que “ofreció” la empresa a Fapel. Estaba hasta el tuétano en ese negocio, para nada privado.

- - -

Otra distorsión, especialmente perversa, es suponer que una víctima del terrorismo de Estado recupera su libertad y su palabra no bien sale del campo de exterminio. O un tiempo determinado después. Papaleo de Graiver es puesta bajo sospecha porque no habló antes. Se banalizan el temor y la minusvalía impuestos por los represores. Ríos de tinta se han escrito sobre el tema, gente de la prensa debería conocerlos.

Papaleo habló cuando pudo dominar el miedo, cuando Christian Von Wernich y Miguel Etchecolatz, dueños de su vida y de su cuerpo, fueron juzgados y condenados. También, más vale, cuando supo que había un poder democrático dispuesto a poner coto a la impunidad de los cómplices civiles de la dictadura. Ese periplo terrible merece comprensión, contención y respeto.

- - -

El oficialismo es apenas primera minoría en ambas Cámaras del Congreso. La oposición puede parar o distorsionar su proyecto de ley, sobreactuando su subordinación a las corporaciones.

En Tribunales, la carga de la prueba pesa sobre quien pide la nulidad de un contrato o acusa a un presunto delincuente. Si la prueba no alcanza, se mantiene el statu quo previo o prima la presunción de inocencia. No será sencillo conseguir sentencias favorables. No suele serlo en casos tan complejos con escasos precedentes, menos con magistrados conservadores en lo legal y de ordinario pro empresarios.

El kirchnerismo no es ingenuo, conoce esas perspectivas. Su opción, para nada facilista, también compite (de modo más ventajoso) en otros escenarios. Interpela la opinión pública, en defensa de los derechos humanos, de la búsqueda de igualdad tanto como de verdad y justicia. En esos terrenos, según la mirada de este diario, tiene todas las de ganar. En buena ley.

mwainfeld@pagina12.com.ar

COMENTÁRIO DO BLOG: DALE CRISTINA!

SUGESTÃO DE LEITURA


HIROSHIMA, A CIDADE DA CALMARIA

O premiado mangá sobre as consequências da bomba de Hiroshima chega ao Brasil. Hiroshima – A cidade da Calmaria é uma referência nos movimentos mundiais pela paz.

Dia 6 de agosto fez 65 anos que a bomba nuclear atingiu Hiroshima e marcou a história mundial.

As consequências desse ataque nuclear são revistas de maneira delicada e tocante em premiado mangá que chega ao Brasil pela Editora JBC, intitulado Hiroshima - A Cidade da Calmaria.

Hiroshima – A Cidade da Calmaria entrelaça duas histórias comoventes sobre as consequências da bomba. Sensível, belo, suave, delicado, simples. Assim pode ser definida a obra criada por Fumiyo Kouno, que até hoje é uma referência nos movimentos mundiais pela paz, como a Conferência do Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares 2010 promovida pelo Ministério das Relações
Exteriores do Japão.

Publicado em sete países, foi considerado o melhor mangá traduzido para o inglês pelas revistas New York Magazine e Publishers Weekly (2007). A versão para a rádio foi premiada no Art Festival Award in the Radio Division promovido pela Agência para Assuntos Culturais do Ministério da Educação japonês, enquanto o live-action obteve sucesso de público e de crítica, tendo a atriz protagonista, Kumiko Aso, conquistado vários prêmios, entre eles o Mainichi Film Awards.

veja mais AQUI

Detecção de câncer no pênis precisa ser rápida para evitar amputação


Por ano, HC de São Paulo recebe 60 pacientes com tumor no órgão. No Brasil, pessoas com a doença representam 2% da população masculina

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo alerta para os perigos do câncer de pênis, doença que pode levar à amputação do órgão caso o diagnóstico seja tardio.

Ligada à falta de higiene, a doença atinge 2% da população masculina no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Bastante invasivo, o tumor maligno no órgão apresenta índices de até 10% nas regiões Norte e Nordeste.

Sintomas como feridas no pênis podem ser facilmente caracterizados como problemas menores, segundo o urologista Alexandre Crippa, do Hospital das Clínicas da USP, ligado à Secretaria e que recebe 60 pacientes com câncer no local por ano.

A confusão com patologias sexualmente transmissíveis leva à automedicação em muitos casos, o que possibilita o agravamento dos sintomas e a procura médica tardia.

