segunda-feira, 17 de agosto de 2009

SANTA ROSA - V

SOJA:

CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 16 DE AGOSTO DE 2009

Filha lembra a prisão de agrimensor

Filha de um prisioneiro alemão, D.V.E. nasceu e mora em Santa Rosa. Ela lembra, emocionada, do dia em que seu pai foi preso. 'Eu estava em casa com a minha mãe e mais três irmãos, quando os informantes e policiais entraram na nossa residência. Recolheram armas que meu pai guardava, devido à sua profissão. Ele era agrimensor e trabalhava na mata fechada demarcando em extensões de terra. Eles entraram e revistaram tudo. Acabaram recolhendo uma máquina fotográfica, bíblias, livros e papéis de parede com dizeres em língua alemã. Meu pai não estava em casa e quando chegou soube do que aconteceu. Resolveu ir até a delegacia em busca de explicações. Acabou preso e levado à Colônia Penal Agrícola.'
A descendente de alemães diz que nem todos eram radicais. Ela lembra que no dia em que houve ataques a residências, pessoas que foram convidadas pelos policiais para invadir e depredar as casas esconderam-se para não participar dos atos de violência. Segundo D.V.E., no início da década de 1940, alguns dos imigrantes presos em Santa Rosa era encaminhados a Porto Alegre, onde teriam sido vítimas de torturas. 'Hoje ocupo parte do meu tempo lendo sobre a importância que tivemos para o desenvolvimento da região', conclui.

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