sexta-feira, 30 de abril de 2010

Manutenção de Lei da Anistia é "afronta" às vítimas


SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional condenou nesta sexta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve a Lei da Anistia, que perdoa crimes cometidos tanto por agentes do Estado durante o regime militar assim como por opositores do regime punidos pela legislação da época.

"A decisão coloca um selo judicial de aprovação aos perdões estendidos àqueles no governo militar que cometeram crimes contra a humanidade", afirmou o pesquisador da Anistia Internacional para o Brasil, Tim Cahill, em comunicado.

"Isto é uma afronta à memória dos milhares que foram mortos, torturados e estuprados pelo Estado que deveria protegê-los. Às vítimas e a seus familiares foi novamente negado o acesso à verdade, à justiça e à reparação."

O Supremo decidiu, por 7 votos a 2, rejeitar uma ação impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil que pedia uma revisão da lei de 1979.

A OAB defendia que a Lei da Anistia não beneficiasse autores de crimes como homicídio, abuso de autoridade, lesões corporais, desaparecimento forçado, estupro e atentado violento ao pudor cometidos contra opositores à ditadura militar, vigente no Brasil entre 1964 e 1985.

O entendimento do relator do caso no STF, ministro Eros Grau, foi de que não cabia ao STF legislar sobre uma revisão da Lei da Anistiam, tarefa que, segundo ele, caberia ao Legislativo.

Para o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a revisão da Lei da Anistia violaria o princípio de irretroatividade da lei penal e, por isso, a AGU colocou-se contrária à ação da OAB.

Em seu comunicado, a Anistia Internacional também criticou o Brasil por não seguir o exemplo de países vizinhos como Argentina, Chile, Bolívia e Uruguai que, de acordo com o grupo, levaram à Justiça acusados de crimes contra os direitos humanos durante os regimes militares nessas nações.

Na avaliação da Anistia Internacional, a decisão do STF, tomada na quinta-feira, deixa o Brasil em desacordo com leis internacionais que não permitem exceções para crimes de tortura e execuções extrajudiciais.

(Por Eduardo Simões)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

EUA queimam petróleo no mar para diminuir desastre ambiental

Foto Ilustrativa:

Equipes de emergência iniciaram nesta quarta-feira (28) a queima controlada da gigantesca mancha de petróleo provocada pela explosão de uma plataforma no golfo do México, diante da ameaça de o óleo chegar à costa do Estado americano da Louisiana.

O oficial da Guarda Costeira Cory Mendenhall explicou que a medida busca atenuar os efeitos do vazamento provocado pelo afundamento da plataforma petroleira diante da costa americana, na última quinta-feira (22).

- A mancha de óleo é incendiada com uma pequena boia que se desloca pela mancha e a inflama. A queima ocorre satisfatoriamente.

A drástica decisão de atear fogo à maré negra foi adotada após a mancha chegar a cerca de 40 km dos pântanos da Louisiana, hábitat de diversas espécies selvagens

Uma frota de barcos da Guarda Costeira e da companhia britânica de petróleo BP "empurra" as partes mais densas da mancha para uma barreira flutuante resistente ao fogo.

Técnicos da BP disseram que as queimas devem ajudar a reduzir o volume de petróleo sobre a água.

- O plano é queimar, de forma restrita e controlada, milhares de galões de petróleo, e cada operação dever durar cerca de uma hora.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) americana advertiu mais cedo que os fortes ventos sudeste previstos para os próximos dias poderão empurrar a maré negra para os pântanos da Louisiana.

A plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, afundou na última quinta-feira 240 km a sudeste de Nova Orleans, dois dias depois de uma explosão que deixou 11 trabalhadores desaparecidos.

O governador da Louisiana, Bobby Jindal, citou a catástrofe do furacão Katrina, que devastou o sul do Estado em agosto de 2005, e disse que o Estado deve se preparar para uma catástrofe.

- Devemos esperar o melhor, mas preparados para o pior. Estamos fazendo todo o possível para proteger o sustento de nossos cidadãos que ganham a vida com a indústria pesqueira e para defender a fauna e a flora que vivem em nossas áreas costeiras.

A queima da mancha de petróleo para proteger a costa provocará seus próprios problemas ambientais, criando enormes nuvens de fumaça tóxica e deixando resíduos no mar.

Na última terça-feira (27), as tentativas de fechar dois focos de vazamento no oleoduto ligado à plataforma, realizadas por quatro submarinos robotizados a 1.500 m profundidade fracassaram, levando à adoção da drástica alternativa do incêndio.

Nesta quarta-feira, a Guarda Costeira informou que o vazamento é ao menos cinco vezes maior do que o estimado inicialmente, chegando a 795 mil litros diariamente (5 mil barris de petróleo). Câmeras submarinas detectaram um novo buraco no duto que ligava a plataforma ao poço, somando-se aos outros dois já existentes.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

NORTE-AMERICANOS VALEM MAIS QUE BRASILEIROS?


Segundo a Air France, sim:

Voo AF447: advogada reprova política de indenizações da Air France

LONDRES, Reino Unido — Uma advogada que representa famílias de vítimas do voo AF447 Paris-Rio reprovou nesta terça-feira a Air France por oferecer somas variáveis, segundo a nacionalidade dos mortos, na expectativa de cumprir suas obrigações "com menos gastos e discretamente".

Sarah Stewart, do escritório londrino Stewarts Law, afirmou que as seguradoras da Air France oferecem extrajudicialmente indenizações diferentes em função da nacionalidade das vítimas: quatro milhões de dólares por pessoas nos Estados Unidos, 750 mil dólares no Brasil e 250 mil dólares na Europa.

Stewarts Law representa cerca de 50 famílias (venezuelanas, argentinas, brasileiras, alemãs, britânicas, holandesas, irlandesas e francesas) das vítimas do voo AF447, que caiu no mar no dia 1º de junho de 2009, deixando um trágico número de 228 mortos.

"As informações que temos, procedentes de fontes vinculadas às seguradoras, sugerem que a Air France e suas companhias de seguros esperam solucionar os pedidos de indenização sem gastar muito e agindo discretamente com as famílias, em atitude quase confidencial", declarou Sarah Stewart à AFP.

"Oferecem a algumas famílias 10 vezes menos, a outras 10 vezes mais, em parte em função da nacionalidade dos passageiros", acrescentou. "Estamos também em uma situação na qual os passageiros americanos e brasileiros valem de fato mais que os britânicos, europeus e irlandeses".

Stewart acusa a Air France de se apoiar em "leis obsoletas, argumentos jurídicos arcaicos", baseando suas propostas de indenização mais nas jurisprudências nacionais em função do local onde residem as vítimas do que nos textos internacionais, como a convenção de Montreal.

Esta convenção, que instaura o princípio da responsabilidade civil ilimitada do transportador aéreo em caso de danos corporais, datada de 1999, foi assinada por 97 países, entre eles Brasil e França.

"As famílias não conseguem entender como pode ser feita uma diferenciação desse tipo", disse Stewart, voltando a pedir à Air France que coloque 1 bilhão de dólares em um fundo que será distribuído de "maneira justa e equitativa" entre todos os beneficiários.

Contactados pela AFP, a Air France e a Axa, que atua como interlocutora entre as seguradoras e a companhia, não se pronunciaram.

A justiça brasileira aprovou, em março passado, o pedido de indenização de 1,15 milhão de dólares por danos morais à família de uma das vítimas. A Axa apelou dessa decisão em nome das seguradoras da Air France.

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Rotular é preciso


Cientista de maior entidade de defesa de consumidores diz apoiar rótulo para transgênicos

O cientista Michael Hansen, da Consumers Union, a maior entidade de defesa de consumidores do mundo, sediada nos Estados Unidos, disse dia 26 de abril em São Paulo que vê como positiva a decisão brasileira de rotular os produtos que contenham mais de 1% de matéria-prima transgênica.

De acordo com o cientista, a rotulação, além de possibilitar ao cidadão o direito de saber o que está consumindo, permite identificar com mais facilidade a causa de problemas de saúde, caso venham a ocorrer após o consumo. Segundo ele, mesmo que os produtos geneticamente modificados sejam testados rigorosamente, podem causar “efeitos adversos” após serem colocados no mercado.

“[Os produtos transgênicos] podem ser testados em 100 mil pessoas, mas uma vez que estão no mercado, milhões de pessoas estão sendo expostas. Você pode começar a ter efeitos adversos que você não vê na fase pré-comercial. Então, com o rótulo facilita para descobrir o que é e rastrear”, afirmou em debate do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.

Hansen defendeu, no entanto, que o rótulo contenha especificamente os genes modificados, para facilitar o diagnóstico médico, se necessário. “É ótimo ter símbolos. Mas em vez de dizer 'soja geneticamente modificada' o que é mais útil é ter no rótulo a fonte dos vários genes, porque as pessoas podem reagir a um e não a outro, então seria melhor em termos de rastrear para fins médicos”.

Autor: Bruno Bocchini
Fonte: Agência Brasil, via SIS SAÚDE

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Protesto antinuclear acirra campanha eleitoral na Alemanha no aniversário de Chernobil


Aniversário de 24 anos da tragédia de Chernobil foi precedido por protestos contra energia nuclear. Mais de 100 mil pessoas uniram-se em corrente humana às vésperas de eleições estaduais na Alemanha.

O dia 26 de abril de 1986 ficou marcado na história pelo acidente mais grave já ocorrido em uma usina nuclear. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a explosão ocorrida na cidade ucraniana de Chernobil, que na época fazia parte da União Soviética, ocasionou a morte de quase 9,3 mil pessoas devido aos efeitos da radiação.