A fimose é uma das barreiras à higienização do pênis, afirma Crippa. Para o médico, a dificuldade para limpeza pode levar à agressões químicas e traumas que desencadeam o câncer.

O tratamento para a doença é, geralmente, a intervenção cirúrgica. Caso o diagnóstico seja feito em estágio avançado do câncer, a amputação total do pênis pode ser a solução mais adequada. É o que ocorre em 80% dos casos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Uma detecção precoce do câncer pode impedir a mutilação e fazer com que o paciente mantenha uma vida sexual ativa e, principalmente, se livre do tumor maligno. Quanto à prevenção, a higiene adequada, durante a rotina do homem, com água e sabão, é essencial, segundo Crippa.

Autor: Redação
Fonte: Site G1

terça-feira, 24 de agosto de 2010

El Consejo de Europa se muestra "profundamente preocupado" por el trato a los gitanos en Francia

Una familia gitana rumana sale del aeropuerto de Bucarest (Rumanía), tras la repatriación desde Francia:

La Vanguardia

La Comisión Europea contra el Racismo y la Intolerancia (ECRI, por sus siglas en inglés) está "profundamente preocupada por el trato que reciben actualmente los inmigrantes gitanos en Francia", según ha hecho saber en un comunicado este organismo dependiente del Consejo de Europa, advirtiendo de que las expulsiones no son una "respuesta duradera".

En un informe publicado en junio pasado, la ECRI ya había pedido a las autoridades francesas que "combatieran las actitudes racistas y la hostilidad de la población mayoritaria contra esta comunidad". En opinión del organismo, las declaraciones recientes por políticos y responsables gubernamentales ha contribuido a "estigmatizar a los inmigrantes gitanos", a los que "se considera responsables colectivamente de delitos criminales". "La ECRI no puede sino mostrar su decepción por este hecho negativo", afirma el comunicado.

Pese a que en 2005 la ECRI ya había recomendado a Francia que garantizar los derechos sociales de los gitanos a vivienda, sanidad y educación, "en 2010 estas personas todavía viven en condiciones miserables en campamentos improvisados". "Una política basa en las expulsiones y los 'incentivos' para abandonar Francia, incluso asumiendo que se cumplen los estándares pertinentes en materia de Derechos Humanos, no puede aportar una solución duradera", ha advertido este organismo europeo, independiente de la UE.

"Aunque Francia puede imponer controles de seguridad de acuerdo con sus obligaciones internacionales, la ECRI desea recordar que los ciudadanos de la UE tiene el derecho de estar en territorio francés por determinados periodos de tiempo y a regresar allí", subraya el comunicado, recalcando que "en estas circunstancias, Francia debería buscar soluciones sostenibles en cooperación con los estados socios y las instituciones".

Por último, incide en que el sentimiento antigitano "es una forma particular de racismo y debería ser combatido de forma efectiva en todos los países europeos". "Las políticas gubernamentales o las propuestas legislativas que están basadas en la discriminación sobre bases étnicas son intolerables y van contra las obligaciones legales vinculantes de todos los estados miembros del Consejo de Europa", concluye la ECRI.

Netanyahu cancela reunião com diretor da AIEA e sai de férias


BBC Brasil

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira o cancelamento de última hora de uma reunião agendada há meses com Yukiya Amano, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), e saiu de férias na Galileia (região no norte de Israel).

De acordo com a imprensa local, o cancelamento da reunião despertou surpresa nos meios políticos de Israel em vista da importância que o premiê atribui às questões nucleares, principalmente ao projeto nuclear iraniano.

O jornal Haaretz chega a afirmar que Amano foi "esnobado" por Netanyahu.

O tema ganha ainda mais importância para Israel neste momento já que instituições internacionais vêm intensificando os pedidos para realizar inspeções nas nucleares do país.

Além disso, em maio, uma Conferência de Não Proliferação Nuclear aprovou uma resolução pedindo um Oriente Médio livre de armas atômicas.

Visita

Israel mantém, há dezenas de anos, uma política de ambiguidade acerca de seu programa nuclear, não confirmando nem negando possuir armas do tipo.

A explicação dada pelo gabinete de Netanyahu para o cancelamento da reunião com Amano foi que o premiê "está saindo de férias para se preparar para as negociações de paz em Washington"- entre Israel e a Autoridade Palestina, agendadas para o dia 2 de setembro.

