quarta-feira, 30 de junho de 2010

DADEUS ATACA NOVAMENTE

Composite rotting head of a monk representing an allegory of iconoclasm; the head emerges from a rocky outcropping, infested with little figures who swarm over it; a diabolical mass is being conducted inside the gaping mouth, and on the pate sits a figure of the pope enthroned beneath a canopy with indulgences pinned up on the staves; various rituals and processions take place and are labelled with letters; in the foreground Protestant iconoclasts are clearing up bits of altarpieces, religious sculptures, sundry vanities and other church paraphernalia and tipping them into a fire.
1560-1570 Attributed to Marcus Gheeraerts I

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR.

O arcebispo dom Dadeus Grings entrou ontem na polêmica do fechamento da capela do Hospital das clinicas de Porto Alegre.

A partir de julho, o espaço dará lugar a um ambiente laico, sem imagens sacras ou que façam referências a qualquer religião.

– Vai ter briga – ameaçou.

Se você não tem nada mais útil para fazer, leia mais disso AQUI.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Relatório aponta para uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil


'Encontramos agrotóxicos, que estamos reavaliando, em culturas para os quais não estão autorizados, o que aumenta o risco tanto para a saúde dos trabalhadores rurais como dos consumidores', afirma o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.

Agrotóxicos que apresentam alto risco para a saúde da população são utilizados, no Brasil, sem levar em consideração a existência ou não de autorização do Governo Federal para o uso em determinado alimento. É o que apontam os novos dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (23), em Brasília (DF).

Em 15 das vinte culturas analisadas foram encontrados, de forma irregular, ingredientes ativos em processo de reavaliação toxicológica junto à Anvisa, devido aos efeitos negativos desses agrotóxicos para a saúde humana. “Encontramos agrotóxicos, que estamos reavaliando, em culturas para os quais não estão autorizados, o que aumenta o risco tanto para a saúde dos trabalhadores rurais como dos consumidores”, afirma o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.

Nesta situação, chama a atenção a grande quantidade de amostras de pepino e pimentão contaminadas com endossulfan, de cebola e cenoura contaminados com acefato e pimentão, tomate, alface e cebola contaminados com metamidofós. Além de serem proibidas em vários países do mundo, essas três substâncias já começaram a ser reavaliadas pela Anvisa e tiveram indicação de banimento do Brasil.

De acordo com o diretor da Anvisa, “são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer”. “Apesar de serem proibidos em vários locais do mundo, como União Européia e Estados Unidos, há pressões do setor agrícola para manter esses três produtos no Brasil, mesmo após serem retirados de forma voluntária em outros países”, pondera Barbano.

A Anvisa realiza a reavaliação toxicológica de ingredientes ativos de agrotóxicos sempre que existe algum alerta nacional ou internacional sobre o perigo dessas substâncias para a saúde humana. Em 2008, a Agência colocou em reavaliação 14 ingredientes ativos de agrotóxicos, dentre eles o endossulfan, o acefato e o metamidofós.

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Lavar alimentos pode ser inútil para tirar agrotóxicos


Defensivos agrícolas podem ficar dentro dos alimentos. Instituto pede regras mais rígidas para controlar venenos.

Deixar vegetais de molho no vinagre antes de levá-los à mesa pode ser ótimo para matar micróbios, mas nem sempre vai funcionar quando se quer tirar agrotóxicos de frutas e verduras, relataram especialistas ouvidos pelo G1.

A preocupação com resíduos tóxicos na comida ganhou força nesta quarta-feira (24), quando um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou alta presença de agrotóxicos nos alimentos brasileiros. De 3.130 amostras coletadas pela agência, 29% apresentaram algum tipo de irregularidade.

Segundo Anthony Wong, diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da Faculdade de Medicina da USP, “se o agrotóxico for de superfície, de aplicação limitada à parte externa do alimento, elimina-se o risco na maioria das vezes lavando bem”, diz. Os casos do morango e do tomate, por exemplo, poderiam ser “facilmente resolvidos” assim.

A dificuldade cresce nas situações em que há penetração da substância. “Nesse quadro, a fervura pode inativá-la, mas há agrotóxicos à base de zinco ou estanho, à base de metais, que são chamados estáveis”, afirma Wong. “Quando isso ocorre, o aquecimento não inativa, logo não reduz o perigo.”

O médico Wanderlei Pignati, professor de Saúde Ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é mais cético em relação à água. "[Lavar os alimentos] não resolve praticamente nada. Vai eliminar o agrotóxico que tem na casca, mas o grande problema está dentro", afirma.

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sábado, 26 de junho de 2010

PIADA PRONTA

Visite Hupper, o SÁTIRO

Yeda fará palestra na Lide Sul

A Associação de Empresários Lide Sul promove na segunda-feira um jantar-debate com a governadora Yeda Crusius. O tema da palestra será "O desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul". A Lide Sul é uma associação de empresários destinada a fortalecer o pensamento e os princípios éticos de governança corporativa no Brasil.

Correio do Povo

ENTRISMO SUI GENERIS

Vista de Curitiba, Capital do Paraná, Estado de Álvaro Dias:

Nome a ser anunciado como vice de José Serra (PSDB) na disputa pela Palácio do Planalto, o senador paranaense Alvaro Fernandes Dias, 66 anos, já foi expulso do PSDB e fez campanha para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2002. Recentemente, ele também bateu de frente com o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa para tentar disputar o governo do Paraná.

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Entrismo sui generis

Entrismo sui generis é o nome dado a tática política defendida pelo dirigente da Quarta Internacional Michel Pablo, no início dos anos 1950, a qual deu origem à crise da organização. Segundo ele a construção de partidos trotskistas ligados à Internacional não estava mais na ordem do dia, pois os chamados Estados Operários burocratizados (URSS e Leste Europeu) e o stalinismo, iriam "inevitavelmente" a uma guerra contra o imperialismo norte-americano, retomando assim o caráter revolucionário que haviam perdido a partir da política do "socialismo num só país".

Num relatório de fevereiro de 1952, Pablo insiste sobre a evolução à esquerda do stalinismo e, inclusive, da burocracia stalinista; (…) a burocracia soviética é ela própria obrigada – nas novas condições – a esquerdizar a sua política, a fazer apelo às massas, a procurar apoiar-se nelas. Pablo tira disso uma conclusão prática: os trotskistas devem entrar em massa nos partidos comunistas, onde estes forem majoritários, e sujeitar-se a tudo para neles entrarem: “as 'astúcias' e as 'capitulações' são não somente admitidas como necessárias”. É o que Michel Pablo chama o entrismo sui generis, que ele distingue evidentemente da táctica proposta por Trotsky, em 1935 – o “entrismo” no Partido Socialista – o qual esboçava então um “passo à esquerda” depressa parado.


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sexta-feira, 25 de junho de 2010

AULA

Magritte:

O Blog destaca hoje notícia do Editorial de Polícia do Correio do Povo de 25 de junho de 2010. Trata-se, como poderão perceber, de um exemplo, quase um manual de procedimentos, de como se cria e encaminha uma PAUTA POSITIVA governamental. Leiam atentamente os aprendizes de marqueteiros e tirem seus ensinamentos. Os grifos são nossos.

Presos se rebelam no Apanhador

Momentos antes de a governadora Yeda Crusius chegar à Penitenciária Regional do Apanhador, em Caxias do Sul, ocorreu um princípio de rebelião, na manhã de ontem. Eram 8h, quando cerca de cem presos da galeria A, que estavam no pátio, começaram o tumulto, gritando e batendo nas cercas, que isolam o local.

Vendo a agitação, os presidiários da galeria C aderiram ao início do motim, promovendo tumulto internamente, chutando as portas das celas e quebrando o que podiam. Inclusive as camas, que são de concreto, foram danificadas, com os pedaços do material arrancados sendo arremessados para todos os lados. Além disso, foram queimados colchões. Não há notícias de feridos.

O Batalhão de Operações Especiais (BOE), de Porto Alegre, foi acionado, ficando de guarda. Isso teria permitido que Yeda entrasse em parte da prisão. Segundo o BOE, foram usadas balas de borracha para controlar os rebelados. Após a saída da governadora, o BOE entrou efetivamente no prédio, promovendo uma revista nas celas. A manifestação, entretanto, continuou, mesmo durante a presença de Yeda Crusius no local e depois de sua partida.

A governadora foi à penitenciária para proceder a troca de comando, devolvendo a administração à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A casa prisional passou a ser gerida pela Brigada Militar em função de denúncias de tortura envolvendo agentes penitenciários. Os PMs estavam à frente da casa prisional desde 16 de abril. Como precaução, o BOE ficará até hoje na penitenciária. Ontem à noite, 19 detentos foram transferidos provisoriamente para a Penitenciária Industrial, onde devem permanecer por 15 dias. Na solenidade, a governadora fez questão de salientar sua confiança na administração da Susepe, afirmando que não haveria retrocesso na troca do comando. A administração foi assumida pelo funcionário de carreira da Superintendência Varlei Severo.

