segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Excesso de peso de soldados atrapalha ação britânica no Afeganistão, diz jornal


Os esforços do Exército britânico na guerra no Afeganistão podem estar sendo atrapalhados pelo número de soldados com excesso de peso ou simplesmente fora de forma para o combate, segundo reportagem publicada pelo jornal britânico The Observer.

O diário diz ter obtido a cópia de um memorando, enviado para todas as unidades do Exército, que revela que as recomendações e determinações básicas para ajudar os soldados a manter a forma, como a prática de duas horas diárias de exercícios, "não estão sendo seguidas".

O documento destacaria ainda uma preocupação do alto comando com "uma tendência alarmante de obesidade" que está limitando o número de soldados fisicamente capazes de atuar na província de Helmand, uma das frentes do conflito com militantes do Talebã.

O Observer revela que o Exército deve introduzir, em outubro, "medidas de análise da composição corporal", o que ajudaria a "barrar" soldados acima do peso, além de implementar também a obrigatoriedade de no mínimo três sessões semanais de atividade física.

Recorde de mortes

Segundo o jornal, atualmente 3.860 membros das Forças Armadas estão classificados como "incapazes" de serem enviados para a frente de combate, enquanto outros 8.190 têm "capacidade limitada" de serem enviados, por causa de problemas de saúde.

Em uma entrevista ao Observer, o parlamentar conservador Patrick Mercer, ex-diretor de estratégia da Agência de Recrutamento e Treinamento do Exército, disse que as revelações são uma "desgraça". "O Exército está desesperadoramente precisando de mais homens, e é extraordinário que a obesidade seja um problema", afirmou.

Segundo o Ministério da Defesa britânico, desde outubro de 2001, 191 soldados britânicos morreram no Afeganistão - 160 deles em combate.

Entretanto, os últimos anos têm sido mais violentos, com um recorde de 54 mortes apenas no primeiro semestre de 2009.

O governo tem falado em enviar mais soldados para reforças os já 9 mil que estão atuando no Afeganistão - medida que está provocando polêmica no país, diante do número de mortes.

BBC

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