Na Alemanha, 24 anos mais tarde, mais de 100 mil pessoas fizeram uma corrente humana em uma das maiores manifestações antinucleares das últimas décadas. O protesto ocorreu neste sábado (24/04), duas semanas antes das eleições estaduais no estado da Renânia do Norte-Vestfália, impondo-se como um fator que pode ser decisivo no pleito eleitoral.

O objetivo dos manifestantes foi enviar um sinal claro contra a política nuclear do atual governo de coalizão em Berlim, que pretende prorrogar o prazo de funcionamento de reatores nucleares na Alemanha. O protesto ocorre em um momento político importante, devido às eleições estaduais que se anunciam.

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Los swingers quieren tener personería


A la asociación que promueve el “estilo de vida swinger” ya le rechazaron la inscripción en 2002 porque su finalidad lesionaba “la moral y las buenas costumbres”. El Inadi advierte que la actual demora constituye una práctica discriminatoria.

Por Mariana Carbajal, para Página/12

La Asociación Argentina de Swingers reclama que le otorguen la personería jurídica, una pelea que lleva desde hace ocho años. En 2002, la Inspección General de Justicia le rechazó el trámite. El organismo, que depende del Ministerio de Justicia, Seguridad y Derechos Humanos, alegó en ese momento que la promoción del estilo de vida swinger, objetivo de la entidad, lesionaba “la moral y las buenas costumbres” y atentaba contra el deber de fidelidad establecido en el artículo 198 del Código Civil, aun cuando no haya engaño u ocultamiento y exista el consentimiento recíproco de los cónyuges de mantener relaciones sexuales con terceras personas. En diciembre, la AAS volvió a insistir con el pedido pero todavía no obtuvo respuesta. “Están cajoneando el expediente”, cuestionó el abogado constitucionalista Andrés Gil Domínguez, quien patrocina a la AAS.

La entidad acompañó su nueva presentación con un dictamen del Inadi del 31 de agosto de 2009 que recomienda a las autoridades de la IGJ otorgar la personería jurídica a la AAS, y advierte que denegársela contraria los valores democráticos, y los principios de igualdad, libertad y laicidad, y en consecuencia, se encuadra en una práctica discriminatoria. Como antecedente, la AAS incluyó un fallo de 2006 de la Corte Suprema de Justicia que avaló el reclamo de personería jurídica de la Asociación de Lucha por la Identidad Travesti Transexual de Argentina y revocó una sentencia de cámara que había sostenido que la Alitt perseguía fines sociales contrarios al bien común.

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Vaticano dá por encerrado incidente com documento ofensivo ao Papa


CIDADE DO VATICANO - O Vaticano deu por encerrado, neste domingo, o incidente do memorando de um funcionário do Foreign Office britânico que aconselhava o Papa a lançar sua própria marca de preservativos durante a visita que o Sumo Pontífice fará à Grã-Bretanha, em setembro.

"Para nós, o assunto está encerrado", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, após a publicação na edição dominical do jornal britânico The Sunday Telegraph deste documento interno, redigido por um funcionário subalterno, que também recomendava a Bento XVI que abençoasse um casamento homossexual e abrisse uma clínica de aborto.

No sábado, o Foreign Office apresentou suas desculpas ao Vaticano pelo texto que qualificou de "estúpido", informando que o funcionário responsável, um jovem empregado, havia sido transferido.

O incidente não terá nenhuma repercussão na visita do Papa à Grã-Bretanha, em setembro, declarou à imprensa italiana Federico Lombardi, destacando que o embaixador britânico no Vaticano, Francis Campbell, apresentou suas desculpas pessoalmente.

A visita de Bento XVI será a primeira oficial de um Papa ao Reino Unido, já que João Paulo II só fez uma missão pastoral ao país, em 1982.

Correio Braziliense

domingo, 25 de abril de 2010

Cem mil fazem ato público para retirada base americana de Okinawa


Quase cem mil pessoas participaram de um ato público em Okinawa, no sul do Japão, para exigir que uma base militar americana seja retirada da ilha.

Por um acordo de 2006, a base de Futenma deverá ser transferida do centro da ilha para a costa, mas manifestantes querem que o primeiro-ministro Yukio Hatoyama cumpra uma promessa de campanha e retire a instalação americana de Okinawa.

Divergências sobre a base estão prejudicando as relações entre o governo de centro-esquerda de Hatoyama e os Estados Unidos.

O correspondente da BBC em Tóquio, Roland Buerk, disse que o primeiro-ministro prometeu que resolveria a questão até o final de maio e agora está sob pressão por aparentemente ter protelado uma decisão.

A atuação de Hatoyama no caso pode ter influência no resultado das próximas eleições parlamentares do Japão em julho.

Há muito tempo os japoneses estão insatisfeitos com a permanência da base americana na ilha, que abriga mais da metade dos 47 mil soldados que os Estados Unidos mantém no Japão.

Muitos habitantes da ilha reclamam de barulho excessivo e de crimes, que associam à existência da base.

sábado, 24 de abril de 2010

El fracaso de la bossa nova


Crítica de la Argentina

Llegué a Brasilia después de cruzar horas y horas por un mar de soja. Un mar oscuro, verde y petiso. Llegué un domingo nublado y la primera impresión, la que hoy recuerdo, es que no se parecía a ninguna ciudad que conociese. Era todo cielo Brasilia, demasiado cielo, espacios tan abiertos que, al achicar tu presencia en el mundo, te intimidan; un orden pesado; una simetría autoritaria de inmediata eficiencia. Creí entender rápidamente el mensaje que, por otro lado, me resultaba evidente: quien construyó Brasilia avisaba a la historia y a la humanidad (no menos), desde su amplitud y su racionalidad, que ésa no era una ciudad cualquiera.
Ésa era la capital del imperio.


Brasilia se me presentaba más como una demostración de poder que como una ciudad. O, al menos, como la demostración de una intención de poder.

Sin embargo, tardé unos días en entender. Es cierto que el eje monumental, esa ancha franja de césped cercada por dos avenidas que a todo lo largo de sus 13 kilómetros presenta la explanada de los ministerios, la catedral, el museo, el Palacio Itamaraty, todo acomodado simétricamente, coronados por la plaza de los tres poderes, con las sedes del Poder Ejecutivo –el Palacio del Planalto– el Poder Legislativo –esas dos torres angostas paralelas, con un plato hacia arriba y otro hacia abajo– y el Judicial, todo el Estado convertido en alegoría; es cierto que todo eso aparece como una demostración de poderío, algo así un mazazo simbólico contra la libertad individual.

Pero también están las supermanzanas.

La idea del urbanista Lucio Costa, el arquitecto Oscar Niemeyer y el paisajista Burle Marx prefiguraba un 2000 tan distinto de como fue.

Las supermanzanas son cuatro manzanas de edificios de viviendas de no más de tres pisos que rodean una plaza con árboles y juegos comunitarios. Cada supermanzana tenía escuela para los chicos de esos edificios, club deportivo, espacios colectivos bien lejos de los “amenities” de los nuevos edificios porteños diseñados para extranjeros con dinero. Muy rápidamente los brasilienses dejaron de respetar las ansias de los urbanistas y comenzaron a mezclarse y las supercuadras fueron acomodándose a la idea comercial de zonas de bares, zonas de negocios; la caótica vida desdibujó los planos de planes perfectos.
Y ya no todos fueron iguales.

Brasilia fue el resultado de una promesa. En la campaña electoral de 1955, Juscelino Kubistchek andaba por los pueblitos del interior, como cualquier político, prometiendo cumplir la Constitución hasta sus últimas consecuencias. Llegó, el 4 de abril de 1955, a un lugar perdido en el estado central de Goiás, Jataí, y prometió, claro, respeto a la Constitución. Un votante le dijo entonces que, si leía bien la Constitución, iba a ver que ahí decía que había que llevar la capital de Río de Janeiro al centro del país. Juscelino no perdió su sonrisa sempiterna y contestó: “Haremos la capital tal cual lo exige la Constitución”. Su construcción fue el eje del Plan Metasíntesis, eje de su gobierno, el que prometió adelantar cincuenta años en cinco, el que por su impulso renovador le dio a Juscelino el apodo “Presidente Bossa Nova”, el de la industrialización, el que hizo que se recordara esos años como “los años dorados”.

Nació así, como la llamó André Malraux, la Capital de la Esperanza, una ciudad utópica, sin clases sociales, donde todos fuesen iguales, donde todos fueran hermanos.

Algo así fue su comienzo. Desde todas las partes del Brasil más pobres llegaron los pioneros (retratados en una magistral escultura en la Plaza de los Tres Poderes), buscando trabajo, comida, un lugar en el mundo. Brasilia fue para muchos desarrapados ese lugar en el mundo. Y se mezclaron con los intrépidos del planeta que buscaban lo mismo, entre ellos la argentina Mercedes Urquiza, tataranieta de Urquiza, hoy adorada en Brasilia, casi como “la madre de la ciudad”.

Cincuenta años después, ahora esta semana, el sueño terminó.

Nadie podía imaginar que quien encabezaría el desfile de celebración del medio siglo fuesen Mickey Mouse y el Pato Donald.

Pero es lo que ocurrió.

Oscar Niemeyer, con 102 años, dijo dolorido desde Río de Janeiro al sitio Portal Vermelho: “Es claro que la evolución que tuvo la ciudad me entristece. Brasilia cambió bastante en relación a aquel clima de unión y solidaridad que reinaba en sus tiempos originales, cuando construimos los primeros edificios públicos. Vivíamos en aquella época como una gran familia, sin prejuicios ni desigualdades. Nos unía un ambiente de confraternidad proveniente de una falta de confort igualitaria. Una vez inaugurada Brasilia, llegaron los hombres de dinero y todo se modificó. Nosotros mismos terminamos por volver, gradualmente, a los hábitos y prejuicios de la burguesía que reprobábamos”.
Brasilia como el sueño que no fue.