Na volta da penitenciária, no km 150 da RS 453, um batedor da BM, que fazia a escolta da governadora, se envolveu em uma colisão com um Monza. De acordo com a Polícia, o automóvel teria tentado ultrapassar a escolta e cortado a frente da moto do policial militar Argeu Antônio Becker, 43 anos, ocorrendo um batida na lateral do carro. O PM teve fratura em um braço e uma perna, sendo levado ao Hospital Pompeia, em Caxias do Sul. À tarde, Yeda visitou o policial. No último dia 16 de abril, a Brigada Militar assumiu a administração da Penitenciária Regional do Apanhador em função de supostos casos de tortura e de agressões praticados por agentes penitenciários.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Buenos Aires abre spa para cochilar no intervalo do trabalho

Foto de Charles Ebbets:

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

Foi inaugurado nesta semana no centro de Buenos Aires o primeiro spa para a siesta (cochilo após o almoço) da Argentina.

O local oferece aos clientes a oportunidade de tirar uma soneca durante o horário de trabalho, aproveitando parte do intervalo de almoço do interessado.

Os donos do empreendimento afirmam que o objetivo é atender à demanda numa área da capital argentina onde estão concentrados bancos e representações de empresas locais e estrangeiras.

O preço é de cem pesos (cerca de R$ 45) por 25 minutos de cochilo e inclui, para os que quiserem, outros 25 minutos de "introdução ao sono", com atividades como massagens, disse à BBC Brasil a psicóloga Viviana Vega, diretora do spa do sono que foi batizado de Selfishness.

"O cochilo reparador diminui o nível de estresse e é mais saudável do que remédios para dormir ou relaxar", disse Vega.

Testes

A psicóloga afirmou que, antes da inauguração, o espaço foi "testado" por convidados durante quase um ano, para saber se sentiam melhor e mais produtivos depois da soneca.

"Fizemos a prova com convidados, com cochilos de entre 20 e 45 minutos, e confirmamos que a proposta funciona", afirmou.

Segundo Vega, o nível de tensão diminui depois do cochilo.

Os quartos são decorados com a filosofia do feng shui e outras técnicas para gerar "harmonia", de acordo com a psicóloga. O investimento no spa do sono foi de US$ 70 mil (quase R$ 124 mil).

"Cada quarto é uma cabine equipada e ambientada com luz, aromas e sons especialmente desenvolvidos para este descanso", afirmou o outro diretor do empreendimento, Daniel Edgardo Leynaud.

Além de massagens para estimular o sono, o lugar oferece aos clientes chás que complementam o ambiente de relaxamento.

"O telefone não para com clientes pedindo hora. Planejamos, com o tempo, fazer uma franchising", disse Vega.

CERVEJA FORTALECE OS OSSOS DAS MULHERES


Segundo estudo de pesquisadores espanhóis, mulheres que bebem quantidades moderadas de cerveja podem fortalecer seus ossos.

O estudo analisou cerca de 1700 mulheres e verificou que a densidade dos ossos era melhor em mulheres que bebiam regularmente do que em mulheres que não bebiam.

Apesar disso, a equipe de pesquisadores adverte que o efeito pode estar mais ligado a hormônios de plantas presente na cerveja do que ao álcool, eles também sugeriram cautela em relação è descoberta. Eles advertem que o consumo diário de mais de duas unidades de álcool prejudica a saúde dos ossos.

Cientistas vêm pesquisando possíveis suplementos que possam ajudar as mulheres a manter a força de seus ossos após a meia idade.

Os pesquisadores da Universidade de Extremadura, na Espanha, não recomendam que as mulheres comecem a beber cerveja para fortalecer seus ossos, mas sugeriram que novos estudos sejam feitos com um ingrediente da cerveja chamado fitoestrogênio.

Eles recrutaram voluntárias com uma idade média de 48 anos e usaram ultra-som para medir a densidade dos ossos de seus dedos das mãos. Os resultados foram comparados levando-se em conta peso, idade e consumo de álcool das voluntarias.

Os pesquisadores verificaram que as voluntárias que consumiram o equivalente a até cinco unidades de cerveja por dia tinham uma densidade óssea maior do que as abstêmias.

Porém especialistas advertem que é difícil estabelecer um limite certo entre uma dose "saudável" de álcool e uma prejudicial.

O limite máximo estabelecido pelo estudo espanhol, de 35 unidades por semana, é o dobro do máximo recomendado para as mulheres.

Autor: BBC
Fonte: Banco de Saúde

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O ÓDIO DA IGREJA CATÓLICA


FRANCESC RELEA/MIGUEL MORA - Lisboa/Roma - 20/06/2010 - EL PAÍS

Portugal llora y el Vaticano ataca

José Saramago recibe el homenaje de sus compatriotas - El diario oficial de la Santa Sede denuncia con dureza el "marxismo" y la "ideología antirreligiosa" del Nobel

"Obrigado, José Saramago" (Gracias, José Saramago) puede leerse en dos grandes fotografías del escritor que cuelgan en la fachada del Ayuntamiento de Lisboa. Miles de portugueses desfilaron desde primera hora de la tarde de ayer por la capilla ardiente con los restos mortales del premio Nobel, para dar el último adiós. Lo hicieron en silencio, compungidos, y, algunos, con los ojos humedecidos. Alejados de la controversia sobre la figura de Saramago, quienes acudieron al Paços do Concelho desmienten la idea del enojo entre el escritor y Portugal.

Nada comparable a la reacción del Vaticano, que ayer dirigió desde las páginas de L'Osservatore Romano, su diario oficial, un furibundo ataque hacia el escritor, que sonó casi a celebración por su muerte. Saramago se había distinguido como uno de los intelectuales que más lúcidamente condenó los abusos cometidos en nombre de la religión.

En la cola formada en Lisboa predominó la madurez sobre la juventud. Y las palabras de elogio y respeto. "No creo que vuelva a tener la oportunidad de rendir homenaje a una figura como Saramago", manifestó José Barradas de Sousa, administrador de una empresa. "No me interesa la polémica sobre un portugués que era un gran hombre", dijo Manuel Araujo, jubilado. "A primera vista podía parecer poco simpático, pero en realidad no era así. He visto morir a varios escritores, es angustioso verlos partir", sostuvo María Seicette Lorenzo, secretaria de la Asociación Portuguesa de Escritores.

La voz más joven fue la más punzante. João Eça, 16 años, estudiante de Humanidades, ya ha leído Caín, El viaje del elefante y Ensayo sobre la ceguera: "Saramago no representaba la manera de ser de los portugueses, destacó por encima de la mediocridad". Y añadió: "Oscar Wilde dijo que los portugueses perdonan todo menos ser un genio".

La bandera portuguesa ondea a media asta y el Gobierno ha decretado dos días de luto nacional. Mientras los ciudadanos aguardaban pacientemente su turno, los políticos llegaban en coches oficiales e ingresaban directamente al Ayuntamiento. Todos menos el ex presidente Jorge Sampaio, que junto a su esposa hizo cola como uno más. El alcalde esperó en la puerta principal al primer ministro José Sócrates, rodeado de guardaespaldas, a quien acompañó el ministro de Exteriores, Luís Amado. Poco después llegó Dilma Roussef, candidata del Partido de los Trabajadores (PT) en las elecciones presidenciales brasileñas de octubre próximo, que estaba en Lisboa en visita oficial.

Previamente, acudieron a despedir al único premio Nobel portugués numerosos políticos e intelectuales, nacionales y extranjeros. Entre ellos, la ministra de Cultura, Ángeles González-Sinde. "Era un referente intelectual que demostró, con su compromiso, para qué sirven la literatura y los intelectuales", declaró a la entrada de la capilla ardiente.

Alguien dejó dos claveles rojos encima del féretro, aquel símbolo de la revolución de abril de 1974, en la que creyó con pasión. Entre las numerosas coronas dos llamaron la atención de los fotógrafos, las que llevaban la firma de Fidel Castro y Raúl Castro, líderes de la revolución cubana que Saramago apoyó hasta que pudo más el desencanto.

Precisamente su posición ideológica motivó ayer un ataque duro desde el órgano oficial del Vaticano, L'Osservatore Romano, que no guardó ni siquiera la compostura ante la muerte. En un artículo firmado por Claudio Toscani titulado La omnipotencia (relativa) del narrador, subraya la "ideología antirreligiosa" de Saramago, a quien define como "un hombre y un intelectual de ninguna capacidad metafísica, (y que vivió) agarrado hasta el final a su pertinaz fe en el materialismo histórico, alias marxismo". Para añadir: "Se declaraba insomne por las cruzadas, o por la inquisición, olvidando el recuerdo de los gulags, de las purgas, de los genocidios, de los samizdat (panfletos de la Rusia soviética) culturales y religiosos". En resumen, escriben, se distinguió por "la banalización de lo sagrado" y "un materialismo libertario" radicalizado con los años.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Dunga não cede e Globo recua para não ser “vilã”


Bob Fernandes
Direto de Durban, para Terra

Resumo da ópera Dunga x Globo & Mídia em geral nesta terça-feira, 22 de junho de 2010: Dunga não vai ceder.

A seleção continuará fechada, focada nos termos em que Dunga e os jogadores decidiram, e o treinador não atenderá a apelos de quem quer que seja. O chamado “grupo”, a seleção brasileira, está pactuada com seu técnico.

Quem teve e tem acesso aos fatos, nada além de Sua Senhoria O Fato, conta:
- …o consenso interno é esse… Dunga não cederá, irá com sua filosofia até o final, dê no que der. Ele tem a convicção de que tem gente que quer detonar o trabalho dele e que não é hora para privilegiar ninguém.

Isso de um lado do cabo de guerra. De outro, as reações da Globo depois do episódio de domingo entre Dunga e o comentarista Alex Escobar - narrado aqui, na segunda-feira, no post “Dunga divide e racha com a Globo, que reage”.