Esta é a primeira visita de Amano a Israel desde que assumiu a direção da AIEA, substituindo o egípcio Mohamed El-Baradei, em dezembro passado.

Ele deverá ficar três dias no país, a convite da Comissão de Energia Atômica de Israel, e irá visitar o Centro de Pesquisa Nuclear de Sorek.

Amano também deverá se encontrar com o presidente de Israel, Shimon Peres, e com o ministro Dan Meridor, responsável por assuntos de Inteligência e de Energia Atômica.

O diretor da AIEA já se encontrou com o presidente Peres, na Conferência de Davos, na Suíça, em janeiro.

Peres, que foi o fundador do projeto nuclear israelense, pediu a Amano que tome medidas contra o Irã e lhe disse que "armas nucleares nas mãos de uma liderança fanática como a iraniana constituem uma ameaça não só para Israel, mas para o mundo inteiro".

Segundo o jornal israelense Haaretz, a visita de Yukiya Amano a Israel deveria ter sido mantida em sigilo, porém vazou para a imprensa.

domingo, 22 de agosto de 2010

The Airborne Toxic Event

Rocío (y después)


Por Santiago O’Donnell, para Página/12

Cae lluvia muy dura. Estados Unidos se desliza rápido hacia un estado de guerra permanente. Las últimas noticias lo confirman.

En Irak terminó la retirada de Obama. Pero ya se anunció que 50.000 soldados seguirán por lo menos hasta fines del año que viene. Esto es más de un tercio de los que llegaron y más de la mitad de los que estaban. Se llama retirada pero es un repliegue. Y los que se quedan no se pueden ir.

Se quedan para “apoyar a las fuerzas armadas iraquíes”, explicó la Casa Blanca. Para apoyar qué. Siete años y cinco meses de ocupación. Un millón de muertos y contando. Esta semana más de ochenta en una sola explosión. Votaron en un baño de sangre, veinte muertos en atentados suicidas. A cinco meses de las elecciones no pueden formar gobierno. Sunnitas y chiítas al filo de una guerra civil.

“Estamos cumpliendo con la promesa que hice durante la campaña para mi presidencia”, celebró el comunicado de Obama. Pero los soldados que vuelven de Irak se fueron de noche como ratas. Llegaron al hotel en Kuwait y gritaron “ganamos” sin convicción, cerveza en mano para las cámaras. Los demás siguen ahí para cuidar a los nuevos dueños del oro negro. Mientras exista riesgo con Bagdad, los soldados quedarán.

En Afganistán la situación es peor. A poco de asumir, Obama fijó la fecha de retirada para julio del 2011. Ese mismo día anunció que mandaba más soldados. Treinta mil refuerzos para llegar a noventa y cuatro mil soldados. ¿Para qué? El mes pasado Obama tuvo que echar al jefe de su ejército invasor. El general Stanley McChrystal le había dicho a la Rolling Stone que no alcanza con lo que hay, que no se puede ganar la guerra sin más refuerzos. Esta semana fue el turno de su reemplazante, el general David Petraeus. Dijo que las tropas podrían quedarse más allá de lo que dijo el presidente. “Para consolidar las conquistas que se empezaron a lograr”, aclaró con esa dosis de optimismo que le faltó a McChrystal para conservar su trabajo.

Pero Afganistán no está peor porque faltan refuerzos. Está así porque metieron demasiados. Después del fiasco de Colin Powell con armas de destrucción masiva, Saddam Hussein dejó de meter miedo. La guerra de Irak perdió su encanto. Entonces Obama la mudó al escondite del cuco de todos los cucos.

Petraeus, el nuevo comandante, lo dijo esta semana con ese lenguaje cowboy que tanto les gusta a los norteamericanos. “Atrapar vivo o muerto a Bin Laden sigue siendo uno de los principales objetivos de esta guerra.” Recordó, también, que Bin Laden sería el factótum detrás de la voladura de las torres. Está bueno que lo recuerde, porque hace años que Bin Laden no da señales de vida. Mucho menos de conducir una guerra contra la OTAN.

Mientras persiguen al cuco invisible sostienen a Karzai. El presidente afgano se mantiene en el poder por el fraude electoral que Naciones Unidas denunció sin que Washington se diera por enterado. El narcogobierno corrupto de Kabul se cae a pedazos; provincias enteras escapan a su control. Millones de dólares en coimas al enemigo para pavimentar caminos que no avanzan. Aldeas enteras voladas a control remoto.

