segunda-feira, 31 de março de 2008

Lanzan campaña en la UE para prohibir el "Mosquito"


CRÍTICA DIGITAL:

En Bélgica lanzan hoy una campaña pública contra la utilización en la Unión Europea (UE) del “Mosquito”, el repelente auditivo contra el vandalismo juvenil.

El "Mosquito" emite un pítido graduable y que en su volumen mas bajo sólo es percibido por los oídos de los más jóvenes, desde bebés a veinteañeros.

El ministro de Juventud de Valonia (sur de Bélgica), el socialista Marc Tarabella, presentó hoy la campaña en contra del uso del aparato fabricado la empresa británica Compound Security y que ha vendido ya unos 3.500 aparatos en el Reino Unido bajo la marca "Mosquito", según la organización no gubernamental belga Triangle Rouge.

Los responsables de Triangle Rouge, una organización dedicada a la lucha contra la discriminación, sostienen que el "Mosquito" trata a los jóvenes como "parásitos dañinos" y obedece a "las ideas fascistas más cínicas", por lo que han iniciado una recogida de firmas en su página web para pedir su prohibición.

El producto puede comprarse en internet y ha llegado ya a los mercados holandés, belga y francés, en este último con la denominación comercial "Beethoven". "No sé si el responsable de marketing sabe que Beethoven murió sordo", ironizó hoy Tarabella

El ministro belga se ha sumado a la causa después de que la prensa de su país se haya hecho eco el escándalo originado por la instalación de uno de estos aparatos en Lieja (este de Bélgica), abogó hoy por vetarlo sobre la base del principio de precaución que recoge la legislación de Consumo de la UE, debido a las sospechas sobre su nocividad

Por otro lado, el funcionario declaró que le ha escrito al Gobierno federal belga para pedirle que active el sistema de alerta que permite a un Estado miembro de la UE prevenir al resto sobre la existencia de un producto potencialmente peligroso en el mercado común.

Esta vía, según dijo el funcionario a EFE, puede tardar meses incluso a pesar de que es partidario de la prohibición de la comercialización del producto en Bélgica, esta medida podría no ser efectiva porque según las normas de UE se estaría incurriendo en la obstrucción de la libre circulación de productos dentro de la comunidad, hasta tanto la UE no se expida sobre la peligrosidad del “Mosquito”.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Sul-africanos nadam em rio com crocodilos para ir à escola


Alice Lander
De Kwazulu-Natal, África do Sul (BBC)

Estudantes de um vilarejo na África do Sul são obrigados a cruzar um rio cheio de crocodilos a nado ou em bóias para freqüentar a escola.

Os moradores exigem a construção de uma ponte porque crianças de até 7 anos de idade passaram a ter de cruzar o rio depois que o barco que levava os moradores à outra margem foi roubado.

Nos dias de aula, 150 crianças do vilarejo de Sahlumbe cruzam o rio Tugela nadando e usando bóias de pneus e baldes para manter suas roupas e livros secos. Os mais velhos ajudam os mais novos, que se agarram aos pneus.

Para cruzar o rio com segurança, seria necessário fazer um desvio de 20 quilômetros para chegar à escola.

"Existem cerca de 70 casas daquele lado do rio, mas não existem ônibus e ninguém tem carro", afirmou um dos conselheiros municipais do vilarejo de Kwazulu-Natal.

"Eu me preocupo o tempo todo", afirmou Hlengiwe Mthembu, diretora da escola primária Thuthukani. "Existem animais perigosos lá, principalmente crocodilos."

Cansaço

As crianças geralmente chegam cansadas à aula, com pouca concentração, segundo a diretora.

"Elas ficam na sala de aula tremendo, por causa do frio, e não conseguem estudar bem porque ficam preocupadas com a forma como vão voltar para casa."

"É muito difícil para elas", acrescentou. "Depois de chuvas mais pesadas, o rio fica muito cheio. Podem ser necessários dez minutos para atravessar."

O único hospital da região também fica na outra margem do rio Tugela. Em 2003, uma mulher grávida tentou atravessar o rio a nado e morreu afogada.

Sem escolha

O conselheiro local Sibusiso Nbatha afirmou que a maioria das famílias se mudou para a outra margem do rio há três anos, depois de terem sido retiradas das terras onde viviam.

De acordo com Nbatha, muitos pais não têm escolha a não ser deixar que os alunos atravessem o rio a nado.