O editorial de domingo, lido no “Fantástico” pelo apresentador Tadeu Schmidt, foi redigido nos mais altos escalões do jornalismo da emissora.

A Globo, depois da reação inicial, decidiu dar o episódio por encerrado. Até que os fatos, ou os fados, a levem a voltar ao tema, trabalhará apenas nos bastidores.

A emissora entende que deve cobrir a Copa como se o episódio tivesse sido superado, deixando sempre clara sua torcida pela melhor performance do Brasil.

A Globo leva em conta, para tomar essa decisão, o rumo da opinião pública, amplamente favorável a Dunga neste momento da Copa.

Mais ainda.

A emissora percebe claramente os riscos e não pretende se prestar ao papel - nem mesmo num plano secundário - de ”vilã” no caso de uma derrota. Se as coisas não caminharem bem para a seleção, entendem, que fique claro que a emissora nada fez além de jornalismo.

Insistir agora em críticas exacerbadas ao treinador seria, além de pouco produtivo, levar a Globo para uma posição de risco excessivo diante da opinião pública, sempre volúvel e sensível a quaisquer ventos em momentos de comoção.

Uma derrota e eliminação da seleção brasileira em Copa do Mundo é, sempre, um fator para comoções. Recordemos: Roberto Carlos até hoje paga pela célebre arrumada no meião no jogo contra a França em 2006, seja ele culpado ou não.

Barbosa, o goleiro de 1950, morreu meio século depois carregando a cruz da suposta falha no gol de Ghiggia na final contra o Uruguai. Para não irmos tão longe, fiquemos em 1998.

Até hoje prosperam boatos ridículos sobre a final França 3, Brasil 0. Um deles, sem pé nem cabeça, envolve imaginários interesses da Nike. Quem for aos comentários a esse texto, em seguida, perceberá claramente como o boato ainda vive.

Outro boato, também em 1998, criou problemas sérios para um profissional correto e sério da emissora, que chegou a receber ameaças após a derrota. Não volto ao núcleo da boataria de então para não reacender os mesmos apetites.

DUNGA - O TSUNAMI DA GLOBO


Agora à tarde chega a notícia publicada no Portal do Lancenet que a FIFA punirá Dunga pelos fatos ocorridos. A rede Globo certamente está por detrás dessa punição covarde e canalha.

Quem presenciou na noite de domingo o editorial do programa “Fantástico” da rede Globo, lido pelo repórter Tadeu Schmidt, há de ter compreendido todo o desespero que se apossou da “Vênus Platinada”, em relação ao técnico da seleção brasileira.

Chamando-o de “grosseiro, mal educado “ e outros mimos a mais, a poderosa estação do Jardim Botânico viu pela primeira vez em mais de 40 anos, um brasileiro desafiar seu domínio, e literalmente mijar na sua cabeça.

Recordando os fatos mais recentes, inconformado com a proibição das tais “entrevistas exclusivas” que só seriam concedidas à Globo, na sexta feira o Assessor de Imprensa da CBF levou ao técnico Dunga outro memorandum, dessa vez do próprio Presidente Ricardo Teixeira, solicitando que se ordenasse a abertura para que as tais “exclusivas” fossem concedidas.

Dunga então rasgou o memorandum na frente do Assessor de Imprensa e como a reclamação vinha diretamente por ordem da Todo-Poderosa sra. Fátima Bernardes, Prima Dona do jornalismo televisivo, Dunga foi mais uma vez taxativo :

- Diz pro Ricardo que se é o que ele deseja, que coloque essa senhora como treinadora da seleção, eu entrego meu cargo” !!!!

Lógico que o técnico permaneceu. Dona Fátima então, sentindo-se “desprestigiada”. alegou um problema de “cordas vocais” e teria tomado o primeiro avião retornando ao Brasil.

Na entrevista coletiva, após o jogo contra a Costa do Marfim, Dunga então resolveu “premiar “ os repórteres da rede Globo que lá se encontravam. Pela leitura labial ficou fácil identificar que ele chamou Marcos Uchoa de “chato” e Alex Escobar de “babaca” e "cagão"

E disse tudo. O sr. Marcos Uchoa com aquela cara de diarréia reprimida é realmente um chato de galochas, e o sr. Alex Escobar, metido a engraçadinho e a bobo da corte, é a própria imagem do babaca cagão.

Em razão disso tudo que foi descrito, o sr. William Bonner, absolutamente descontrolado, escreveu do próprio punho o editorial ridículo que foi lido no Fantástico.

Agora à tarde chega a notícia publicada no Portal do Lancenet que a FIFA punirá Dunga pelos fatos ocorridos. A rede Globo certamente está por detrás dessa punição covarde e canalha.

Dunga merece uma estátua em praça pública.

É o primeiro brasileiro vivo a desafiar publicamente a força e o poderio da rede Globo, numa competição de cunho internacional. Leonel Brizola já o fizera antes, mas em assuntos de política interna.

A seleção brasileira de 2010, muito mais que uma seleção, passa a ser o retrato fiel de seu treinador . Que o seu sucesso seja um insulto à podridão que reina nas hostes da emissora do Jardim Botânico.

Dunga mijou na rede Globo por todos nós.

João Ignácio Muller - JIM

regiaonews.com.br

domingo, 20 de junho de 2010

Paco de Lucia - Entre dos Aguas

POLUI O OCEANO E VAI PASSEAR DE IATE


O diretor-executivo da petroleira britânica BP, Tony Hayward, foi duramente criticado por aproveitar o tempo livre para passear de iate com seu filho em vez de cuidar do vazamento de petróleo no Golfo do México.

O chefe de gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, disse que o passeio na Ilha de Wight, na costa sul da Grã-Bretanha, foi mais uma de "uma longa lista de gafes e erros de relações públicas" de Hayward.

"Citando Tony Hayward, ele recebeu sua vida de volta", disse Emanuel, em referência a uma afirmação feita pelo empresário.

"Acho que podemos concluir que Tony Hayward não vai ter uma segunda profissão como consultor de relações públicas", disse Emanuel à rede de televisão americana ABC, no programa This Week, que será transmitido neste domingo.

O integrante do Greenpeace Charlie Kronick descreveu o passeio de barco como "insultante... esfregando sal nas feridas" daqueles que foram prejudicados pelo desastre ecológico.

Hayward passou o dia com seu filho acompanhando uma competição de barcos que navegaram ao redor da Ilha de Wight.

Durante o evento, ele foi fotografado em seu iate Farr 52, de US$ 270 mil (cerca de R$ 480 mil), chamado "Bob".

O porta-voz da BP, Robert Wine, defendeu o comportamento de Hayward e disse que era o primeiro dia de folga que ele teve desde que o vazamento começou, no dia 20 de abril.

"Ele está passando algumas horas com sua família durante o fim-de-semana", disse Wine.

"Tenho certeza que todos entendem isso."

A BP anunciou que já pagou US$ 104 milhões (cerca de R$ 184 milhões) a moradores ao longo da costa do Golfo que registraram queixas contra a empresa após o desastre.

No fim desta semana, a companhia disse que Hayward estava repassando a tarefa de monitoramento diário dos acontecimentos na plataforma para o diretor-gerente Bod Dudley.

Um dispositivo sobre o poço danificado, que está a cerca de 1,5 mil metros de profundidade, tem conseguido coletar em torno de 25 mil barris por dia.

O volume coletado ainda é insuficiente para interromper o vazamento, estimado entre 35 mil e 60 mil barris de petróleo por dia.

BBC

quinta-feira, 17 de junho de 2010

FRASES

Magritte:

"Imparcialidade ativa não é uma posição em cima do muro".

José Fogaça, AQUI.

Pergunta do Blog: E imparcialidade passiva?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Vinho tinto e chá verde interrompem câncer de próstata


Segundo os cientistas, eles agora sabem exatamente por que os polifenóis do vinho tinto e do chá verde inibem o crescimento do câncer.

Polifenóis

Um novo estudo publicado no periódico médico FASEB Journal sugere que os polifenóis presentes no vinho tinto e no chá verde podem interromper uma via de sinalização celular ligada ao câncer de próstata.

Os pesquisadores verificaram que a interrupção dessa via pode retardar ou mesmo interromper o surgimento, a propagação e a progressão do câncer de próstata.

Segundo os cientistas, eles agora sabem exatamente por que os polifenóis do vinho tinto e do chá verde inibem o crescimento do câncer.

Vinho tinto e chá verde

Em seu artigo, eles explicam como os antioxidantes do vinho tinto e do chá verde produzem um efeito combinado para interromper a via de sinalização celular necessária para o crescimento do câncer de próstata e de outros cânceres.

Além de reforçar o efeito preventivo do vinho tinto e do chá verde, a descoberta poderá levar ao desenvolvimento de medicamentos que possam tratar, retardar ou mesmo impedir o surgimento da doença.

"A via de sinalização não desempenha um papel apenas no câncer de próstata, mas também em outros cânceres, como câncer de cólon, câncer de mama e câncer gástrico," afirma Gerald Weissmann, editor-chefe da revista, em um comentário no qual ele destaca a importância da descoberta.

Via de sinalização

"Mesmo que futuros estudos venham a mostrar que beber vinho tinto e chá verde não seja tão eficaz nos seres humanos como nós esperamos que seja, saber que os compostos presentes nessas bebidas interrompem esta via é um passo importante para o desenvolvimento de medicamentos que atinjam o mesmo objetivo," diz Weissmann.