Y el desfile encabezado por Mickey Mouse y el Pato Donald.

Algo más arruinó lo que podría haber sido una gran fiesta. José Roberto Arruda, gobernador del estado, encabezó una mafia de corrupción que fue tan vista por televisión en todo el país que no tuvieron más remedio que meterlo preso aun siendo gobernador. Fue destituido en prisión.

Quince días antes de los festejos, fue puesto en libertad. La pancarta que más se vio esta semana en los festejos fue “Cincuenta años de Brasilia y para celebrar, soltaron a la pandilla”. La protesta hizo que el presidente Lula decidiera no aparecer por los festejos.

Por esas cosas increíbles que tienen los viajes, aquella vez que fui a Brasilia, la terminé viendo desde un lugar al que poca gente puede acceder. El techo del edificio del Congreso. Estuve en la terraza de uno de esos palitos –espero que revelarlo públicamente no ponga en riesgo al muchacho que gentilmente abrió la puerta del ascensor y permitió que llegara ahí donde sólo van los que tienen que hacer algún trabajo de mantenimiento– que coronan el eje monumental. Estuve en el techo de Brasil y pude ver el sueño y pude ver la pesadilla. Allá a los lejos, el Palacio Alvorada, los lagos que fueron ordenados para el mejor drenaje de la zona, el puente Juscelino Kubistchek –considerado el puente más lindo del mundo– y todo alrededor del Plano Piloto, decenas de ciudades satélites donde nada –nada– de la comodidad de las supercuadras se puede ni siquiera intuir. Pude ver, como dijo Niemeyer “la intolerable división entre pobres y ricos”.

Y ahí arriba, asombrado, me contaron el final de la historia de Juscelino Kubistchek, que vivió en Brasilia muy poco tiempo, ya que al terminar su mandato se fue de la ciudad y después, por orden de la dictadura militar, ya no pudo regresar. Cuentan que una noche de lluvia, casi por casualidad, clandestinamente, volvió a Brasilia, que era ahora la capital del país de los militares y ni el temporal pudo desdibujar las lágrimas en su rostro.

Hoy, sus restos descansan en el Memorial JK, en el extremo opuesto de la Plaza de los Poderes. No sé por qué cuando entré ahí, en una sala de color rojo, con el recuerdo de su sonrisa, lloré un poco. Quizá porque también me había ilusionado con el triunfo de la bossa nova.

NOTA DO BLOG: Esta postagem é dedicada a meu amigo Álvaro Magalhães.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Caça comercial às baleiras pode continuar por 10 anos



Por Deborah Zabarenko

WASHINGTON (Reuters) - Apesar de haver uma proibição mundial, Japão, Noruega e Islândia poderão continuar com a caça comercial limitada às baleias por mais uma década, segundo uma proposta divulgada na quinta-feira pela Comissão Internacional da Baleia.

De 4 mil a 18 mil baleias poderão ser salvas nos próximos 10 anos se for aceita esta solução de compromisso, que estabelece limites mais baixos para os três países baleeiros do que as quotas autoimpostas que ele possuem.

"Pela primeira vez desde a adoção da moratória à caça comercial, nós teremos limites estritos em todas as operações baleeiras, que os países terão de cumprir," afirmou em um comunicado o chileno Cristian Maquieira, presidente da comissão.

Haverá um rigoroso monitoramento da caça e nenhum dos outros 88 países integrantes da Comissão terá permissão para começar a iniciar operações baleeiras durante os dez anos do plano.

O delicado meio ambiente dos oceanos ao sul seria designado como um santuário, mas baleeiros do Japão ainda teriam permissão para caçar um certo número de animais nos mares no entorno da Antártida.

Os Estados Unidos disseram que estudariam o plano, mas acrescentaram que se oporiam a qualquer proposta que levantasse o banimento internacional à caça às baleias, que tem sido rotineiramente descumprido por Japão, Noruega e Islândia.

A Comissão Europeia, que coordena a posição da União Europeia na Comissão, informou que estudaria a proposta com os países membros do bloco e tentaria alcançar uma posição comum antes da próxima rodada de conversações, em Junho.

Segundo um comunicado de Monica Medina, funcionária do Departamento de Comércio que representa os EUA na Comissão, a instituição da moratória sobre a caça comercial de baleias, em 1986, teve um pacto positivo, "mas lacunas nessa legislação" permitiram desde essa época a matança de 35 mil baleias."

(Reportagem adicional de Charlie Dunmore em Bruxelas)

SEM TREVO SEM VOTO

Visite POLAR INERTIA.

Há uma semana, um acidente sofrido pela secretária de Meio Ambiente de Humaitá – a engenheira agrônoma Suelen Seibt – trouxe novamente à tona a indignação da comunidade perante um problema existente há anos: o descaso de governantes com a conclusão das obras no trevo entre a RS 207 e a BR 468 – proximidades da Citresu, em Bom Progresso.

O acidente sofrido pela secretária é mais um dentre tantos que ocorreram no mesmo local. Perante isso, foi idealizado pela jornalista Karine Hasse – e por iniciativa de populares – uma campanha intitulada “SEM TREVO SEM VOTO”, lançada com o objetivo de pressionar o governo para dar conclusão às obras no trecho.

A campanha está sendo aderida por muitas pessoas, ganhando repercussão estadual e tomando proporções jamais imaginadas. Até mesmo uma comunidade na rede de relacionamentos Orkut foi criada, e, em menos de 1 dia, já teve a adesão de mais de 150 pessoas.

O trevo, que está em obras há vários anos, não possui sinalização, e a trafegabilidade apresenta-se em péssimas condições, representando perigo a quem transita pelo local. A ideia é de mobilizar as pessoas da região a não fazerem uso do voto – como forma de protesto – caso os problemas do local não sejam definitivamente sanados.

Região Celeiro

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Los teólogos de la asociación Juan XXIII reclaman la dimisión del Papa


Las comunidades cristianas de base y los teólogos independientes soportan mal el comportamiento de buena parte de la jerarquía católica ante los escándalos de pederastia. Creen que al pecado y delito de encubrimiento en el pasado se añade ahora una actitud de soberbia, e incluso de comprensión o justificación del silencio.

También echan de menos peticiones de perdón a las víctimas y que se castigue a los culpables, canónica y judicialmente. Incluso se alzan voces reclamando que quienes en el Vaticano promovieron las órdenes ahora censuradas asuman sus responsabilidades. Es el caso de la Asociación de Teólogos y Teólogas Juan XXIII, cuya junta directiva ha hecho público hoy un manifiesto pidiendo la dimisión del Papa.

El comunicado de los teólogos empieza expresando su apoyo a la Carta abierta a los obispos católicos de todo el mundo de su colega el profesor Hans Küng, en la que el famoso teólogo suizo considera el actual pontificado una de las ocasiones perdidas en ámbitos eclesiales como el diálogo ecuménico e interreligioso; la reforma de la Iglesia; el ejercicio de la colegialidad; la incorrecta gestión de los abusos sexuales cometidos por obispos, sacerdotes y religiosos católicos en colegios, seminarios o parroquias; el mantenimiento del celibato o la prohibición del acceso de las mujeres al ministerio ordenado. Hans Küng (Sursee, 1928) fue con apenas 30 años perito y asesor del Concilio Vaticano II y coincidió allí con el actual Papa, que ejercía la misma función para el episcopado alemán.

La Asociación de Teólogos y Teólogas Juan XXIII, promovida hace tres décadas por Casiano Floristán, Enrique Miret Magdalena o José María Díez-Alegría, agrupa a medio centenar de conocidos pensadores cristianos, algunos en conflicto con las autoridades doctrinales de la Iglesia romana. Ahora, forman su junta directiva Federico Pastor (presidente); Juan José Tamayo (secretario general); Alfredo Tamayo Ayestarán (vicepresidente); José María Castillo y Máximo García (vocales).

Estas son algunas de sus propuestas, ofrecidas, dicen, "con espíritu constructivo y encaminadas a la transformación evangélica de la Iglesia católica":

Activar el Vaticano II. "Consideramos necesario activar y desarrollar el programa de reforma del concilio Vaticano II, que no se ha puesto debidamente en práctica y que durante el actual pontificado no sólo se ha paralizado, sino que ha ido en dirección contraria, bien sea volviendo a etapas anteriores al mismo, bien interpretándolo de forma conservadora".

Monarquía absoluta. "Creemos que la actual organización de la Iglesia católica es obsoleta y responde más a una monarquía absoluta que al movimiento de Jesús, comunidad de iguales. Nos parece urgente iniciar un proceso de democratización de la Iglesia, con la participación activa de todos los creyentes católicos en la elección de los cargos de responsabilidad dentro de la misma Iglesia. Es importante recordar que, desde los orígenes del cristianismo y durante varios siglos, la Iglesia estuvo organizada y gobernada con la participación del pueblo".

Con los pobres. "Los cristianos y las cristianas, así como todos los dirigentes de la Iglesia, deben ubicarse en el mundo de la marginación y de la exclusión social y optar decididamente por los pobres, actitud que lleva consigo la lucha por la justicia como criterio evangélico por excelencia".

Libertad teológica. "Consideramos de imperiosa necesidad la defensa y el fomento de la libertad de expresión, de investigación y de publicación de los teólogos y la eliminación de la censura eclesiástica, que coarta la libertad de los profesionales de la teología y limita la creatividad".

Derecho de reunión. "Reclamamos que se reconozca la libertad y el derecho de reunión de las comunidades y grupos cristianos, cualquiera que sea su orientación ideológica, y a todos por igual, sin privilegios para algunos, los más afines a la jerarquía, en detrimento de la exclusión de otros".