"Nem todas as crianças sabem nadar, então algumas vão em cima das bóias ou então seus pais as levam", disse. "O rio é muito fundo para adultos e nem todos eles sabem nadar."

Nbatha afirmou que nem mesmo o barco da comunidade, que foi roubado, era seguro, e pede a construção de uma ponte.

"(O barco) era velho e cheio de buracos", diz. "Havia apenas um barco e era usado por toda a comunidade."

O conselheiro municipal afirma que pede a construção da ponte para o Departamento de Transportes há cinco anos.

"Eles nos deixam esperando", reclama Nbatha. "É muito frustrante, você pode ver a escola do outro lado do rio, mas não pode chegar lá."

quarta-feira, 26 de março de 2008

Bloco de 400 km² se desprende de plataforma de gelo na Antártida


Helen Briggs
Repórter da BBC News para Assuntos Científicos

Um bloco de gelo de pouco mais de 400 km² começou a se desprender da plataforma de Wilkins, na Península Antártida, e a derreter no mar, no que os cientistas dizem ser mais uma evidência do aquecimento global.

A área é equivalene a quase um quarto da cidade de São Paulo (1.523 km², segundo o IBGE).

Imagens por satélite sugerem que uma parte da plataforma de Wilkins, na península que se projeta em direção à Patagônia, iniciou um processo de desintegração e logo poderá desaparecer.

Plataformas são extensões flutuantes do lençol de gelo (com até 4 km de espessura) que cobre a base rochosa da Antártida, segundo o site da British Antarctic Survey (BAS), que monitora a região.

Wilkins, que cobria inicialmente uma área de 16 mil km² (segundo o site da BAS), permaneceu estável pela maior parte do século 20, mas começou a se retrair na década de 90. Houve um desprendimento de blocos de um total de mil km² em 1998, ao longo de alguns meses.

Outras plataformas na mesma área do continente já se perderam nos últimos 30 anos, disse a BAS.

David Vaughan, da BAS, disse: "Eu não esperava ver as coisas acontecerem tão depressa assim. A plataforma está presa por um fio - nós vamos ver nos próximos dias ou semanas que destino terá."

Ao observarem fotos de satélite, os pesquisadores da BAS enviaram um avião de reconhecimento para registrar imagens mais próximas do que estava ocorrendo.

A desintegração foi sinalizada com a formação de um iceberg de 41 km por 2,5 km verificada em 28 de fevereiro. Boa parte da plataforma Wilkins agora está sendo protegida apenas por uma faixa de gelo entre duas ilhas. Pesquisadores receiam que a ausência da plataforma pode expor geleiras no interior do continente e que são formadas por água fresca. Seu derretimento poderia afetar o nível dos oceanos.

Vaughan fez uma previsão em 1993 de que a porção norte da plataforma de Wilkins desapareceria dentro de 30 anos se o aquecimento da Terra continuasse, mas ele disse que isto está acontecendo mais rápido do que esperava.

"Esta não é uma questão de elevação do nível do mar, contudo, é mais uma indicação da mudança do clima na Península Antártida e de como isto está afetando o meio ambiente", disse ele.

Segundo os cientistas, a Península Antártida tem passado por um aquecimento sem precedentes nos últimos 50 anos, de quase 3ºC.

Outros pesquisadores acreditam que a plataforma de Wilkins pode resistir por mais tempo, pois o verão na Antártida - período de derretimento de gelo - está chegando ao fim.

Ted Scambos, do Centro Nacional de Informações sobre Neve e Gelo da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, disse: "Este espetáculo incomum acabou por esta estação. Mas em janeiro próximo nós vamos ver se a Wilkins continuará a se desfazer."

sexta-feira, 21 de março de 2008

A omissão dos cidadãos


Aqui em Porto Alegre estamos acompanhando a Revisão do Plano Diretor da cidade.

Após o grande fiasco que foi a participação da população nas Audiências Públicas, promovidas pela Prefeitura Municipal (veja a página “A Audiência Pública”, acima), a Câmara de Vereadores criou um Fórum de Entidades para que a população pudesse ser mais e melhor informada sobre o que estava sendo discutido e, fundamentalmente, pudesse opinar a respeito.

Imaginava-se uma maciça participação de diversas entidades preocupadas com o futuro da cidade e de seus habitantes.

Infelizmente, isso não ocorreu.

Das cerca de 50 entidades inscritas, apenas a metade delas participa com certa assiduidade nas reuniões do Fórum.