Os cientistas fizeram experimentos in vitro que mostraram que a inibição da via SphK1/S1P (quinase-1/esfingosina 1-fosfato esfingosina) era essencial para que os polifenóis do chá verde e vinho matassem as células cancerosas da próstata.

Em seguida, camundongos geneticamente modificados para desenvolver o câncer de próstata humano foram tratados ou não tratados com os polifenóis do chá verde e do vinho. As cobaias tratadas apresentaram redução no crescimento do tumor.

Alimentos saudáveis

"O impacto profundo que os antioxidantes do vinho tinto e do chá verde têm sobre o nosso corpo é maior do que qualquer um poderia ter sonhado a apenas 25 anos atrás," acrescenta Weissmann.

"Enquanto forem tomados com moderação, todos os sinais mostram que o vinho tinto e o chá verde podem ser classificados entre os mais potentes 'alimentos saudáveis' que conhecemos," conclui ele.

Fonte: Site Diário da Saúde

100 MELHORES CERVEJAS DO MUNDO


Você já experimentou alguma?

Veja AQUI.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Resultados podem ser manipulados no Mundial


Contrariamente ao que diz a Fifa, é grande a possibilidade de manipulação de alguns jogos da Copa do Mundo na África do Sul, diz o jornalista canadense Declan Hill.

"Não estou certo a 100%, mas as redes de apostadores estarão lá, com milhões para investir, e tentarão manipular jogos", afirma Hill, maior especialista do assunto, em entrevista à swissinfo.ch.

A própria Fifa, pela primeira vez, se diz preocupada com a possibilidade de manipulação de resultados na Copa do Mundo, embora um pouco tardiamente.

Na segunda-feira (7/6), a entidade assinou um acordo com a ESSA (Associação Europeia para a Segurança e Integridade no Esporte), que reúne, segundo a Fifa, grandes operadoras europeias do esporte on-line.

A Fifa afirma que ainda que um acordo anterior havia sido firmado entre a entidade e a ESSA para vigiar a Copa do Mundo da Alemanha-2006, quando não foram detectadas irregularidades.

Segundo Declan Hill, não vai adiantar nada porque o grosso das apostas hoje não vem da Europa e sim da Ásia, cuja máfia investe 450 bilhões de dólares no futebol. Ele investigou as máfias de apostas e publicou, em 2008, o livro Soccer & Organized Crime? (Futebol & Crime Organizado).

Em entrevista à swissinfo.ch, quando passou recentemente por Genebra, Hill foi categórico: houve manipulação na Copa da Alemanha, em 2006, inclusive em um jogo do Brasil e, muito provavelmente, haverá também na África do Sul.

swissinfo.ch: A manipulação de resultados é recente?

Delclan Hill: Não, tem uma longa história. Começou no século 19, na Inglaterra, quando o remo era um esporte profissional. Os apostadores e a corrupção mataram o remo profissional e agora podem matar o futebol. Já existia também no futebol, mas nos últimos anos mudou de escala.

swissinfo.ch: Como assim, o que mudou?

D.H.: Até mesmo as apostas legais influenciavam o futebol. Na Inglaterra, as apostas são legais e vi milionários apostando 10 milhões de libras em jogo da Liga dos Campeões entre Manchester United e AC Milan. O que mudou completamente de escala foi a entrada no mercado, de maneira ilegal, dos apostadores asiáticos que movimentam, segundo estimativas de fontes policiais dos Estados Unidos, em torno de 450 bilhões de dólares por ano.

swissinfo.ch: Isso é um volume enorme, não é exagerado? E como funciona?

D.H.: É a realidade. Para se ter uma ideia, a Fifa vai ganhar em direitos de transmissão aproximadamente 3 bilhões de francos suíços nesta Copa. Somente para três países asiáticos – Cingapura, Malásia e Indonésia – a soma das apostas é avaliada em 8 bilhões. Funciona como uma teia de aranha. Tem os apostadores de um lado e uma rede enorme de contatos de outro, envolvendo empresários de jogadores, juízes, técnicos, administradores, fedederações etc. Não faz muito tempo, foram presas duas pessoas na Alemanha que trabalhavam para apostadores asiáticos para manipular jogos na Turquia.

swissinfo.ch: Na Copa do Mundo, quem pode ser corrompido para vender um jogo?

D.H.: As seleções que têm bons jogadores que ganham mal e têm poucas chances de ganhar a Copa. É o a caso de algumas seleções africanas e de países do Leste Europeu. Não posso afirmar com certeza que é assim que vai acontecer, mas a probabilidade é grande. Entrevistei bastante gente das máfias e mantive contatos. Na Copa da Alemanha, me avisaram dos resultados de quatro jogos com antecedência. Chorei quando vi que o Brasil ganhou de Gana por 3 a 0. Tinham me avisado antes. Tenho certeza que jogadores ganenses foram pagos para perder o jogo. Isso nada a tinha a ver com os brasileiros ou a CBF, mas com jogadores e dirigentes de Gana.

swissinfo.ch: Quando e quem paga para manipular o resultado de um jogo?

D.H.: Depende, mas no mínimo 50 mil dólares para cada jogador. Pode chegar a 100 ou 150 mil e dois ou três jogadores envolvidos. Pode haver corrupção de técnicos, juízes e membros de federações nacionais. Em mais de 90% dos casos, imagino que o favorito vai ganhar, mas isso impede o efeito-surpresa que faz a beleza do esporte.

swissinfo.ch: No grupo da Suíça tem algum adversário suspeito?

D.H.: Tem Honduras. Eu não tenho qualquer suspeita com o país, mas alguns jogadores ganham 100 dólares por mês e a federação ainda não pagou o bicho pela classificação. São alvos ideais para os apostadores. E o risco é ainda maior no terceiro jogo da primeira fase, onde "pequenas" seleções ainda estão na competição. No exemplo de Honduras, imaginemos que ela perde para a Espanha e para o Chile. O último jogo é contra a Suíça, e Honduras não teria mais chance de se classificar. Quem apostasse milhões na Suíça gostaria de ter certeza da derrota de Honduras.

swissinfo.ch: E nas oitavas de final?

D.H.: É imaginável, se houver confronto entre uma grande e uma pequena equipe, mas não entre duas grandes como Brasil, Itália, Alemanha, França.

E o que faz a Fifa nisso tudo?

D.H.: Praticamente nada. Assinou um contrato visando detectar anomalias de apostadores on-line e uma linha para que jogadores que forem contatados denunciem anonimamente. As duas medidas não servem para nada. Sinceramente não sei porque não tomam medidas mais eficazes.

swissinfo.ch: Que medidas?

D.H.: Primeiro, criar uma espécie de polícia, como fez a Uefa – União Europeia de Futebol. Segundo, a Fifa deveria pagar diretamente os jogadores das seleções "menores" e não entregar o dinheiro às federações.

Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch

La salud no es lo primero en el modelo agroindustrial


Una comisión conformada por el gobierno provincial analizó estadísticas en zonas con uso intensivo de agroquímicos. En una década se triplicaron los casos de cáncer en niños y cuadruplicaron los nacimientos con malformaciones.

Por Darío Aranda, para Página/12

Es la primera vez que una provincia aporta estadísticas sanitarias vinculadas con zonas con uso intensivo de agroquímicos. Los datos son contundentes y confirman las denuncias que desde hace años realizan los vecinos: los casos de cáncer en niños se triplicaron y las malformaciones en recién nacidos aumentaron 400 por ciento. Sucedió en sólo una década y corresponden a un estudio oficial de la Comisión de Investigación de Contaminantes del Agua del Chaco, creada por el gobernador en diciembre pasado. “Primer Informe” es el simple título del documento que fue entregado en la Casa de Gobierno provincial y en el Ministerio de Salud local. Los casos de cáncer están focalizados en la localidad de La Leonesa, cercana a Resistencia y epicentro de las denuncias por el uso de herbicidas y plaguicidas. Las malformaciones corresponden a datos de toda la provincia, donde –siempre según datos oficiales– se producen 17 casos por mes. La Justicia ordenó frenar las fumigaciones y exigió urgentes estudios de impacto ambiental.

A Iván le gustaba ver las avionetas que sobrevolaban sobre su casa. Tenía seis meses, escuchaba los motores y pedía upa para salir al patio y saludar el paso del aeroplano. Laura, la mamá, lo levantaba y llevaba al jardín para dar el gusto al bebé. Con el paso de las avionetas, Iván aprendió a saludar con la mano, se reía y festejaba el vuelo rasante. A los 2 años le detectaron leucemia. Fue trasladado de urgencia al Hospital Garrahan, padeció ocho meses de quimioterapia y dos años de tratamiento intensivo.

“Los médicos me preguntaron si vivíamos cerca de plantaciones con agroquímicos. Recién ahí me enteré de que la avioneta que saludábamos con mi bebé lo que hacía era echar veneno en el campo frente a mi casa. Se me vino el mundo abajo”, explica Laura Mazitelli, del barrio La Ralera de La Leonesa. Era 2002, Iván se recuperó, y Laura se transformó en una denunciante de los agroquímicos. La trataron de loca y opositora al desarrollo, pero los casos de cáncer se multiplicaron y los vecinos comenzaron a organizarse.

La Leonesa es una localidad de diez mil habitantes a 60 kilómetros de Resistencia. Desde hace una década denuncian el efecto sanitario de los agroquímicos utilizados en plantaciones de arroz. Apuntan al glifosato, endosulfan, metamidofos, picloran y clopirifos, entre otros químicos usados también en los cultivos de soja.