El frente militar es un desastre. La campaña de primavera no dio ningún resultado. Europa sale corriendo. Los jefes tribales hacen lo que quieren. Los servicios paquistaníes dan descarado apoyo a la insurgencia talibán, se lee en los Wikileaks. Pero hay gas y hay opio y hay sed de venganza. Obama prometió que iba a ganar la guerra. Por eso se quedan los soldados.

Las noticias del frente interno tampoco son buenas. Hace dos años se discutía por Guantánamo, por Abu Ghraib, por los derechos humanos. Ahora sólo se habla de cazar inmigrantes y prohibir mezquitas.

Esta semana les tocó a las mezquitas. Nueva York aprobó un templo musulmán a dos cuadras de donde cayeron las torres. Obama fue y volvió en su defensa de la libertad religiosa. Primero dijo que apoyaba la decisión, después aclaró que no opinaba sobre la “sabiduría” de la misma. “No corresponde que juzgue decisiones que se toman a nivel local”, quiso zafar.

No le sirvió de mucho. Los candidatos republicanos reventaron las casillas de correo. Quieren que la mezquita sea un eje de la campaña legislativa, dice el New York Times, “Es preocupante que el presidente Obama haga oídos sordos otra vez ante lo que piensan y lo que preocupa a los americanos,” guapeó James Renacci, candidato en Ohio. “Ground Zero es tierra sagrada para los americanos”, definió Elliott Maynard, candidato en Virginia del Oeste. “¿O creen que los musulmanes permitirían un templo judío o una iglesia cristiana en La Meca?”

Primero habría que comprar el terreno. En Manhattan, a dos cuadras de Ground Zero, el dueño del lote es un inversor inmobiliario nacido en Nueva York. Se llama Sharif el-Gamal. Quiere hacer un centro comunitario con salas de reuniones, gimnasio, canchas de básquet, lugar de oración, auditorio para cuatrocientas personas, guardería y memorial a los caídos del 11-9. Gamal dice que hace falta. Hay dos mezquitas a pocas cuadras de ahí que revientan de gente. Eligió un mal momento. Ahora quieren cerrar mezquitas en Brooklyn, Statten Island, Ohio, Wisconsin y Tennessee con denuncias truchas de ruidos molestos.

Pero hay guerra, ¿qué querés? Hay guerra en continuado. Antes no era así. Durante un siglo fue ritual de pasaje para las generaciones. Primera Guerra, Segunda Guerra, Corea, Vietnam, Líbano-Panamá, primera guerra de Irak. Bien o mal, con más o menos muertos. Eso se veía después. Quedaba para los libros que se escribían en los intervalos de paz.

Hasta que un día se derrumbaron las torres. Desde entonces la guerra se festeja, se critica, se agranda, se achica, y cuando parece que afloja, vuelve a empezar. Pasan los años y se naturaliza. Se hace más videojuego, reality, megaevento, un vicio más. La tortura gana el EMMY, la invasión se lleva el Oscar.

Las malas noticias son para bancar, para sufrir, para redoblar el compromiso. Diez muertos, ocho muertos, cien muertos. Las buenas noticias sirven para el respiro. Retirada con gloria, ofensiva final. La guerra sale con ketchup y te la sirven en cajita feliz.

Hace cuarenta años hizo falta todo un movimiento social, toda una revolución, para sacar a las tropas del pantano. Por qué no recordarlo. Tomaron Berkeley, bloquearon bases, murieron baleados en Kent State. Impusieron el símbolo del óvalo con tridente y el saludo de los dedos en V. Se amaron en el rocío de Woodstock, marcharon a Washington, llenaron el Central Park. Dylan preguntó cuántos más deben morir, Lennon imaginó la Navidad sin guerra.

“Uno, dos, tres, cuatro.
¿Para qué peleamos?
Cinco, seis.
Siete, ocho y qué mas da.
La próxima parada es Vietnam.”

El himno de Country Joe y se escuchaba en todos lados. Joan Baez se encerró en un campanario. Mohammad Alí dejó el título en la cárcel. Eugene MacCarthy fue candidato a presidente. Jane Fonda viajó a Hanoi. ¿Todo eso para qué? “Trepamos la montaña más alta, pero igual no fuimos a ningún lado”, resumió el hombre del tamboril.