Pluralismo político. "Pedimos que no se identifique el cristianismo con los programas políticos y las organizaciones religiosas conservadoras, como con frecuencia sucede por parte de la jerarquía, y que se respete el pluralismo político y religioso en la sociedad y en la Iglesia".

Contra las sanciones. "Exigimos que se levanten las sanciones impuestas a los teólogos y teólogas, obispos y sacerdotes motivadas por el ejercicio de la libertad de expresión y por su compromiso con los pobres".

Petición de perdón. "Como demostración del cambio de actitud de la Iglesia católica, consideramos necesaria la petición pública de perdón del Papa por el encubrimiento y complicidad del Vaticano, así como de no pocos episcopados, en los casos de abusos sexuales en los que están implicados obispos, sacerdotes y religiosos".

Contra el silencio. "Pedimos que se derogen de manera inmediata cuantos decretos del Papa y de la curia romana han impuesto silencio durante décadas en los casos de abusos sexuales a menores y han impedido poner dichos casos en manos de la justicia".

Pontificado agotado. "Nos parece que el pontificado de Benedicto XVI está agotado y que el Papa no tiene la edad ni la mentalidad para responder adecuadamente a los graves y urgentes problemas que hoy tiene que afrontar la Iglesia católica. Pedimos por ello, con el debido respeto a la persona del Papa, que presente la dimisión de su cargo".

Mujeres sacerdotes. "Creemos necesario que se facilite el acceso de las mujeres al sacerdocio ordenado en sus diferentes grados, como sucede en la mayoría de las iglesias cristianas, para terminar por fin con siglos de injusta e injustificada discriminación de las mujeres en la Iglesia católica".

Supresión del celibato. "Nos parece igualmente necesaria la supresión del celibato obligatorio para los sacerdotes, medida disciplinar represiva de la sexualidad, que carece de todo fundamento bíblico, teológico e histórico y que no responde a exigencia pastoral alguna".

Por último, los teólogos recuerdan a la jerarquía del catolicismo "que el criterio determinante de conducta, en la Iglesia de Jesucristo, no es la obediencia incondicional al Papa, sino la fidelidad al Evangelio". "En nombre de dicha fidelidad y en actitud de diálogo -señalan-, presentamos estas propuestas".

El País

Califórnia estreia hotel pró cannabis em ano decisivo para legalizar a droga


Los Angeles (EUA), 22 abr (EFE).- Os ativistas a favor da legalização da maconha na Califórnia inauguraram um hotel em Los Angeles onde os consumidores podem fumar cannabis sem se esconder, em mais um passo rumo à normalização do uso da substância.

No final do ano a Califórnia pode se transformar no primeiro estado do país a autorizar a maconha para consumidores maiores de 21 anos e assim equiparar legalmente esta droga ao álcool e ao tabaco.

A mesma iniciativa levou Dennis Perón, um dos estandartes da campanha pela legalização da cannabis, a restaurar um hotel no centro de Los Angeles e transformá-lo no único dos EUA tolerante com o uso da maconha.

A reabertura do estabelecimento aconteceu na noite de terça-feira, coincidindo com a realização do dia mundial da maconha, um dia de festa para os consumidores da substância, que nos próximos meses buscarão convencer os eleitores a despenalizar o hábito.

Em março as autoridades californianas informaram que a iniciativa, chamada "Cannabis Act", tinha obtido as assinaturas suficientes para ser votada em plebiscito, coincidindo com as eleições para governador do dia 2 de novembro.

A iniciativa quer estabelecer um limite legal de posse da droga de 30 gramas por pessoa e permitir o cultivo privado das plantas sempre que a parcela não supere os 2,3 metros quadrados.

Os defensores da proposta apóiam seu discurso nos benefícios terapêuticos da cannabis, argumentam que a planta tem nível de dependência inferior ao tabaco e ao álcool e, sobretudo, a legalização suporia uma importante fonte de renda para os maltratados cofres públicos do estado.

Estima-se que a Califórnia arrecadou mais de US$ 1,3 bilhão ao ano em impostos derivados da comercialização desta substância.

Uma enquete realizada há um ano pelo Oakland EMC Research indicava que 54% dos californianos era propícios a autorizar a maconha, uma percentagem que serviria para validar o "Cannabis Act", mas que não garante a vitória dessa proposta no pleito.

A oposição à legalização da maconha é muito maior no contexto geral do país, onde uma pesquisa publicada esta semana indicava que 55% dos cidadãos rejeitam transformar a maconha em um produto de consumo em massa, uma postura que tem especial aceitação entre as mulheres e os eleitores republicanos.

No caso da "Cannabis Act" sair adiante, a iniciativa entraria em conflito com as leis federais, que proíbem a venda de maconha.

Atualmente, a Califórnia é um dos 14 estados dos Estados Unidos que admitem a maconha para uso médico, uma lista à poderia se unir Dakota do Sul em breve.

Outros dois Estados do Oeste pretendem debater a legalização dessa droga.

Em Washington há uma campanha para submeter a votação em novembro o uso livre da cannabis em adultos e em Nevada há uma proposta para permitir a venda legal de maconha em estabelecimentos autorizados, embora ela não fosse entrar em vigor antes de 2012.

St. Gallen introduz limite para plantação de maconha


Pessoas que cultivam dez ou mais pés de cannabis sativa devem se registrar junto às autoridades.

É tudo uma questão de medida, inclusive também para a maconha, uma planta cultivada há séculos devido à sua utilidade e capacidades terapêuticas. Porém, segundo a Lei de Narcóticos de 1951, quando ela contém mais de 0,3% de uma substância chamada tetraidrocanabinol, também conhecida como THC, sua utilização é ilegal.

Pessoas que plantavam cannabis sativa "reforçada", ou seja, a maconha com um grau de THC mais elevado do que o permitido, podiam até então se desculpar, afirmando que suas plantas não estavam destinadas ao fumo ou não saber da sua proibição.

Fim da brecha legal

Isso acabou, pelo menos no cantão de St. Gallen. "Com o registro obrigatório, o agricultor tem de provar a utilização legal da maconha cultivada, o que facilitará bastante o nosso trabalho", declara o promotor Thomas Hansjakob à swissinfo.ch. "Graças a esse dispositivo, o registro obrigatório, já podemos confiscar e destruir plantas de cannabis sativa sem a necessidade de provar que ela é um narcótico", explica.

O registro obrigatório foi incluído na nova Lei de Saúde do cantão. Ela entrou em vigor no início do ano.

Até então, a necessidade de prova era contrária. As autoridades precisavam documentar que o agricultor estava plantando a maconha com fins ilegais, o que, segundo Hansjakob, era algo em parte difícil.

Pagamentos diretos para plantações de maconha

Já para os agricultores que plantavam cannabis sativa com baixos índices de THC, ou seja, dentro da legalidade, as novas regras não trazem mudanças. "Quem se ocupava de espécies liberadas, já havia registrado no passado as plantas para poder receber subvenções", acrescenta Hansjakob. Apenas o formulário se tornou mais detalhado.

O cantão de St. Gallen não é o único a procurar combater as plantações ilegais de maconha através de registros obrigatórios. Estes existem também nos cantões da Turgóvia, Basiléia campo, Grisões e Lucerna. O governo cantonal de Berna recusou-se implementar uma proibição em 2008.

Plantações em estufa

Segundo as autoridades, nos últimos anos houve um crescimento considerável de plantações de cannabis sativa para a produção de entorpecentes. A maconha como droga leva não é, porém, cultivada ao ar livre, mas sim em estufas no sistema "indoor", ou seja, interno.

Graças à iluminação intensiva e adubos, as flores femininas não fecundadas da maconha têm uma concentração de THC de 20% ou mais.

Renat Künzi, swissinfo.ch
(Adaptação: Alexander Thoele)

Leia o texto completo AQUI.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

FRASES


"Espero que Brasília seja uma cidade de homens felizes: que sintam a vida em toda sua plenitude e fragilidade; e compreendam o valor das coisas simples e puras."

Oscar Niemeyer, Arquiteto.

Nota do Blog: Eu acrescentaria: "homens, que possuam automóveis, felizes".

terça-feira, 20 de abril de 2010

Más razones para regular a los bancos


Algunos de los bancos más grandes del mundo quedaron bajo sospecha por maniobras con valores de baja calidad. El caso le da sustento al gobierno de Obama para avanzar con la intervención estatal en los mercados, resistida por Wall Street.

Wall Street volvió a quedar bajo la lupa por operaciones fraudulentas con activos hipotecarios. Tras presentar una demanda contra Goldman Sachs, la Securities and Exchange Commission (SEC, órgano regulador del mercado estadounidense) investiga las operaciones con valores de baja calidad de algunas de las mayores entidades financieras del mundo. Cuando el mercado inmobiliario comenzaba a desplomarse, a mediados de 2007, varios holdings financieros diseñaron fondos de cobertura que permitieron a sus clientes apostar a un colapso del sector. Por este accionar se está investigando, además de Goldman, a compañías como Deutsche Bank, UBS y Merrill Lynch (comprado por Bank of America). Los temores generados en torno de un nuevo contagio evitaron que los buenos resultados en los balances presentados ayer por las entidades pudieran ser capitalizados en la Bolsa.

En el mercado coinciden en que la situación desatada en Goldman Sachs es “probablemente apenas la punta del iceberg”. La SEC presentó el último viernes ante la Justicia una querella contra este banco de inversión y uno de sus vicepresidentes por fraude en la venta de estructurados financieros con respaldo en deuda hipotecaria. La comisión de valores estadounidense alega que Goldamn Sachs ofreció este tipo de instrumentos sin revelar a los compradores la “apuesta subyacente”, es decir, que ganarían en caso de que se desplomara el sector de bienes raíces. En algunas ocasiones, estos fondos compraron seguros contra ceses de pagos. Estos acuerdos reportaron a estas firmas comisiones superiores a mil millones de dólares.