Por la movilización constante y el reclamo de estudios, el gobierno del Chaco creó por decreto el 9 de diciembre de 2009 la Comisión Provincial de Investigación de Contaminantes del Agua. Incluyó la participación del Ministerio de Salud Pública, la Administración Provincial del Agua (APA), el Ministerio de Salud de Nación, la Universidad Nacional del Nordeste (UNNE) y el Ministerio de Producción. “Tendrá como misión receptar, estudiar, coordinar y conducir las acciones para garantizar y optimizar la contaminación de arsénico, agroquímicos y otros”, señala el breve decreto, de sólo dos páginas.

A cinco meses de su creación, la Comisión Investigadora finalizó su primer informe, que fue publicado por el periodista Brian Pellegrini, del sitio de noticias Chaco Día por Día.

“Respecto de patologías oncológicas infantiles, leucemias, tumores cerebrales y linfomas, se observa un mayor número de casos anuales a partir de 2002. En La Leonesa, en el período 2000-2009 se comprueba un incremento notable, que triplica la ocurrencia de cánceres en niños”, afirma el trabajo de la Comisión oficial, focalizado en La Leonesa.

En la década de 1990-1999 se registró un promedio de 0,2 casos por año (1 caso cada 60 meses). En tanto en el período 2000-2009 se contabilizaron 0,6 casos por año (1 caso cada 20 meses). “Los valores se encuentran por encima de lo esperado, incrementándose notablemente en los últimos diez años, período en el que los casos registrados triplican la ocurrencia de cáncer en niños menores de diez años.”

La media mundial de cáncer en menores de 15 años es de 12-14 casos cada 100.000 niños. Los datos oficiales de Chaco muestran que en La Leonesa el registro trepa a 20,2.

El informe señala la multicausalidad del cáncer, pero llama la atención: “Este incremento de la casuística coincide con la expansión de la frontera agrícola (...) vulnerando la salud de la población, debido a que las prácticas y técnicas de cultivo incluyen pulverizaciones aéreas con herbicidas cuyo principio activo es el glifosato y otros agrotóxicos.” Todas las cifras surgen del Servicio de Estadísticas del Hospital Pediátrico local y destaca que un 25 por ciento más de casos son atendidos directamente en el Hospital Garrahan de Buenos Aires, por lo cual las cifras totales de casos es mayor.

Beatriz Nicolini es pediatra, trabaja desde hace 25 años con pacientes oncológicos, integra la Comisión oficial y confiesa que, “a pesar de la magnitud de las cifras”, no le asombraron los datos. “Hace tiempo que vemos cómo se multiplican los chiquitos con cáncer. Pareciera no detenerse. Y, aunque no hay una sola causa de ese incremento, los casos aumentaron al mismo tiempo que aumentaba el uso de agroquímicos, ya sea en arroceras o soja”, explica y detalla que sobresalen los casos de leucemia, seguidos por tumores cerebrales y linfomas.

“Tatiana de 5 años. Milagros de 8. María de 7. Francisco de 12. Victoria de 6. Son todos vecinos con cáncer. Y lo peor es que la lista sigue. Todas familias humildes que están pasando lo mismo que nosotros”, lamenta Laura Mazitelli, la mamá de Iván, la que llamaron “loca” y ahora reprocha: “¿Hacían falta tantos casos para reconocer que nos están envenenando?”

Las malformaciones crecieron aún más. En una década se cuadruplicaron en toda la provincia del Chaco los casos en recién nacidos. En el lapso de un año, entre 1997-1998, hubo en Chaco 24.030 nacimientos, de los cuales se contabilizaron 46 malformaciones. Una década después, en doce meses entre 2008 y 2009, se registraron menos nacimientos: 21.808, pero se multiplicaron las malformaciones: 186 casos. El informe oficial destaca que se pasó de un índice de 19,1 por cada 10.000 nacidos a 85,3.

Los datos corresponden a la Unidad de Terapia Intensiva (UTI) de Neonatología del Hospital Perrando de Resistencia. De 1997 a 1998 hubo un promedio de 4,9 casos por mes. De 2001 a 2002 creció a 7,5 casos. Y entre 2008 y 2009 aumentó a 16,8 casos mensuales.

Desde el Ministerio de Salud de Nación informaron que no se cuenta con estadísticas nacionales sobre el tema. Desde la Comisión investigadora, una integrante –que pidió mantener el anonimato por “las enormes presiones” que están recibiendo–, consideró que “todos los firmantes del informe tenemos mucha experiencia y antecedentes en lo que estudiamos, pero las empresas arroceras y sojeras están presionando mucho al Gobierno. No sabemos cómo terminará, hay demasiados intereses en juego”.

Dos integrantes de la Comisión confirmaron que están elaborando un segundo informe que aporta estadísticas oficiales sobre el geométrico incremento, en zonas con uso de agroquímicos, de los embarazos que no llegan a término por abortos espontáneos, el aumento de problemas reproductivos en adultos y crecimiento exponencial de cáncer de mamas. No tienen fecha definida para entregarlo a las autoridades, pero alertaron sobre la posibilidad de “intromisiones en el trabajo de la Comisión”.

El primer informe fue elevado al gobernador del Chaco, Jorge Capitanich, y al Ministerio de Salud provincial el 8 de abril. La investigación oficial resalta que sólo son incluidos datos del servicio de salud pública. “Tanto en datos estadísticos de enfermedades oncológicas infantiles como en malformaciones en recién nacidos no están incluidos los registros de instituciones sanitarias privadas, en los cuales las estadísticas son similares, aspecto que las aumentaría considerablemente.”

El informe de la Comisión investigadora solicita que se tomen “medidas precautorias” en La Leonesa hasta que se realice un estudio de impacto ambiental y piden que se amplíen los análisis a otras seis localidades que estarían en las mismas condiciones: Gancedo, Napenay, Santa Sylvina, Tres Isletas, Avia Terai y Colonia Elisa.

domingo, 13 de junho de 2010

Liga Árabe pede fim de bloqueio israelense a Gaza


O secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Amr Moussa, pediu neste domingo o fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza, durante a primeira visita de um alto funcionário árabe ao território palestino desde que o Hamas assumiu o poder em 2007.

A visita é parte de um esforço internacional pelo fim do bloqueio, imposto contra o governo do Hamas. "Este bloqueio, que estamos aqui para confrontar, deve ser encerrado. A posição da Liga Árabe é clara", disse Moussa.

O secretário-geral da Liga Árabe entrou no território palestino a partir do território egípcio pela cidade de Rafah. A fronteira foi aberta pelo Egito após o ataque israelense, no dia 31 de maio, a uma frota de barcos que levavam ativistas pelos direitos humanos e pretendiam prover ajuda a Gaza.

Na operação da Marinha israelense, nove ativistas foram mortos e diversos outros ficaram feridos, o que gerou uma forte reação internacional contra as medidas israelenses.

Bloqueio

Israel diz que o bloqueio a Gaza é necessário para evitar ataques do Hamas e de outros grupos militantes palestinos.

Entretanto, críticos apontam que as restrições castigam principalmente a empobrecida população de Gaza, de 1,5 milhão de habitantes.

Muitos moradores ainda vivem em campos improvisados desde a última incursão israelense no território, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que o bloqueio é "insustentável" e prometeu uma ajuda de centenas de milhões de dólares ao território palestino.

No início deste mês, a Liga Árabe, que representa 22 países árabes, afirmou que pediria o fim do bloqueio no Conselho de Segurança da ONU.

Aproximação

Ao chegar a Gaza neste domingo, Moussa foi recebido por representantes de todos os grupos políticos palestinos.

Durante o dia em que permanecerá no território palestino, ele tem na agenda encontros tanto com membros do Hamas, que controla Gaza, quanto do Fatah, que controla a Cisjordânia.

Os dois partidos são rivais desde que o Hamas expulsou o Fatah de Gaza utilizando violência em 2007.

O correspondente da BBC em Jerusalém, Tim Franks, disse que a visita do chefe da Liga Árabe tem como finalidade promover uma aproximação entre as facções rivais.

BBC

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Israel y el antisemitismo


Varias unidades de las fuerzas israelíes asaltaron la semana pasada una flotilla de buques desarmados que pretendía romper pacíficamente el bloqueo de Gaza. Todo ello sucedía en aguas internacionales, con flagrante vulneración del derecho. Total, nueve muertos en la tripulación de la flotilla y ninguno en las tropas asaltantes: una desproporción que revela la iniquidad del ataque. Las armas que encontró Israel en la flotilla turca eran simples cuchillos de cocina. Fue peor que un error: fue un crimen. Uno más en aquella zona de inacabable violencia.

Francesc de Carreras, para La Vanguardia

Como siempre sucede en estos casos, las críticas a esta acción israelí han sido consideradas un signo de antisemitismo. Por lo visto, criticar a los gobiernos israelíes tiene un límite que establecen unos infalibles detectores de antisemitismo con vocación de censores. Para ellos, cualquier crítica al Estado de Israel suscita sospechas. Mediante esta coacción moral, se intenta limitar la libertad de expresión de los críticos: su versión de los hechos siempre es considerada sesgada, cargada de prejuicios, de un latente racismo, en definitiva, se trata del antisemitismo de siempre.