Algumas só aparecem quando o assunto a ser tratado é de seu direto interesse, como no caso da reunião que discutiu a proposta da sub-relatoria “Desenvolvimento Urbano, Estratégias e Modelo Espacial” a cargo do vereador João Antônio Dib. A sub-relatoria propõe o retorno da Zona Rural no município de Porto Alegre, entre outras alterações.

Quando foi marcada a data para que o Fórum votasse seu apoio, ou não, a essa alteração proposta pela sub-relatoria, mais entidades compareceram. Algumas, quem sabe, pela primeira e última vez.

Todos tem dúvidas e deveriam participar do Fórum para exigir maiores esclarecimentos para que possam apresentar emendas ou mesmo demonstrar contrariedade para com o que está sendo proposto.

Mas isso não está acontecendo.Impresso explica como participar do Fórum

Sindicatos, ONGs, Movimentos Sociais e Associações de moradores tradicionais e combativas de Porto Alegre simplesmente não comparecem nas reuniões, mesmo estando inscritos no Fórum. As próprias Entidades do Fórum produziram material de divulgação (folder e cartazete) que foi impresso pela Câmara e está sendo distribuído pela cidade, mas o retorno ainda é muito pequeno.

Mesmo a mesa de trabalhos, que deveria ser composta pelos três vereadores que oficialmente participam do Fórum, raramente tem todos os vereadores presentes, apenas a coordenadora Neuza Canabarro está sempre presente. Os representantes indicados pelas entidades participantes, arquiteto Nestor Nadruz e Paulo Guarnieri se desdobram em comparecer e esclarecer as dúvidas. Ou seja, até na mesa de trabalhos, que deveria ser composta por três vereadores e dois representantes indicados pelas entidades, apenas a vereadora Neuza e os dois representantes das entidades estão costumeiramente participando. Tem omissão até na mesa diretora do Fórum…

Brigamos tanto pelo direito de participar. E agora, o que dizer?

Os sub-relatórios do projeto do PDDUA além do que já foi apresentado e debatido no Fórum, de João Dib , são os seguintes:
- Sistema de Planejamento e da Adequação ao Estatuto da Cidade, vereador Carlos Comassetto (PT);
- Plano Regulador e das Disposições Finais e Transitórias, vereador Bernardino Vendruscolo (PMDB);
- Projetos Especiais do Centro da Cidade e do Cais do Porto, vereadora Maristela Maffei (PCdoB); e
- Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural e Natural da Cidade, vereador Dr. Goulart (PTB).

O texto acima é uma opinião de Cesar Cardia, representante do “Amigos da Gonçalo de Carvalho” no Fórum de Entidades, participante dos movimentos “Porto Alegre Vive” e “VIVA Gasômetro”, além de associado da AMABI.

quarta-feira, 19 de março de 2008

União Européia quer plano de combate às mudanças climáticas ainda em 2008


Os líderes da União Européia (UE) anunciaram que o bloco pretende fechar ainda este ano um cronograma para cortar em 20% a emissão de dióxido de carbono (CO²) até 2020, se comparados aos níveis de 1990. O CO² é um dos gases de efeito estufa, considerados causadores do aquecimento global.

O plano europeu de enfrentamento de mudanças climáticas deve ser apresentado em meados de setembro, de acordo com as informações divulgadas durante o encerramento da Reunião de Cúpula da UE, em Bruxelas (Bélgica).

No texto das conclusões do Conselho Europeu, os líderes dos 27 países do bloco destacam que "em 2008, o desafio consiste em obter resultados" no âmbito das alterações climáticas e da política energética.

De acordo com o primeiro-ministro português, José Sócrates, o bloco está decidido "a fazer o que deve para reduzir emissões e obter um acordo internacional no âmbito das Nações Unidas, com métodos e objetivos bem fixados".

Durante a reunião, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair anunciou que vai dirigir uma campanha internacional contra as mudanças climáticas. Apoiado pelos Estados Unidos, pela União Européia, Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo atual premiê britânico, Gordon Brown, Blair comprometeu-se a elaborar um projeto para diminuir as emissões de dióxido de carbono pela metade, até 2050.

A iniciativa incluirá a América e a China nas estratégias para frear o aquecimento global. Blair apresentará um relatório do projeto na reunião do G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), em julho, no Japão.