El caso Goldman Sachs aumentó la presión sobre las entidades financieras estadounidenses. La SEC investiga ahora las operaciones realizadas por algunas de las mayores firmas de Wall Street, similares a las que llevaron a presentar la demanda contra Goldman. Entre los nombres figuran el Deutsche Bank, UBS y Merrill Lynch, según publicó ayer The Wall Street Journal. “Continuamos investigando las prácticas de entidades envueltas en la estructuración de complejos productos financieros vinculados al mercado inmobiliario de Estados Unidos cuando comenzaba a mostrar signos de debilidad”, confirmó el titular de Productos Nuevos y Estructurados de la SEC, Kenneth Lench.

Si la denuncia de la SEC fuera corroborada, otros reguladores iniciarían causas similares en todo el mundo. Por lo pronto, el primer ministro británico, Gordon Brown, solicitó ayer a la comisión de valores comenzar una investigación. El blanco son las denominadas obligaciones de deuda garantizadas (CDO, por sus siglas en inglés). Se trata de valores respaldados por gigantescos paquetes de bonos hipotecarios y por otros activos, que incluyen además complejos derivados cuyo precio se basa en la rentabilidad de esos títulos. Estos activos son los que llevaron a la aseguradora AIG al borde del colapso, debido a que había asegurado unos mil millones de dólares por firmas de Wall Street.

La demanda contra Goldman Sachs coincide además con un nuevo intento del Partido Demócrata en el Congreso para impulsar una amplia reforma de las prácticas de las entidades financieras. Estos bancos fueron asistidos con miles de millones de dólares de fondos públicos para superar la crisis hipotecaria y financiera y, tiempo después, se conoció que utilizaron ese dinero para el pago de comisiones a sus directivos y gastos de esparcimiento de su personal. Los consejeros políticos de presidente Obama están intentando utilizar el caso para avanzar en la reforma en el Congreso.

El mandatario estadounidense recibió durante este fin de semana, de parte de varios internautas, críticas en su página web por continuar ayudando a los bancos y no a los deudores hipotecarios. “Ayuda Presidente: Reforma de Wall Street y creación de trabajos. Primero las familias”, publicaron.

Página/12

GLOBALIZAÇÃO

Surreal Language, de Karley Feaver:

Crise de enxaqueca faz britânica falar com sotaque chinês

Uma mulher britânica está sendo tratada por fonoaudiólogos por ter passado a falar inglês com sotaque chinês depois de sofrer uma grave crise de enxaqueca.

Sarah Colwill, técnica em informática de 35 anos, foi diagnosticada com a chamada Síndrome do Sotaque Estrangeiro, um mal raríssimo que resulta de danos na parte do cérebro que controla a fala e a pronúncia.

O médico John Coleman, especialista em fonética da Universidade de Oxford, que está acompanhando Colwill, disse que, em geral, a síndrome é provocada por derrames ou lesões cerebrais.

Mas ela acredita que seu problema começou após uma fortíssima dor de cabeça, que a obrigou a chamar uma ambulância.

"A telefonista e os paramédicos que me atenderam comentaram que eu estava com um sotaque chinês, apesar de eu nunca ter ido à China e ter vivido toda a minha vida no sul da Inglaterra", contou Cowill a jornais britânicos.

'Frustrante'

Cowill, que mora em Plymouth com o marido e duas enteadas, agora está fazendo tratamento de fonoaudiologia para tentar perder o sotaque chinês e recuperar o seu timbre original.

"Estou falando em um tom muito mais agudo, desafinado. Quando ligo para meus amigos, muitos batem o telefone na minha cara pensando que estou passando trote", afirmou. "É muito frustrante."

"Quero minha voz de volta, mas não sei se vou conseguir", disse.

Especialistas acreditam que existam menos de 20 pessoas em todo o mundo sofrendo do mesmo problema. O primeiro caso registrado foi o de uma mulher atingida durante um bombardeio na Noruega, em 1941, que passou a falar com norueguês com sotaque alemão.

BBC

Nota do Blog: Um amigo me contou algumas vezes o caso de um parente (tio?) brasileiro que passou por uma cirurgia e, quando passou o efeito da anestesia, estava falando castilhano com naturalidade, sem nunca ter falado anteriormente. Sempre achei que fosse ficção, porém agora, como se diz no interior, "me caíram os butiás do bolso".

domingo, 18 de abril de 2010

João Paulo 2 º apoiou elogio a ocultação de abusos, diz cardeal


Por Tom Heneghan

VATICANO (Reuters) - Um ex-cardeal do Vaticano que cumprimentou um bispo francês por ter protegido um padre que cometia abusos sexuais afirmou ter agido com a aprovação do papa João Paulo 2º, informou um jornal espanhol neste sábado.

O cardeal Darío Castrillón Hoyos, que era a autoridade do Vaticano encarregada dos padres de todo o mundo quando elogiou o bispo francês, em 2001, inseriu o papa polonês na controvérsia ao fazer essa declaração durante uma conferência na cidade espanhola de Murcia.

Castrillón Hoyos fez o comentário depois que um porta-voz do Vaticano indiretamente confirmou que uma carta de 2001 para o bispo francês, colocada em um site da França na quinta-feira, era autêntica e provava que o Vaticano estava certo naquele ano ao tornar mais rígidos seus procedimentos sobre casos de abusos sexuais.

Ao invocar João Paulo 2o, Castrillón Hoyos pareceu ter tomado parte em uma sutil disputa de poder no Vaticano sobre quem deve ser responsabilizado por falhas no passado em agir efetivamente nos casos de abusos sexuais, cuja revelação nos últimos meses vem abalando a Igreja.

"Depois de consultar o papa, escrevi uma carta para o bispo cumprimentando-o por ser um modelo de pai que não entrega seus filhos", disse Castrillón Hoyos na conferência de sexta-feira, segundo o diário La Verdad, que informou que ele foi aplaudido por prelados, padres e leigos presentes.

"O Santo Padre me autorizou a enviar esta carta a todos os bispos do mundo e publicá-la na Internet."

Castrillón Hoyos, um colombiano que se aposentou do serviço no Vaticano no ano passado, argumentou em entrevista na semana passada à emissora CNN em Espanhol que suspender temporariamente padres que cometeram abusos e depois silenciosamente transferi-los para outro local não era um encobrimento dos fatos.

A carta de Castrillón Hoyos, escrita em francês, em 2001, elogiava o bispo Pierre Pican, de Bayeux-Lisieux, por não ter denunciado um padre francês, que posteriormente foi sentenciado a 18 anos de prisão por ter estuprado repetidamente um menino e cometido abusos sexuais com dez outros.

Pican, que recebeu pena de prisão de três meses, depois suspensa, por não ter denunciado abusos sexuais de menores, admitiu em corte que manteve o padre René Bissey em trabalho paroquial, apesar de ele ter admitido de modo privado ter cometido atos de pedofilia.

O caso chocou a França e levou os bispos do país a declararem que todos os casos de abusos devem ser levados às autoridades civis.

"Eu lhe cumprimento por não ter denunciado um padre à administração civil", escrevera Castrillón Hoyos na carta a Pican.

Na conferência de Murcia, o cardeal afirmou que Pican não denunciou Bissey porque o padre havia admitido seus pecados no confessionário, onde o segredo é respeitado.

No julgamento, Pican declarou que Bissey admitiu os abusos em uma conversa particular, que não estava sob o benefício da proteção legal.

sábado, 17 de abril de 2010

Frank Zappa - Bobby Brown


COM LEGENDA, PARA VOCÊ ENTENDER MELHOR A LETRA.

ENQUANTO ISSO NO VATICANO...



Daniel Paz & Rudy, para Página/12

HERANÇA MALDITA

Travessia Porto Mauá/Alba Posse. Chegando em Alba Posse.

Visão efêmera no Uruguai

FELIPE DORNELES |fdorneles@correiodopovo.com.br

Quem visitou a cidade de Porto Mauá, na Fronteira-Noroeste do Estado, nesta semana, ou apenas passou pelo local para realizar a travessia de balsa via rio Uruguai, para a cidade argentina de Alba Posse, se deparou com um cenário diferente no rio Uruguai. Com o baixo nível das águas, surgiram bancos de areia no leito do manancial, o que, segundo especialistas, é consequência do impacto ambiental causado pelo mau uso dos recursos naturais pelo homem.

Para a bióloga Elenir Dahmer Linauer, que atua na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), regional de Santa Rosa, podem ser considerados responsáveis pela formação de bancos de areia o assoreamento dos cursos hídricos e problemas de drenagem de banhados. Elenir explica que, apesar de o solo não ser predominantemente arenoso na região, o desmatamento da mata ciliar nas margens do rio facilita o assoreamento. "Hoje este processo conseguiu ser reduzido, e técnicas conseguem evitar com que solos de lavouras sejam levados para as águas. Mas é um problema que ainda existe", afirma. A bióloga ressalta que este cuidado deve ser tomado não apenas no rio Uruguai, mas principalmente em seus afluentes.

Outro fator é a drenagem de banhados, que, segundo a bióloga, funcionam como esponja. "Eles retêm a água da chuva por um período maior e abastecem os rios em época de estiagem", explica. Hoje, muitos banhados foram transformados em lavouras, na beira do rio, perdendo a função de proteção ao meio ambiente.

O cenário no rio Uruguai foi visto durante a semana, quando as águas se encontravam 1 metro abaixo do normal. Ontem, o banco de areia já estava submerso, em consequência da abertura das comportas da barragem de Itá, no estado de Santa Catarina, que interfere diretamente no nível do rio na região.