¿Qué hacer ante este chantaje? Simplemente no ceder, no dejarse influir, seguir razonando sin complejos. Quizás –paradójicamente– seguir el ejemplo de muchos judíos a lo largo de la historia: aquellos que no han cejado en el empeño de ser judíos a pesar, no ya de las críticas, sino de las persecuciones.

Efectivamente, la persecución de los judíos, por el mero hecho de ser judíos, no es ningún mito, sino una verdad histórica irrefutable. El judaísmo es una religión y, a la vez, una cultura y unas costumbres. Practicar esta religión y estas costumbres no ha sido fácil. Todo empezó en la antigüedad más remota, con el patriarca Abraham arribando a Canaán, hoy Israel, tal como cuenta la Biblia. Después la huida a Egipto hasta su vuelta a Canaán, la tierra prometida. La peculiaridad judía de aquellos tiempos era que se trataba de una religión monoteísta frente al politeísmo reinante. Los judíos adoraban a un dios que no tenía ni las formas ni las características de los humanos, como era el caso de los dioses griegos y romanos. Era un grupo raro en aquellos tiempos y por eso fueron perseguidos.

No les cambió la suerte con la aparición y la posterior expansión del cristianismo. En la unidad cristiana medieval, los judíos fueron la única minoría no cristiana de Europa. A pesar de un origen común, no adoraban al mismo dios que los cristianos porque no creían que Jesucristo era el Mesías esperado. Iglesia y sinagoga eran símbolos opuestos. El Evangelio ya maldice a los judíos y san Juan Crisóstomo dice de ellos: "La sinagoga no sólo es un burdel y un teatro, es también una cueva de ladrones y un antro de bestias salvajes...". Es sólo un ejemplo.

En la edad media los judíos se convirtieron en el chivo expiatorio de cualquier conflicto y sufrieron las consecuencias: la eliminación física –pogromos–, la segregación en las ciudades –los guetos o juderías–, expulsiones continuas –la diáspora–. Podían haberse salvado con el protestantismo, pero Lutero fue un antisemita convencido, no menos que la Santa Inquisición. En todos estos casos, se les perseguía en nombre de la religión cristiana.

Con la Ilustración se empezó a cambiar de criterio: la igualdad política los convertía en ciudadanos. Ello se acentuó con las revoluciones liberales: en Gran Bretaña, en Estados Unidos, en Francia, después en toda Europa. Sin embargo, los judíos empezaron a destacar en las finanzas, en las profesiones liberales, en el mundo del pensamiento. Empezaron a disputar el poder social y económico a las élites tradicionales y conservadoras de los distintos países. Con éxito, con mucho éxito.

Fue entonces cuando se conjugaron dos factores en su contra: por un lado, el nacionalismo romántico alemán; por el otro, las teorías raciales con pretensiones científicas. Se les consideraba traidores a la patria –eran "un Estado dentro del Estado", según Fichte– y, además, ya no sólo observaban una religión distinta, sino que pertenecían a una raza distinta dentro de un mundo, según algunos, de razas enfrentadas en las que, a la manera darwinista, sólo sobrevivirían las más aptas. Ahí empezó la persecución racial en el mundo germánico a mitad de siglo XIX, que se acentuaría con la primera guerra europea y culminaría con Hitler y el holocausto, el mayor genocidio de la historia.

La historia de los judíos ha sido, no cabe duda, una trágica historia de persecución, discriminación y segregación. Pero ello no implica que debamos permanecer callados ante los desmanes de quienes hoy dirigen Israel, que son judíos pero no son todos los judíos y ni siquiera representan a los judíos. La historia nunca puede justificar las injusticias del presente. No se critica al Gobierno de Israel por razones religiosas ni por razones raciales –las dos principales causas del antisemitismo–, sino por sus actuaciones políticas concretas. No es antisemitismo. Incluso no son antisemitas quienes dan argumentos razonables para poner en duda la oportunidad de la ONU al crear, hace más de sesenta años, el Estado de Israel.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

When You’re Strange: A Film About The Doors


Realizado por Tom DiCillo e narrado por Johnny Depp, é um novo documentário com imagens de arquivo inéditas sobre a mítica banda de Jim Morrison.

O documentário inclui imagens de um filme experimental sobre Morrison rodado em 1969 e até há pouco tempo desconhecido: chama-se “Highway” e foi realizado por Paul Ferrera e Babe Hill, que eram amigos do cantor.

Euronews

Brasil se firma no cenário global mesmo com sanções ao Irã

Visite The Full Enchilada.

Alessandra Corrêa*
Da BBC Brasil em Washington

Apesar de o Conselho de Segurança da ONU votar nesta quarta-feira uma resolução prevendo novas sanções contra o Irã, a iniciativa do Brasil em busca de uma solução diplomática para a questão nuclear iraniana marca o reconhecimento de uma maior relevância do país em grandes questões globais, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.

O Brasil – que no mês passado, ao lado da Turquia, havia obtido um acordo com o Irã, rejeitado pelos Estados Unidos – tentou, sem sucesso, evitar a votação e investir no caminho do diálogo entre os países envolvidos na questão.

“Mesmo que a posição do Brasil não prevaleça, o país vai obter o reconhecimento como um importante ator global, que vai ter influência nas grandes questões internacionais”, diz Michael Shifter, presidente do instituto de análise política Inter-American Dialogue, com sede em Washington.

Segundo Shifter, a atuação do Brasil na busca por um acordo com o Irã marca um ponto de virada.

“Mostra que o Brasil vai ter um papel influente na maioria das questões internacionais sensíveis. Até agora, o Brasil já tinha um papel em questões como G20, aquecimento global. Mas o Irã é uma questão mais sensível, que envolve segurança”, afirma Shifter.

“Há um reconhecimento generalizado, mesmo por parte daqueles que dizem que o Brasil pode ter sido ingênuo na negociação com o Irã, de que o Brasil vai estar envolvido (nas grandes questões).”

Para o jornalista e pesquisador Douglas Farah, do International Asessment and Strategy Center, a postura do Brasil ao negociar com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pode ter tido um impacto negativo em algumas partes do mundo.

“Há um amplo consenso de que o Irã não é um parceiro democrático, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou um entusiasmo excessivo (na visita a Teerã)”, diz.

“Dito isso, o Brasil provou que pode ser um ator importante no cenário global, que pode ser um interlocutor em situações em que outros fracassaram”, afirma Farah.

Votação

A votação no Conselho de Segurança está marcada para as 10h em Nova York (11h em Brasília), e a expectativa dos Estados Unidos, país que vem pressionando pela adoção de novas sanções, é de que a resolução seja aprovada com pelo menos 12 votos entre os 15 membros do conselho.

Todos os cinco membros permanentes, com direito a veto (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) já concordaram com a resolução.

Ainda não está claro como votarão Brasil, Turquia e Líbano, países que têm vagas rotativas, sem direito a veto, e se opõem às sanções. Esses países podem votar contra a resolução ou optar pela abstenção.

A falta de apoio desses países não é suficiente para impedir as sanções mas, segundo analistas, prejudica a imagem de união em torno do tema que os Estados Unidos gostariam de transmitir.

Sanções

Na terça-feira, em visita ao Equador, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que as novas sanções serão “as mais significativas que o Irã já enfrentou”.

As novas sanções endurecem as restrições financeiras e inspeções de cargas já em vigor, expandem o embargo de armas e incluem 40 empresas e um alto funcionário ligado ao programa nuclear a uma lista de pessoas e companhias sujeitas a congelamento de ativos e proibição de viagens.

As medidas buscam pressionar o Irã a interromper seu programa de enriquecimento de urânio, alvo de desconfiança dos Estados Unidos e de outros países. O temor é de que o Irã busque secretamente desenvolver armas nucleares, alegação negada por Teerã.

Apesar das três rodadas de sanções anteriores, o Irã continua se recusando a interromper seu processo de enriquecimento de urânio.

Acordo

No mês passado, durante visita do presidente Lula a Teerã, o Brasil e a Turquia fecharam um acordo pelo qual o Irã se comprometia a enviar urânio com baixo nível de enriquecimento ao território turco e receber em troca o material enriquecido a níveis suficientes para uso médico, mas não militar.

O acordo tinha como base uma proposta feita no ano passado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas recusada pelo Irã na época.

No entanto, apenas um dia após o anúncio do acordo, os Estados Unidos circularam a proposta de resolução contra o Irã no Conselho de Segurança, alegando que o pacto fechado em Teerã não era satisfatório, especialmente porque o governo iraniano não se comprometia a interromper seu processo de enriquecimento de urânio.

Nesta terça-feira, Ahmadinejad afirmou que, caso as novas sanções sejam aprovadas, seu país vai desistir de manter negociações sobre o programa nuclear.

Ainda na terça-feira, a embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiz Ribeiro Viotti, voltou a defender, em um debate no Conselho de Segurança, o acordo firmado em maio e uma solução diplomática para a questão.

Viotti disse que o Brasil “não acredita que este seja o momento de adotar novas sanções contra o Irã”.

Divergência

A decisão dos Estados Unidos de ir adiante com as sanções, apesar do acordo, foi mal recebida pelo governo brasileiro, e nos últimos dias declarações de ambos os lados indicam um aumento da tensão nas relações bilaterais. Clinton chegou a dizer que os Estados Unidos tinham “divergências muito sérias” com o Brasil sobre a questão.