Na última quarta-feira (12), o governo britânico anunciou a inclusão de medidas ambientais no orçamento do Reino Unido de 2008. Tarifação extra de combustíveis, subsídios para carros com baixos níveis de poluição e uma lei que definirá taxas para uso de sacos plásticos estão entre as medidas. O governo britânico também espera zerar as emissões de carbono em prédios não-residenciais a partir de 2019.

terça-feira, 18 de março de 2008

Israelense se disfarça de palestina e relata experiência


BBC:

A israelense Liad Kantorowicz, de 30 anos, ativista política formada em estudos do Oriente Médio, resolveu usar a si mesma como cobaia de um experimento sociológico: durante um mês ela circulou em Tel Aviv disfarçada de palestina muçulmana.

Seu objetivo era verificar quais seriam as reações de israelenses, habitantes de Tel Aviv, a uma mulher palestina que estivesse circulando em diversos lugares da cidade normalmente freqüentados apenas por israelenses.

Liad, que relatou a experiência no semanário Ha'ir, de Tel Aviv, disse que foi objeto de várias reações hostis - e que ficou surpresa com a intolerância que encontrou na cidade onde vive.

Durante um mês, Liad saiu de casa todos os dias com a cabeça coberta por um hijab – um lenço que cobre os cabelos e o pescoço, usado freqüentemente por palestinas muçulmanas – e se vestiu de forma “a combinar com o hijab”, ou seja, com roupas bastante conservadoras, segundo as tradições palestinas.

“Meu plano era continuar vivendo a minha vida normal e freqüentar os mesmos lugares que costumo freqüentar, mas usando o hijab, e registrar as reações das pessoas”, disse Liad à BBC Brasil.

“Tambem queria tentar sentir o que sente uma mulher palestina que circula em Tel Aviv”.

Liad imaginava que fosse enfrentar manifestações de racismo. Mas ela conta que ficou chocada com a intensidade das reações negativas.

Durante a experiência, ela circulou nas ruas da cidade, foi ao banco e ao supermercado, almoçou em restaurantes e freqüentou bares e clubes noturnos.

Chegou até a publicar um anúncio na internet, oferecendo um quarto para alugar e recebeu inquilinas potenciais em seu apartamento, sempre vestindo o hijab.

“Uma mulher me telefonou. Conversamos um pouco por telefone, ela ouviu meu sotaque israelense típico e combinamos que viria ver o apartamento”.

“Abri a porta usando o hijab e percebi que ela levou um susto”.

Segundo Liad, a mulher desistiu de alugar o quarto alegando que "não era racista, mas seria difícil morar com alguem tão diferente”.

“Ela quase teve um ataque de histeria e não parava de dizer que não era racista”.

A israelense conta que a potencial inquilina voltou a contactá-la dias depois, afirmando que estaria disposta a alugar o quarto se ela deixasse de usar o hijab e retirasse os cartazes em árabe que ela tinha pendurados nas paredes do apartamento.

Em outra ocasião, Liad combinou um encontro em um restaurante com um amigo, soldado, que chegou vestido com seu uniforme militar.

“Foi um momento bem cômico, nosso encontro causou a maior confusão no restaurante, todas as pessoas pararam de comer quando trocamos beijos e abraços”, relatou Liad.

Para ela, uma das coisas mais difíceis era andar na rua.

“Sentia que todos os olhares se concentravam em mim, e havia muitos olhares hostis”.

Em algumas ocasiões ela conta que chegou a sofrer violência física.

Quando participou em uma manifestação de grupos de esquerda contra o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza, ela diz ter sido agredida por pessoas que passavam na rua.

“Éramos cerca de cem manifestantes, mas eu fui a única que sofreu agressões fisicas, algumas pessoas me empurraram, cuspiram em mim e gritaram ‘desapareça deste país, não queremos vê-la por aqui!’."

De acordo com Liad, o momento mais doloroso da experiência ocorreu em uma boite gay.

“Dava para cortar o ar de tanta tensão, todos os olhares se voltaram para mim quando entrei na boite, que supostamente deve ser um lugar de tolerância”.

Liad diz ter sentido olhares hostis, que claramente diziam que ela não era bem-vinda e dois homens jovens chegaram a agredí-la verbalmente, gritando: "como você ousa usar o símbolo do Islã neste lugar impuro?".

Segundo ela, eram dois gays palestinos, que se faziam passar por israelenses, que quase a agrediram fisicamente.

“Eu os levei para fora (da boite) e expliquei o objetivo da minha experiência. Um deles começou a chorar, acho que o fiz perceber a contradição em que vivia”.

Embora tenha passado por momentos dificeis, Liad não se arrepende da experiência.

“Foi fascinante”, disse, “aprendi muito durante este mês”.