O grande banco de areia é percebido logo abaixo de uma grande ilha do rio, em Porto Mauá. Conforme o secretário municipal de Agropecuária e Meio Ambiente, Júlio Cesar Rauber, o banco de areia está sendo formado pelo desmoronamento acentuado que ocorre na ilha mais conhecida do município, problema intensificado a cada enchente. "A parte de cima da ilha está desmoronando, e o solo se concentrando logo abaixo, no decorrer da extensão do rio. Como se a ilha estivesse se movimentando", explica o secretário.

As dezenas de árvores da ilha, que diminuem com os constantes vendavais na cidade, auxiliam no desmoronamento das margens. Essa terra, posteriormente, é levada pelas águas das enchentes, que também são frequentes no local. Conforme Rauber, os eucaliptos presentes na ilha são antigos e muito altos. Por isso, sob a ação dos ventos, caem e alteram a estrutura do solo. O município já encaminhou um projeto à Fepam para retirar essas árvores e substituí-las por espécies nativas.

Nota do Blog: Nossos antepassados nos deixaram essa herança maldita. É difícil encontrar no RS, particularmente na Região Noroeste, um rio não poluído ou com seu leito sem acúmulo de terra, areia ou detritos de toda ordem. Reverter essa situação é um grande desafio para as futuras gerações. Será que ainda dá tempo?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Copiar nao é roubar



Visite BLUE BUS.

“El pueblo no acepta cuando no se cumplen las leyes”

Grupo Clarin, exemplo da absurda concentração da mídia:

UNA MULTITUD SE MANIFESTO PARA RECLAMAR LA APLICACION DE LA LEY DE SERVICIOS DE COMUNICACION AUDIOVISUAL

Madres y Abuelas, artistas, funcionarios y dirigentes de organizaciones sociales, partidos y gremios encabezaron la marcha de miles de personas desde el Congreso hasta Tribunales. Masivo rechazo a la suspensión de la norma dispuesta por la Justicia de Mendoza.


Una multitud desbordó ayer por la tarde la plaza Lavalle, frente al Palacio de Justicia de la Nación, para reclamar la aplicación de la Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual, aprobada por amplia mayoría en ambas Cámaras del Congreso entre septiembre y octubre del año pasado y suspendida por la decisión de un tribunal mendocino. Siguiendo la convocatoria realizada por más de 300 organizaciones de todo el país, entre ONG, sindicatos y partidos políticos, y con una fuerte difusión boca a boca y a través de Internet, la marcha que comenzó frente al Congreso de la Nación fue encabezada por las Madres y Abuelas de Plaza de Mayo, legisladores de numerosas fuerzas políticas, funcionarios del gobierno nacional, dirigentes sindicales, periodistas y figuras de la cultura y el espectáculo. Hebe de Bonafini, la encargada de cerrar el acto, llamó a “empujar desde la calle” para defender la nueva norma y agradeció a la Presidenta por haberla impulsado. “Cristina, nos pusiste una ley en nuestras manos y la vamos a defender con nuestra vida si es necesario”, infló pecho.

El sol caía sobre las palmeras de la plaza e iluminaba la fachada del Teatro Colón, que ultima los detalles para volver a abrirse al público. Frente a los Tribunales la gente comenzaba a amontonarse, confundida con abogados, secretarias y che pibes que pululaban por la zona, aún a última hora de la tarde. Mientras tanto llegaban los primeros desprendimientos de la columna principal de la manifestación, con la agrupación Túpac Amaru como vanguardia. Algunos grupos por la calle Libertad, otros por Lavalle. Entre oficinistas recién salidos del trabajo y militantes de base se podía ver a actores como Daniel Fanego y Federico Luppi, periodistas como Eduardo Aliverti y Pedro Brieger, al vocero de la AFA, Ernesto Cherquis Bialo, y a buena parte de la plana mayor de la CTA. Entonces llegaron las Madres, escoltadas por un cortejo de aplausos, y la multitud se abrió para dejarlas pasar hasta el escenario. Ya estaba todo listo para comenzar con el acto.

“Estamos en democracia. Hoy no hay ningún obstáculo para que las leyes se cumplan. El pueblo argentino no acepta cuando no se cumplen las leyes”, advirtió Estela de Carlotto, titular de Abuelas de Plaza de Mayo y encargada de inaugurar la lista de oradores. “Queremos libertad de expresión”, pidió. Concluyó con un llamado a “darse la mano con persistencia, con tozudez y coraje para vencer a los que se interponen al cumplimiento de la ley. Hoy la ley es nuestra, a luchar todos juntos”. Junto a ella, en el escenario estaban el titular de la Autoridad de Aplicación de la nueva ley, Gabriel Mariotto; el secretario de Derechos Humanos de la Nación, Eduardo Luis Duhalde; el director del Sistema Nacional de Medios Públicos, Tristán Bauer, media docena de diputados nacionales y otros personajes públicos que se acercaron a dar su apoyo a la iniciativa, como la actriz Florencia Peña o el guitarrista del grupo de rock El Otro Yo, Cristian Aldana.

Aunque al promediar el acto ya era de noche, la gente seguía sumándose a la marcha y los organizadores festejaban haber superado ampliamente “los 50 mil asistentes”. En el backstage, la dirigente social Milagro Sala parecía Madonna, perseguida por cámaras y fanáticos antes de subir al escenario a dar su discurso. “Apoyo a la TV pública porque gracias a ella nos empezaron a conocer bien –le explicó a Página/12–. Esta ley la defienden en cada pueblo y en cada localidad, porque ellos son los verdaderos beneficiados.” La titular de la organización Tupac Amaru enfrentó al público para pedir “desde las comunidades aborígenes y desde las organizaciones sociales” que se escuche a los que tienen una voz distinta al mensaje hegemónico.

Más tarde, Hugo Yasky, secretario general de la CTA, increpó a “los que pensaban que pagándole a un juez podían frenar la ley”. “Se equivocaron”, les dijo y prometió “seguir en la calle hasta que la ley se aplique”.

A continuación, el diputado Julio Piumato, dirigente del sindicato de trabajadores judiciales, apuntó contra los “jueces serviles ante los poderes monopólicos” y los intimó a “cumplir con la Constitución”. Sus palabras hacían eco a las declaraciones matutinas de Cristina Fernández, que había denunciado la existencia de una “Justicia cautelar” que intenta “defender y proteger intereses minoritarios pero muy poderosos”. La Presidenta, tras un acto en el Banco Nación, había señalado a la prensa que los sectores concentrados de poder “pretenden que siga vigente una ley de la dictadura y con actividades monopólicas”. En ese sentido, Piumato concluyó sosteniendo que “si no hay libertad de expresión ni justicia social, no hay democracia”. Y, luego, el titular del Foro Argentino de Radios Comunitarias (Farco), Néstor Busso, completó: “Defender esta ley es defender la posibilidad de construir un país con Justicia”.

Entonces hubo un breve intervalo musical, a cargo de Ignacio Copani, y después vino el plato fuerte. Hebe de Bonafini dio una de sus habituales arengas sin filtro. “Señores jueces: pongan las bolas donde hay que ponerlas”, exigió, y terminó increpando al tribunal de Mendoza que suspendió la aplicación de la nueva norma. “Si la Justicia no funciona, hay que empujarla desde la calle, desde las manifestaciones y les decimos a los mendocinos que, si es necesario, vamos a hacer una marcha como ésta allá”, avisó la titular de Madres, que incluso desafió a la Corte Suprema. “Les exigimos que voten a nuestro favor. Alguna vez voten para el pueblo, las Madres estamos hartas de la injusticia de ustedes, de esta Suprema Corte, de los jueces corruptos”, dijo Bonafini, que dio final al acto diciendo que “nadie más que el pueblo movilizado puede arrancar esta ley.”

Informe: Nicolás Lantos, para Página/12.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

TUCANIC



Visite Hupper, o SÁTIRO.

Fórum da Liberade oscila entre o fascismo e o delírio


Evento realizado em Porto Alegre reúne pensadores que estão à direita de Adam Smith (ao não reconhecerem a função social da propriedade) e que se aproximam perigosamente de idéias fascistas, quando não descambam simplesmente para o delírio defendendo coisas como, por exemplo, a privatização dos tubarões.

por Marco Aurélio Weissheimer para a Carta Maior

Todos os anos ocorre em Porto Alegre o Fórum da Liberdade,um evento organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE) que ganhou corpo propondo-se a ser uma espécie de contraponto ao Fórum Social Mundial realizado na capital gaúcho. O Fórum da Liberdade filia-se à mesma linha de pensamento do Instituto Millenium. Na abertura do encontro, o governo foi chamado de ladrão, o Estado de inútil e a propriedade colocada no altar sagrado da vida social, acima inclusive dos Direitos Humanos. Seguem dois relatos representativos do tipo de pensamento que vem sendo cultivado entre um setor do empresariado brasileiro, um pensamento que está (muito) à direita de Adam Smith, que se aproxima perigosamente de idéias fascistas, quando não descamba simplesmente para o delírio.

"O povo da América Latina é ignorante"

O presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Luiz Leonardo Fração, desfilou todo seu ideário na abertura da 23ª edição do Fórum da Liberdade, evento promovido pelo IEE. Um breve resumo desse ideário: todo governo é ladrão, os empresários são bons, os direitos humanos não podem se sobrepor ao direito de propriedade, o ideal na vida é trabalhar, produzir e não depender de ninguém. Segundo o jornalista Flávio Ilha, do jornal Zero Hora , Fração foi aplaudido de pé por platéia de aproximadamente mil pessoas. Graduado em Engenharia Civil pela UFRGS, Fração, ao invés de produzir prédios, pontes e estradas (algo que se aproximaria de seu suposto ideal de vida), decidiu se dedicar ao mercado financeiro e atuou na área de auditoria na PricewaterhouseCoopers.