Hoy nadie marcha ni pinta paredes ni escribe una puta canción. Nadie habla de la guerra en el sucio boulevard. Es como dice Lou Reed. “Dalos vuelta y pínchales la cola con un tenedor. Están listos.”
sodonnell@pagina12.com.ar

Fim para a guerra da mentira


Jurandir Soares, no Blog Relações Internacionais.

(Artigo publicado na edição de domingo, 22/08/10, do Correio do Povo)

Os EUA estão anunciando que a guerra no Iraque acaba oficialmente a 31 de agosto. Guerra esta iniciada em março de 2003 em nome de uma mentira, as tais armas de destruição em massa de Saddam Hussein, alegadas pelo presidente George Bush, que não existiram. Aliás, Bush é alguém que deveria ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, porque, em nome dessa mentira, morreram 97 mil cidadãos iraquianos e 8.347 soldados da força de coalizão liderada pelos EUA. Estes números foram oferecidos nesta sexta-feira pelo jornal francês Liberatión, embora para a ONU o número de iraquianos mortos seja muito maior. Mas, além das mortes, tem-se um país destruído, onde a infra-estrutura de água, luz e saneamento funciona precariamente, quando funciona. A maior parte da população perdeu os seus negócios ou os seus empregos. Entre os últimos incluem-se os militares, tendo em vista que o exército iraquiano foi dizimado por ocasião do ataque americano.

Hoje os EUA tentam montar um novo exército para o país, para que se encarregue da segurança. Segurança esta que precisa ser dada às empresas americanas que operam no país: as petrolíferas e as da construção. As duas que, juntamente com a das armas, deram sustentação à guerra de Bush. Era preciso destruir o país para dar negócios às empresas da construção. E era preciso ocupar o país para assegurar o controle do petróleo para empresas com a Halliburton do vice-presidente de Bush, Dick Chiney. Não se pode esquecer que apenas um ano após o início da invasão as petrolíferas já alcançavam quase 100% da meta estabelecida, auferindo 1,5 bilhão de dólares ao mês com o petróleo. E dizer que tudo isto foi feito em nome da “Operação Liberdade Iraquiana”, que segundo o presidente Bush visava levar a democracia para o povo iraquiano. Ou seja, muito cinismo.Teria ele consultado o povo iraquiano para saber se esta era a sua vontade?

O grande fator a fazer com que alguns menos avisados acreditassem nas intenções de Bush era a figura de Saddam Hussein. Por se tratar de um ditador sanguinário, que não hesitava em mandar matar até um genro, se este estivesse lhe atrapalhando, vendeu-se a imagem de que se iria tirar um déspota do poder, que estava ameaçando a humanidade. E muita gente boa acreditou nisto. Hoje, Obama tenta diminuir a sangria que a guerra representa para os cofres do governo americano. Vai ter que arcar ainda com um contingente de 50 mil soldados no país. Mas é o cumprimento da promessa feita ainda durante a campanha eleitoral. Obama assegurou que no dia 1º de janeiro de 2012 não haverá mais nenhum soldado americano no Iraque.

Sabe-se que a retirada americana estabelece um vácuo no sistema de segurança iraquiano. Especialmente porque o Iraque não conseguiu ainda reestruturar o seu exército. E justamente um dos setores mais visados pelos terroristas em seus atentados é o militar. Como, aliás, aconteceu esta semana, em atentado que deixou mais de 60 mortos e mais de 100 feridos. Desta forma, a reestruturação do exército iraquiano para ficar a ponto de assumir a segurança do país vai levar muito tempo ainda. E o presidente Obama quer deixar totalmente o país até o final do próximo ano. Diante disto, a solução encontrada foi a contratação de funcionários terceirizados para atuar na segurança. Num primeiro momento serão contratados 7 mil. Todos, evidentemente, de empresas americanas. Com o que, diminuem as tropas, pagas pelo governo americano, e aumenta o contingente de americanos prestadores de serviço, pagos pelo governo do Iraque. Ou seja, os americanos seguem ganhando no Iraque e sem que ninguém seja responsabilizado pela agressão ao país.

sábado, 21 de agosto de 2010

Suspeita de crime eleitoral leva a busca e apreensão no Centro de Porto Alegre

Visite HUPPER, O SÁTIRO:

Eleitores estavam sendo convidados a assistir vídeos negativos sobre a história de vida de Dilma Roussef

O Ministério Público Eleitoral (MPE) realizou, hoje, uma operação de busca e apreensão em um escritório no Centro de Porto Alegre onde ocorria suposto crime eleitoral com possível compra de votos. O esquema, segundo o MP apurou, envolvia o convencimento de eleitores, que estavam sendo convidados a assistir vídeos negativos sobre a história de vida da candidata à Presidência pelo PT, Dilma Roussef.