“O governo Obama ignorou a iniciativa do Brasil e da Turquia. A iniciativa deveria ao menos ter sido explorada”, diz o professor Zachary Lockman, chefe do departamento de estudos islâmicos e de Oriente Médio da New York University (NYU). “Obviamente o Brasil e a Turquia não estão felizes com isso”, afirma Lockman.

Segundo Farah, há “um grande problema de comunicação entre o governo Obama e o governo Lula”.

“O Brasil pensava que a negociação com o Irã iria ajudar, representar um avanço no processo. O governo Obama surpreendeu o Brasil ao não aceitar o acordo”, diz Farah. “Acho que vai acrescentar uma significativa dose de tensão nas relações entre os Estados Unidos e o Brasil.”

No entanto, segundo Michael Shifter, as divergências observadas na questão iraniana são um sinal de uma mudança nas relações bilaterais, que vai exigir um ajuste de ambos os lados.

“O Brasil está se afirmando no cenário global, e os Estados Unidos terão de aceitar essa realidade”, afirma Shifter.

“Isso não significa que os dois países não poderão cooperar em outras questões. Mas obriga a uma abordagem diferente da tradicional, na qual os Estados Unidos definiam a agenda e o Brasil seguia”, diz o presidente do Inter-American Dialogue.

*Colaborou Camila Viegas Lee, de Nova York

O MASSACRE CONTINUA

Abaixo o primeiro vídeo, divulgado em abril, com os civis iraquianos mortos:

Mesmo dps de Bush, a guerra continua - sao os bastidores de Obama

O Wikileaks que postou o célebre vídeo de helicóptero mostrando a morte de 12 civis iraquianos por soldados americanos, abriu campanha em defesa de Bradley Manning, analista de inteligência do Exército preso sob acusaçao de ter entregue o vídeo.

O site questiona duramente os jornalistas Kevin Poulsen, que noticiou a prisao na Wired, e Adrian Lamo, por terem divulgado que Manning seria a fonte, quebrando "compromisso do jornalismo".

Em conversas online, segundo Poulsen e Lamo, o analista teria dito que passou ao Wikileaks um 2o vídeo, mostrando a morte de 97 civis afegaos, e também milhares de despachos classificados do Departamento de Estado com a rubrica "negociaçoes políticas ocultas quase criminosas" (!).

Hillary Clinton e vários milhares de diplomatas ao redor do mundo terao um ataque do coraçao quando acordarem uma manha e descobrirem que todo um depósito de política externa classificada está disponível, em formato de busca, ao público (!).

Via Toda Midia

Leia o original deste artigo no BLUE BUS e veja os links recomendados.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Un desierto donde los oasis son seres humanos

Vista do deserto de Sonora:

"Lo que hace bello al Sáhara es que esconde pozos en algún lugar", afirma Antoine de Saint-Exupéry en uno de los libros más emocionantes escritos nunca sobre el desierto, Tierra de hombres. El poder de esta frase del autor de El principito, que pasó por la terrible sensación de estar perdido en la nada, es que es una metáfora de la vida, que esconde pozos inesperados y por eso la gente sigue luchando sin rendirse, pero también es una certera descripción del desierto: es soportable porque en algún lugar habrá agua. Pero en el desierto de Sonora, entre México y Estados Unidos, que cada día cruzan cientos de personas que se juegan la vida en busca de una existencia mejor, los pozos han sido creados por los seres humanos.

En este territorio dominado por el polvo y el calor, plagado de serpientes de cascabel, con la Patrulla Fronteriza estadounidense empleándose día y noche en la búsqueda de inmigrantes sin papeles que llegan Arizona todos los días desde México, no hay oasis como en el Sáhara. Es un desierto que en algunos momentos resulta paradójicamente verde, porque esconde inmensos acuíferos bajo tierra, pero los pozos son muy escasos. Y, en los últimos diez años, han muerto en él 1.755 personas.

Por eso, organizaciones como Humane Borders -Fronteras compasivas o Los Samaritanos, se dedican a mantener oasis en el desierto. Son bidones de agua, que rellenan periódicamente, balizados con una bandera azul. Sin embargo, muchas veces sufren diferentes formas de vandalismo: a veces tirotean los depósitos de agua, otras arrancan la bandera, otras roban los bidones o los vacían. Algunos dueños de ranchos colaboran y tienen depósitos en su terreno, pero otros han declarado la guerra a los sin papeles. Durante un recorrido por el desierto para comprobar cuatro puntos, uno de ellos ha sido destrozado (se llevaron los bidones), en otro falta la bandera y dos están intactos y han sido utilizados.

Gary y Hall, dos voluntarios jubilados que colaboran con Humane Borders, explican que existe un acuerdo tácito con la Patrulla Fronteriza para que no utilicen los pozos como lugares para atrapar los inmigrantes sin documentos. Y que lo respetan. Explican que los bidones azules están situados en lugares estratégicos, en los caminos invisibles -como aquellos Trazos de la canción de los aborígenes australianos sobre los que escribió Bruce Chatwin- que van dejando los inmigrantes: un sendero en mitad de unos montes, la vía del ferrocarril, el lecho seco de un río.

"Son las ocho de la mañana y el calor no ha hecho más que empezar" explica Gary, un jubilado de San Francisco, instalado en Tucson, la principal ciudad del sur de Arizona, y que colabora con Humane Borders desde 2002. "Nos separan ocho millas de la frontera, resulta difícil imaginar subir y bajar todos esos montes caminando y escondiéndose", prosigue. La presencia de la Patrulla Fronteriza es constante, patrullando, en controles o también con un autobús aparcado en el que van recluyendo a los sin papeles que capturan para llevarlos a la frontera o a un centro de detención.

Cruzar no resulta nada fácil y sin embargo lo consiguen: cada día son atrapados entre 60 y 80 caminantes, pero se calcula que entre 600 y 800 lo logran. Y las cifras en verano bajan mucho: entre noviembre y marzo cruzan unas 1.500 personas al día. "Aunque en los últimos tiempos ha descendido mucho el número de personas que tratan de hacer el camino", explica Hall, quien cree que es mucho más por la crisis (hay menos trabajo por el que merezca la pena arriesgar la deportación, la cárcel o la vida) que por la ley SB 1070, que comenzará a aplicarse en Arizona a partir del 29 de julio y que permitirá a la policía pedir la documentación a cualquiera que pueda parecer que está en situación irregular en EE UU. La ley ha provocado un debate nacional y una movilización sin precedentes de los hispanos (que forman el 31% de los seis millones de habitantes de este Estado, que tiene unos 460.000 indocumentados, la mayoría mexicanos).

"Este es territorio de los minuteman, siempre que venimos nos encontramos algún destrozo", afirma Hall. Y acierta. Los minuteman son grupos ultras de los estados fronterizos que se han establecido como milicia y se dedican a patrullar la frontera por su cuenta. En Arizona se disolvieron hace dos meses porque empezaban a ser un problema serio de seguridad. Su nombre viene de los patriotas que, durante la guerra de independencia, lucharon como guerrilleros contra los ingleses. "Lo peor es que creen que están salvando este país", comenta Gary. La entrada a un territorio donde tienen simpatizantes se nota porque se atraviesa un puente decorado con infinidad de banderas estadounidenses y también porque la baliza que señala la presencia de los bidones ha desaparecido. Pero Gary y Hall llevan otra de repuesto en su camioneta. Y el desierto de Sonora seguirá escondiendo pozos y esperanzas pero también tragedias.

El País

FUMANDO ABUTRES

Visite SALIK:

Costume de fumar cérebro de abutre para prever jogos ameaça espécie

Entidades de proteção de animais na África do Sul estão dizendo que uma espécie de abutre tradicional da região, o abutre do Cabo, está ameaçada de extinção devido a crença local de que fumar o cérebro da ave ajuda a prever o resultado de jogos de futebol.

A tradição tem suas raízes nas culturas de várias etnias sul-africanas. Acredita-se que o animal tem a capacidade de prever o futuro e que, fumando ou ingerindo seu cérebro, seja possível adquirir esse poder.

O suposto conhecimento adquirido é então usado para se fazer apostas em resultados de eventos esportivos.

Leia mais na BBC.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Israel não pode resolver conflito com palestinos pela força


Segundo autor Amos Oz, Israel deve chegar rapidamente a acordo com palestinos sobre estabelecimento de Estado independente na Cisjordânia e Faixa de Gaza, porque problemas de Israel não podem ser resolvidos pela força.

Deutsche Welle

Durante 2.000 anos os judeus conheceram somente o poder da força através de chicotadas em suas próprias costas. Agora, já há várias décadas, estamos em condições de fazer uso de força. No entanto, esse poder tem nos embriagado, muitas vezes. Frequentemente, achamos que podemos resolver todos os problemas através da força. Para um homem com um martelo grande, diz o provérbio, todos os problemas parecem um prego.

No período anterior à fundação de Israel, uma grande parcela da população judaica na Palestina não conhecia os limites da força e pensava que ela poderia ser usada para alcançar qualquer objetivo. Felizmente, durante os primeiros anos de Israel, líderes como David Ben-Gurion e Levi Eshkol conheciam muito bem os limites dessa força e tomaram cuidado para não ir além dessas fronteiras. Mas, desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel se fixou na força militar. O mantra é: o que não pode ser feito pela força pode ser realizado com uma força ainda maior.

A ocupação israelense da Faixa de Gaza é um dos produtos negativos desse ponto de vista. Ela teve origem na hipótese equivocada de que o Hamas pode ser derrotado pela força armada ou, em termos mais genéricos, de que o problema palestino pode ser reprimido em vez de resolvido.