O jovem empresário que não acredita no governo, no Estado e na Constituição brasileira e que não gosta de depender de ninguém na vida considera-se por outro lado uma pessoa humilde e um líder. Como líder gosta que outros dependam dele. Sua receita de liderança é uma combinação de conhecimento e humildade segundo suas próprias palavras ao assumir a presidência do IEE.

Do alto destes valores, Fração diz que a população da América Latina é ignorante, desinformada e não sabe votar. Ele defende essa posição em um artigo intitulado O futuro da América Latina, onde critica os países que não adotaram a opção de trabalhar e não depender de ninguém, senão de si mesmo. Todos, na sua opinião, menos o Chile. Para Fração, o Estado de Direito está condenado pela Justiça Social. Ele escreve:

O que enxergamos hoje na América Latina nada mais é do que o resultado da ignorância de suas populações e da escolha de líderes que buscam o poder para benefício próprio, ludibriando a população desinformada com promessas populistas que nunca são cumpridas por culpa dos "capitalistas sanguinários". Toda vez que se ouve a palavra "social", temos um sinônimo de algo por que pagamos mais do que deveríamos, sem que obtenhamos nada em troca. O futuro da América Latina está perdido nessa palavra. O Estado de Direito está condenado pela "Justiça Social".

Luiz Leonardo Fração é um jovem e humilde empresário que não gosta de depender de ninguém, ama a propriedade acima de tudo e não gosta da ignorância do povo da América Latina. Foi aplaudido de pé no Fórum da Liberdade, encontro que, nesta edição, pretende entender o mundo. Ele, é claro, já entendeu e esteve lá para ensinar. Pena que o povo ignorante e desinformado não estava lá para beber de seu conhecimento e de sua humildade.

Em defesa da privatização dos tubarões

O Fórum da Liberdade trouxe pensadores insólitos a Porto Alegre para tentar entender o mundo. Um deles é Rodrigo Constantino, formado pela Economia na PUC-RJ e membro fundador do Instituto Millenium, convidado para debater sobre socialismo. Constantino é autor de um texto clássico intitulado Patrimônio da humanidade, onde defende a privatização dos tubarões. É isso mesmo,vocês leram direito, a privatização dos tubarões! Constantino apresenta assim o seu ponto:

Por que os tubarões podem estar ameaçados de extinção, mas as vacas dificilmente correm tal risco? Por que é absurdamente raro que uma pessoa lave um carro alugado antes de devolvê-lo? Por que a floresta amazônica anda sendo devastada em ritmo acelerado e sem responsabilidade? Apesar de aparentarem desconexas, essas perguntas estão intimamente ligadas, pois a resposta é a mesma para todas: direito de propriedade privada.

Os tubarões, no meio do oceano, filosofa Constantino, não possuem donos, ao contrário das vacas, com proprietários bem definidos. O pensamento do autor é, sejamos benevolentes, um tanto labiríntico. Logo após introduzir o tema dos tubarões, comparando a situação desses animais com a das vacas, Constantino dá um salto semântico para o mundo dos carros alugados, juntando as pontas depois num looping dialético, se é que vocês me entendem. Ele escreve:

O carro alugado, apesar de ter um dono, não está sendo utilizado por este quando está alugado. E o cliente não lava o carro justamente porque o carro não é dele. Da mesma forma, a floresta amazônica é tão mal tratada e explorada justamente pela ausência de uma propriedade privada bem definida. Espero que a mensagem tenha ficado bastante clara.

Não ficou muito clara, na verdade, mas deu para entender que tubarões devem ser privatizados como as vacas (Constantino não explica como; currais de tubarões nos mares, talvez, ou grandes pastos oceânicos). Não só os tubarões, mas a Amazônia também. Ele explica:

É a propriedade privada que faz florescer um tratamento adequado aos recursos naturais, com base na racionalidade e busca de lucro. Não vamos tratar a Amazônia como um mico-leão dourado. Vamos tratá-la como uma vaca. Quando as coisas têm dono, a própria lei de oferta e demanda, através do preço de mercado, força um tratamento mais racional por parte do proprietário.

Constantino também defende outras teses ousadas como a do comércio de órgãos humanos (tese transplantada de seu guru, o austríaco Ludwig Von Mises). O autor tornou-se uma celebridade no Orkut após ter afirmado que, numa certa região da África, a privatização evitou a extinção dos mamutes. O fato de os mamutes estarem extintos não foi encarada por ele como uma refutação, o que deu origem à comunidade de Refutópolis , em homenagem ao pensamento do autor.

Também foi muito aplaudido no Fórum da Liberdade.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vaticano é alvo de mais críticas por vincular gays à pedofilia


A casa onde o Papa Ratzinger nasceu (acima), localizada na Alemanha, amanheceu hoje pichada com palavras não divulgadas.

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Políticos e grupos representantes de gays condenaram o número dois do Vaticano nesta quarta-feira por dizer que o homossexualismo é uma "patologia" e vinculá-lo diretamente ao abuso sexual de crianças.

As declarações feitas pelo cardeal Tarcisio Bertone durante visita ao Chile, e a controvérsia que desencadearam, fizeram manchetes nos grandes jornais italianos. O Ministério do Exterior francês e alguns blogs católicos que apoiam o papa também condenaram as declarações do cardeal.

À medida que o escândalo em torno do abuso sexual de crianças por parte de padres vem se alastrando, alguns setores da Igreja Católica começaram a pedir uma revisão da norma da Igreja que proíbe os padres de se casarem, dizendo que o casamento lhes permitiria desfrutar de uma vida sexual saudável.

Bertone, o secretário de Estado do Vaticano e que às vezes é chamado de "vice-papa", disse em coletiva de imprensa concedida em Santiago na segunda-feira:

"Muitos psicólogos e psiquiatras já mostraram que não existe vínculo entre o celibato e a pedofilia, mas, me foi dito recentemente, muitos outros já demonstraram que existe uma relação entre homossexualidade e pedofilia."

"Esta (a homossexualidade) é uma patologia que atinge pessoas de todas as categorias, e sacerdotes em grau menor, em termos percentuais", disse ele. "O comportamento dos padres neste caso, o comportamento negativo, é muito sério, é escandaloso."

Ativistas de defesa dos direitos dos gays reagiram com escárnio e ultraje.

"É um absurdo científico. A Organização Mundial da Saúde descreve o homossexualismo como uma variante do comportamento humano. É a pedofilia que é uma patologia, um crime, e não o homossexualismo", disse Franco Grillini, ex-parlamentar que esteve na vanguarda do movimento italiano de defesa dos direitos dos gays.

"Pelo fato de terem seus próprios problemas com a crise dos abusos e de não saberem como lidar com isso, estão tentando transferir sua 'cruz' dos ombros deles para os nossos", disse Grillini à Reuters.

BLOG CATÓLICO CRITICA

O Ministério do Exterior da França disse que foi "uma vinculação inaceitável e que condenamos".

Alguns blogs católicos pró-Vaticano disseram que mais polêmica é a última coisa de que o Vaticano precisa.

"Pedofilia e homossexualismo: Bertone tropeça -- mais uma vez -- sobre os gays", disse um post no "Blog dos Amigos do papa Ratzinger."

O blog disse que agora o papa terá que "limpar a sujeira feita por seu braço direito".

O porta-voz do Vaticano padre Federico Lombardi divulgou um comunicado no qual tentou minimizar a repercussão do incidente.

Ele disse que líderes da Igreja não estavam fazendo "afirmações gerais sobre uma natureza psicológica específica" e mostrou estatísticas da Igreja mostrando que dois terços dos casos de abuso de adolescentes por padres envolviam padres homossexuais.

Um editorial de primeira página no jornal romano de viés esquerdista La Repubblica, intitulado "A Confusão na Igreja", disse que as declarações de Bertone acabarão por "prejudicar mais a própria Igreja, e não os homossexuais".

Bertone também foi criticado pela deputada de direita Alessandra Mussolini, cujo avô, o ditador fascista Benito Mussolini, enviou os gays para o exílio interno.

"Não se pode vincular orientação sexual a pedofilia. O vínculo corre o risco de ser perigosamente enganoso para a proteção das crianças", disse ela.

O ArciLesbica, principal grupo italiano de defesa dos direitos das lésbicas, acusou o Vaticano de usar "declarações violentas e enganosas" para desviar a atenção de seu escândalo de abuso sexual e disse que os pais italianos deveriam estudar a possibilidade de tirar seus filhos de instituições dirigidas pela Igreja.

Em sua audiência semanal geral, o papa Bento 16 não fez nenhuma referência direta à crise enfrentada pela Igreja.

(Reportagem adicional de Crispian Balmer, em Paris, e Simon Gardner, em Santiago)

Troca-Troca inclui transgênicos


Os agricultores gaúchos poderão adquirir sementes de milho transgênico pelo programa Troca-Troca para cultivar a próxima safra. A determinação foi dada ontem em reunião do Conselho de Administração do Feaper, que reuniu lideranças do setor na Secretaria da Agricultura (Seappa).

O secretário interino da Agricultura, Gilmar Tietböhl, destaca que a medida foi solicitada em 2009, mas o conselho havia decidido não incluir porque considerou a semente muito cara. "Incentivamos o produtor a usar cultivares certificadas e de qualidade, por isso, devemos dar possibilidade de escolha." No entanto, o subsídio oferecido terá o mesmo valor firmado para a semente convencional. Atualmente, a saca de semente do tipo híbrido está em torno de R$ 80,00 e o subsídio proporcionado pelo Estado é de R$ 17,50.