Após responder a um questionário, os eleitores recebiam como presente uma caixa de bombons. Os eleitores, que eram abordados na rua e convidados a subir até o 6º andar de um prédio na Andradas, assistiam a seis vídeos respondendo algumas perguntas no final de cada programa. Na saída do escritório, recebiam um pedido de reflexão sobre o que haviam visto, e para considerarem a hipótese de votar no candidato José Serra, do PSDB.

A investigação do MPE começou no início desta semana, após denúncia feita pela funciónária pública, Bruno Quadros. A reportagem completa pode ser conferida, neste sábado, no Correio do Povo.

Fonte: Mylene Oliveira / Correio do Povo

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Colonos israelenses se organizam para fazer 'edição sionista' da Wikipedia


Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil

Líderes dos colonos israelenses na Cisjordânia começaram a patrocinar cursos sobre o site Wikipedia, com o objetivo de formar editores para verbetes relacionados ao conflito israelense-palestino na enciclopédia colaborativa online.

A grande maioria dos participantes do primeiro curso do que está sendo chamado de "edição sionista" da Wikipedia, realizado há alguns dias em Jerusalém, foi de colonos residentes em assentamentos na Cisjordânia.

O diretor do Conselho da Judeia e Samaria (Cisjordânia), Naftali Benett, especialista em tecnologia e um dos idealizadores do projeto, disse ao Canal 10 da TV israelense que a imagem de Israel na internet é "lamentável".

"Os grandes canais de comunicação da internet, como a Wikipedia, o Google e o YouTube, são quase completamente ocupados por grupos que são contra Israel, principalmente grupos islâmicos", afirmou.

Para Benett, as posições favoráveis a Israel "não têm presença na internet". Ele explica que o objetivo principal do curso, que segundo ele já contou com a participação de cem pessoas, é "colocar nossa posição perante o mundo".

As aulas são tanto para editores da Wikipedia em hebraico como da versão em inglês do site.

"Hoje em dia, os jovens já não consultam mais as enciclopédias normais, só a Wikipedia, e precisamos estar presentes no local consultado por dezenas de milhões de pessoas no mundo inteiro, para que a posição de Israel seja ouvida", disse Benett.

Edição

Já o secretário da associação Wikipedia em Israel, o advogado Dror Lin, que é um dos editores da enciclopédia virtual, manifestou ceticismo quanto à possibilidade de sucesso da iniciativa liderada por Benett.

"Eles só terão chances de influenciar o conteúdo da Wikipedia se entenderem que se trata de escrever uma enciclopédia, e não de manifestar as ideias deles", disse Lin.

De acordo com o advogado, pessoas que querem introduzir conteúdos na Wikipedia só conseguem fazê-lo se contribuem com fatos apresentados "de maneira neutra e fundamentada em fontes confiáveis".

Lin explicou que não é fácil fazer alterações de conteúdo e mudar a terminologia usada na Wikipedia.

"Utilizamos termos que são amplamente aceitos nas pesquisas acadêmicas e na mídia em geral", afirmou.

Prêmio

Para Naftali Benett, a Wikipedia utiliza termos incorretos, que não expressam a "verdade".

"Por exemplo, no caso da frota de Gaza (alvo de uma operação israelense em maio), na Wikipedia escreveram que foi uma frota humanitária, para trazer comida para os pobres coitados de Gaza, enquanto nós sabemos a verdade, que foi uma iniciativa de um grupo terrorista, ligado à Al-Qaeda, para romper o bloqueio de segurança", afirmou Benett.

De acordo com Benett, o mapa de Israel na Wikipedia também está "errado", por não incluir as Colinas de Golã, ocupadas por Israel durante a guerra de 1967.

"Depois da lei do nosso Parlamento, decretando a anexação de Golã, aquela região deveria constar no mapa do país", argumentou. A anexação da região, por Israel, no entanto, não é reconhecida internacionalmente.

Os organizadores do curso anunciaram que o editor que conseguir introduzir o maior número de "alterações sionistas" na Wikipedia ganhará como prêmio um passeio de balão sobrevoando o país.