Não se derrota uma ideia pela força


Mas o Hamas não é somente uma organização terrorista. O Hamas é uma ideia. Uma ideia desesperada e fanática que cresceu a partir da desolação e da frustração de muitos palestinos. Ideia alguma jamais foi derrotada pela força – nem por ocupação, nem por bombardeios, nem pelo peso dos tanques, nem por comandos navais. Para derrotar uma ideia é preciso apresentar uma ideia melhor, mais atraente e aceitável.

Para Israel, a única forma de derrotar o Hamas é conseguir o mais rápido possível um acordo com os palestinos para estabelecer um Estado independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, de acordo com as fronteiras de 1967, tendo sua capital em Jerusalém Oriental. Israel tem que assinar um acordo de paz com Mahmud Abbas e seu governo, e assim reduzir o conflito israelo-palestino a um conflito entre Israel e a Faixa de Gaza.

Este último conflito só pode ser resolvido, afinal, através da negociação com o Hamas ou, mais sensatamente, pela integração entre o Fatah (de Mahmud Abbas) e o Hamas. Mesmo que Israel intercepte mais uma centena de navios caminho de Gaza, mesmo que envie soldados para ocupar a Faixa de Gaza mais uma centena de vezes, e mobilize, não importa quantas vezes, suas forças militares, policiais e secretas – nada disso resolverá o problema.

Estado de ocupação permanente


O problema é que não estamos sozinhos neste país, e tampouco os palestinos. Não estamos sozinhos em Jerusalém, nem os palestinos. Até nós, israelenses e palestinos, reconhecermos as consequências lógicas desse simples fato, continuaremos a viver em um permanente estado de ocupação – Gaza sob a ocupação de Israel, e Israel sob ocupação internacional e árabe.

Eu não menosprezo a importância da força. O poder militar é vital para Israel. Sem ele, não seríamos capazes de sobreviver um único dia. Pobre do país que menospreze a eficácia desse poder. Mas não podemos esquecer, nem por um momento sequer, que a força é eficaz somente como preventivo, para impedir a destruição e conquista de Israel, para proteger nossas vidas e nossa liberdade.

Qualquer tentativa de uso da força de forma não preventiva, que não seja em defesa própria, mas, pelo contrário, como forma de esmagar problemas e aniquilar ideias, levará a mais desastres, como aquele que provocamos em águas internacionais, em alto-mar, diante da costa de Gaza.

Autor: Amos Oz (CA)
Revisão: Augusto Valente

domingo, 6 de junho de 2010

VICE



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EXODUS


Notícia veiculada no Jornal Alef ("O Jornal da Comunidade Judaica") em 06 de janeiro de 2010:

Morreu, aos 86 anos, Ike Aronowicz, capitão do navio "Exodus". De acordo com o presidente israelense Shimon Peres, ele "deu uma contribuição única para o Estado, que jamais será esquecida". O "Exodus" zarpou do porto de Sete, na França, com mais de 4.500 passageiros a bordo, a maioria sobreviventes do Holocausto nazista que decidiram se estabelecer na Palestina. O navio foi cercado pela marinha britânica na costa da Palestina e impedido de atracar em Haifa. Depois de semanas isolados no mar, seus passageiros foram forçados a retornar à França. Por fim, tiveram que desembarcar na Alemanha e foram mandados para campos perto de Lubeck. O incidente revoltou a comunidade internacional, que ainda digeria com dificuldade o que havia acontecido aos judeus nos campos de concentração do Terceiro Reich durante a II Guerra Mundial. Pressionadas, as autoridades britânicas transferiram os refugiados judeus para campos no Chipre, onde permaneceram até a criação do Estado de Israel, em 1948. "O Exodus foi também criação de Aronowicz. Ele não foi apenas seu capitão, e sim um líder que deu à viagem caráter e determinação", declarou Peres.

Nota do Blog: Aparentemente Israel aprendeu bastante com essa experiência, a ponto de repetí-la seguidamente contra seus "inimigos", que são todos os que desejam acabar com o Apartheid de Gaza.

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Apartheid ("separação" em africânder), adotada legalmente em 1948 na África do Sul para designar um regime segundo o qual os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separados dos brancos, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos.

Leia mais na Wikipedia.

sábado, 5 de junho de 2010

Israel, um país sozinho


A situação em que vivem os palestinos é insustentável. O mundo todo, inclusive os Estados Unidos, sabe disso há muito tempo. Há pouco a acrescentar sobre sua penosa rotina, de falta de água, falta de comida, destruição de casas ou bombas sobre suas cabeças. Até mesmo Israel está ciente, melhor do que ninguém, das consequências danosas da sua ocupação das terras palestinas, que já dura 43 anos. Portanto não é o estado atual dos palestinos que pode definir o futuro do Oriente Médio. A chave de um futuro de paz para a região é o estado em que se encontra Israel. O que pode colocar um fim nesse conflito é Israel se convencer que sua situação atual é, assim como a dos palestinos, insustentável.

A desastrosa operação contra a frota de embarcações carregando ativistas em direção a Gaza, em que as forças de Israel mataram nove dos passageiros, isolou ainda mais o Estado judeu. Israel praticamente acabou com a amizade de décadas que desfrutava com a Turquia, uma democracia muçulmana integrante da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Os efeitos do abalo dessa relação, que já vinha se deteriorando, ficaram claros um dia após o ataque à frota. Israel mantinha as centenas de ativistas detidos, ameaçando inclusive indiciar boa parte deles criminalmente, quando o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, exigiu a libertação de todos. Dentro da aliança militar ocidental, um ataque a um de seus membros é visto como um ataque a todo o bloco. A Turquia, de onde vieram todos os nove mortos, declarou a ação israelense como criminosa e pediu uma atitude da Otan. Israel não teve escolha: em poucas horas, acatou o pedido de Rasmussen e libertou os detidos.

Os danos à imagem de Israel não pararam por aí. A União Europeia condenou o ataque, e a Grã-Bretanha, que nos tempos de Tony Blair portava-se quase como um aliado incondicional de Israel, não mediu suas palavras. O ministro do Exterior, o conservador William Hague, exigiu uma investigação sobre o incidente e disse que o episódio mostrava que o bloqueio da Faixa de Gaza deveria acabar. Segundo Hague, a medida, imposta em 2007, depois que o grupo Hamas tomou o controle do território, tem efeito "sobre uma geração de jovens palestinos". Em outras palavras, Israel pode estar gerando novos militantes prontos para atacar o Estado judeu no futuro. Além de injusto com a população civil, o bloqueio estaria sendo, na visão britânica, prejudicial à própria segurança de Israel. O país parece também ter perdido parte de sua amizade com o Egito. O vizinho, primeiro país árabe com quem Israel assinou um acordo de paz, decidiu abrir indefinidamente o posto de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, como protesto contra o ataque em águas internacionais do Mediterrâneo. Com a medida, o bloqueio a Gaza passa a ser apenas israelense, e não uma ação conjunta com o governo egípcio. Para completar, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, também exigiu a suspensão do bloqueio a Gaza, alertando que o sofrimento dos seus 1,5 milhão de habitantes não pode continuar.

Mas Israel sempre pareceu ignorar a falta de aliados, desde que os Estados Unidos continuem do seu lado. Tal relação, entretanto, vem sendo abalada há meses, primeiro pela recusa israelense em atender o pedido do presidente Barack Obama para que interrompesse a construção de casas em territórios palestinos (Jerusalém Oriental inclusive). Washington estendeu a mão a Israel após o ataque no Mediterrâneo, garantindo que o pronunciamento do Conselho de Segurança da ONU fosse mais brando do que queriam outros membros. Mas a secretária de Estado Hillary Clinton foi clara ao falar da Faixa de Gaza: "A situação em Gaza é insustentável e inaceitável", disse Clinton, que nos últimos meses já vinha pressionando Israel a voltar à mesa de negociações com a Autoridade Palestina. Os Estados Unidos continarão sendo o melhor amigo de Israel no mundo, mas tal amizade não é mais incondicional, como nos tempos de George W. Bush. Além disso, o poder da maior potência do planeta é hoje relativamente menor, portanto Washington sabe que não pode manter o status quo no Oriente Médio por muito mais tempo.

Após transformar a aliada Turquia em um quase inimigo, perder a parceria do Egito no bloqueio a Gaza, provocar uma resposta indignada da Grã-Bretanha, testar a paciência dos Estados Unidos e causar um estado geral de ira no mundo, será que Israel ainda acredita ser possível viver sozinho, sem amigos? É verdade que, como bem lembrou a revista The Economist, o premiê conservador Stephen Harper fez do Canadá o mais novo e entusiasmado amigo de Israel. Mas o Canadá não tem influência nem relevância suficientes para melhorar a difícil situação do Estado judeu. Alguns países no mundo optaram pelo isolamento político e econômico, como Coréia do Norte e Eritreia. Israel sempre se orgulhou de ser uma democracia moderna, com fronteiras e economia abertas para o mundo, mas parece não ter percebido que sua situação atual é cada vez mais insustentável. Sem fronteiras oficialmente definidas, com um provável arsenal nuclear escondido da comunidade internacional, sem aliados entre seus vizinhos, cada vez mais distante de seus antigos amigos e com uma imagem negativa ao redor do mundo, Israel segue o caminho do isolamento. A paz, como todos sabem, fica na direção oposta.

Rogério Simões, BBC