Correio do Povo

Secretário de Estado do Vaticano relaciona pedofilia com homossexualidade


O "número dois" do Vaticano nega qualquer relação entre o celibato e a pedofília. Numa conferência de imprensa, no Chile, o cardeal Tarcisio Bertone defendeu antes que há estudos que comprovam que existe uma conexão entre homossexualidade e abusos sexuais de menores. Declarações polémicas que surgem poucos dias antes da visita do Papa a Malta, uma deslocação que está já a ser marcada por protestos.

"Muitos psicólogos e muitos psiquiatras demonstraram que não há qualquer relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros mostraram, como me disseram recentemente, que há uma ligação entre a homossexualidade e pedofilia", disse o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, de visita ao Chile.

O cardeal reforçou, mesmo assim, que os casos de abusos entre o clero são escandalosos e assegurou que o Papa vai anunciar em breve novas medidas para evitar este problema.

O Vaticano divulgou, entretanto, um guia de orientações para os casos de abusos sexuais numa altura que surgem na imprensa novos escândalos a envolver a Igreja.

Na Alemanha um mosteiro da Baviera está sob suspeita por alegados actos pedofilos dos sacerdotes. Já na Austria, um padre católico está indiciado pela posse de pornografia infantil no computador pessoal.

Protestos em Malta

Num país profundamente católico, a visita de Bento XVI, no sábado, é esperada com ansiedade, mas a deslocação está também a ser ensombrada pelos casos de pedofilia - 45 padres estão a ser investigados por suspeita de abusos de menores.

Algumas das vítimas pedem justiça, querem ser recebidas pelo Papa e planeiam uma manifestação para o fim-de-semana.

As autoridades vão reforçar a segurança nas ruas.

SAPO

terça-feira, 13 de abril de 2010

Vaticano elogia os Beatles 40 anos após fim da banda

THE GURITLES:

O Vaticano elogiou os Beatles por ocasião dos 40 anos da dissolução da banda britânica, lembrados neste ano.

Em um artigo intitulado Sete Anos que Abalaram a Música, o jornal do Vaticano L'Osservatore Romano chamou o grupo de "joia preciosa".

O texto lembra que, segundo alguns comentaristas, os Beatles divulgavam mensagens misteriosas, tidas por alguns até como "satânicas".

"É verdade que eles tomaram drogas, viveram uma vida de excessos por causa do seu sucesso, e até disseram que eram mais famosos do que Jesus".

"No entanto, ao ouvir suas canções, tudo isso parece distante e insignificante".

"Eles podem não ser o melhor exemplo da juventude da época, mas não eram, de maneira nenhuma, o pior. Suas belas melodias mudaram a música e continuam a dar prazer", diz o artigo.

Referindo-se à dissolução da banda em abril de 1970, o texto diz que "mais do que expressar tristeza pela separação deles, talvez a questão (a se refletir) deveria ser como a música pop teria sido sem os Beatles."

Surpresa

Os elogios ao grupo britânico podem surpreender muitos católicos, já que a banda chegou a criticar religiões organizadas.

John Lennon causou grande polêmica em 1966 quando disse em uma entrevista à imprensa britânica que os Beatles eram mais populares do que Jesus.

"O cristianismo vai acabar (...) Eu não preciso argumentar, eu estou certo e isso será comprovado. Nós somos mais populares do que Jesus hoje em dia. Eu não sei o que vai acabar primeiro - o rock n' roll ou o cristianismo."

Há dois anos a Igreja Católica perdoou Lennon por este comentário. "A declaração de John Lennon, que provocou tanta indignação nos Estados Unidos, depois de todos estes anos soa como uma bravata de um jovem proletário inglês às voltas com um sucesso inesperado", disse artigo publicado no L'Osservatore Romano em 2008.

BBC

Nota do Blog: Que hora para fazer os elogios... Justamente quando o Papa e a Igreja Católica estão soterrados por denúncias de abusos contra menores de idade.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Extrema direita cresce na Europa


Partidos de extrema direita vêm ganhando cada vez mais espaço nas eleições regionais e nacionais europeias nos últimos meses. Mas até que ponto os europeus se deixam atrair pelo discurso populista?

Nas eleições deste domingo (11/04) na Hungria, pela primeira vez um partido declaradamente de extrema direita conseguiu entrar no parlamento nacional de um país europeu. Na França, a Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen teve resultados significativos nas eleições regionais.

Na Itália, a populista e xenófoba Liga Norte fortificou sua posição e, na Holanda a popularidade do crítico do Islã Geert Wilders aumenta a cada dia. Até que ponto a população da Europa é vulnerável aos apelos populistas, que apresentam soluções aparentemente simples para problemas complexos?

A Europa cresce unida. O espaço Schengen foi ampliado nos últimos anos, chegando até à Islândia e à fronteira com a Ucrânia, sendo que cada vez mais pessoas cruzam as fronteiras internas do bloco. Muitos se veem hoje tanto como europeus quanto como cidadãos de seus Estados nacionais de origem.

Mas os partidos xenófobos e de extrema direita estão ganhando popularidade. Nos últimos meses, têm conseguido ganhos espetaculares em vários países da UE. Como é o caso agora da Hungria, onde Viktor Orban, vencedor das eleições e presidente do conservador Fidesz, se serviu durante a campanha tanto de estereótipos xenófobos como de um discurso eurocético; assim como do recém-formado partido de extrema direita Jobbik, que também apresentou ganhos significativos de eleitorado.

Movimentos têm características distintas

Os movimentos populistas de direita europeus têm características distintas, segundo Wolfgang Kapust, especialista em extremismo da rede pública alemã de rádio e TV Westdeutsche Rundfunk.

"Temos populistas de extrema direita na Escandinávia que protestam contra impostos, temos os nacionalistas na Europa Oriental que tentam ganhar novas identidades com a queda do Muro. Temos características muito diferentes, como o líder francês Jean-Marie Le Pen, ou com o movimento na Áustria que era liderado por Jörg Haider", afirma.

Mas populistas de extrema direita têm em comum a capacidade de instrumentalizar a seu favor os medos dos eleitores em tempos de crise, explica, se aproveitando da insatisfação dos cidadãos e oferecendo respostas simples para problemas complexos, como a situação econômica ou o desemprego. "Eles querem se livrar sobretudo dos estrangeiros e dos 'outros'", afirma.

Dificuldade de cooperação

O fato de esses movimentos se caracterizarem sobretudo pela discriminação de tudo aquilo que é estrangeiro faz com que não consigam colaborar com outras forças similares além das fronteiras dos países em que atuam.

Isso fica claro no Parlamento Europeu. "Tanto extremistas de direita quanto populistas de direita têm seus problemas com o conceito de Europa. Eles lutam contra instituições políticas supranacionais como a UE. Querem manter a identidade de seus próprios países. Paradoxalmente, tentaram formar uma bancada própria no Parlamento Europeu, o que não deu certo, porque as diferenças entre eles eram muito grandes" , afirma Kapust.

Muitas vezes, os pequenos partidos de extrema direita permanecem partidos de protesto e não conseguem participar de uma coalizão. Ao mesmo tempo, exercem pressão sobre os partidos conservadores do centro, os quais não querem perder seus eleitores mais de direita.

Isso pôde ser observado também nas eleições regionais de fevereiro na França, nas quais tanto os socialistas como a Frente Nacional conseguiram um forte ganho de votos, às custas dos conservadores, afirma Elisabeth Cadot, especialista em França da Deutsche Welle.

Decepção com Sarkozy deu votos a Le Pen

Na sua opinião de Cadot, as eleições regionais francesas foram uma oportunidade de eleitores conservadores mais à direita mostrarem a Sarkozy que estão decepcionados com sua política.

"Nas últimas eleições presidenciais, Sarkozy havia tirado eleitores da Frente Nacional, e muitos acreditavam que este partido estava chegando ao fim, só porque Le Pen, com 81 anos, já não era mais tão novo. Mas ele enviou com sucesso sua filha para a campanha e os desapontados com Sarkozy votaram novamente na Frente Nacional", completa Cadot.

Enquanto pequenos partidos radicais muitas vezes desaparecem ao serem atingidos por escândalos de corrupção, grandes agremiações populares de direita menos radicais conseguem sobreviver bem aos escândalos e mantêm a popularidade. É o caso do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que não foi mal nas eleições de março, apesar dos muitos escândalos em que está envolvido.

O próprio partido de Berlusconi teve um resultado um pouco fraco, conseguindo entre 20% e 30%, dependendo da região. Os vencedores, entretanto, não foram seus adversários políticos, mas seus aliados, como a Liga Norte", explica Stefan Köppl, especialista em Itália da Academia para Educação Política de Tutzin. "Além do mais, os eleitores de Berlusconi já conhecem seus escândalos e escapadas há mais de 15 anos e já não deixam de votar nele por causa disso", observa.

Partidos anti-islâmicos visam um diferencial

No espectro da direita populista, os movimentos anti-islâmicos, como o do deputado holandês Geert Wilders, têm um certo diferencial. Wilders, por exemplo, se distancia claramente do antissemitismo ou de estereótipos antimodernos, como os normalmente cultivados pelos partidos de extrema direita, e se apresenta como um expoente da defesa da democracia.

Mas Kapust vê um paralelo entre o holandês e seus congêneres. "Essa tendência vista na Holanda está, certamente, em conexão com a proibição dos minaretes na Suíça e com movimentos similares na Alemanha, também caracterizados pelo anti-islamismo. Há uma conexão, eles cooperam entre si. Cientistas políticos já falam em um 'racismo anti-islâmico' que tenta alimentar o medo e construir um adversário ou inimigo palpável", avalia o especialista.

Autor: Fabian Schmidt (md)
Revisão: Rodrigo Rimon

Deutsche Welle