“Com o hijab e as roupas que vesti, estava coberta da cabeça aos pés, mas me senti mais exposta do que nunca a todos os tipos de violência” disse Liad.

“A experiência me fez perceber o quanto eu não sei sobre as mulheres palestinas", afirmou a jovem. "Tentei entrar em um personagem imaginário, mas não posso saber realmente como uma mulher palestina se sente”.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Tribunal de Justiça suspende plantio de eucalipto em município de SP


EcoAgência:

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo suspendeu o plantio de eucalipto no município de São Luiz do Paraitinga, localizado no interior do estado. Por meio de uma liminar do Tribunal de Justiça, a Defensoria proíbe o plantio e replantio da árvore até que seja feito um estudo de impacto ambiental nas áreas. O desrespeito da decisão pode resultar em multa diária de R$ 10 mil.

Segundo o defensor público e autor da ação, Wagner Giron, o eucalipto é responsável por graves danos ambientais e pelo êxodo rural na região.

"Eles [os produtores] não respeitam norma ambiental nenhuma. Plantam as árvores em topos de morro, em matas ciliares, invadindo mananciais e secando cursos d'água. Aqui já houve intoxicação humana, mortandade de peixes e animais. Tudo em virtude desse desrespeito às normas ambientais".

A expansão do eucalipto também é responsável por secar as fontes de água da região. Uma árvore adulta da espécie consome até 30 litros de água por dia.

As empresas Votorantim Celulose e Papel mais a Suzano Papel e Celulose são as responsáveis pelo cultivo do eucalipto geneticamente modificado na região.

Wagner Giron afirma que o plantio da espécie começou na década de 70 e hoje cobre aproximadamente 20% do município. A expansão do cultivo foi feita sem a realização de um estudo de impacto ambiental.

Para denunciar os danos causados pela monocultura de eucalipto, as mulheres da Via Campesina - organização que reúne movimentos sociais dos quatro continentes - realizaram na última semana, uma manifestação na empresa sueco-finlandesa, Stora Enso, no estado do Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Urso é condenado na Macedônia por roubo de mel


Paddy Clark
Da BBC News

O sabor de mel foi tentador demais para um urso na Macedônia, que atacou várias vezes as colméias de um apicultor.

Agora o animal tem ficha na polícia, por ter sido condenado por um tribunal por roubo e danos.

Mas o banco dos réus estava vazio no tribunal da cidade de Bitola, onde o urso foi julgado à revelia.

O caso foi levado à Justiça pelo apicultor irritado depois de um ano de tentar, em vão, proteger suas colméias.

Durante um período, ele conseguiu afugentar o animal com medidas como comprar um gerador e iluminar melhor a área de ataque ou tocar músicas folclóricas sérvias com percussão acentuada.

Mas quando o gerador ficava sem energia e a música acabava, o urso voltava e lá se ía o mel novamente.

"Ele atacou as colméias de novo", disse o apicultor Zoran Kiseloski.

Como o animal não tinha dono e é uma espécie protegida, o tribunal ordenou ao Estado pagar uma indenização por prejuízos causados pela destruição de colméias, no valor de US$ 3,5 mil.

O urso continua à solta em algum lugar da Macedônia.

quinta-feira, 13 de março de 2008

PRIMEIRO MUNDO


Prática do 'sexo por aluguel' expõe crise de moradia na França

Jonny Dymond
Da BBC News

A jornalista Ondine Millot, do francês Libération, levou seis meses para chegar à verdade sobre o lado mais sórdido da crise habitacional francesa.

Uma olhada pelos websites que anunciam imóveis basta. A frase que se procura é "em troca de serviços" – quando um quarto em um apartamento é oferecido, muitas vezes "de graça", em troca de "serviços".

Às vezes o serviço é perfeitamente inocente – limpar o apartamento ou lavar as roupas, uma maneira de reduzir os altos custos de alugar o imóvel.

Mas outras vezes as demandas são sexuais, degradantes, quase perversas.

"Sexo duas vezes por mês", diz um anúncio, direto. Outro procura alguém "aberto de espírito e de outras coisas".

"Apartamento em troca de serviços libertinos", diz um terceiro.

Sexo em troca

Ondine Millot – que normalmente cobre assuntos legais para o Libération – passou seis meses pesquisando estes anúncios e anunciantes para um artigo que expôs o negócio de trocar sexo por teto.

"Me surpreendeu muito que este tipo de coisa acontecesse", ela disse.

"Entramos em contato com muitos homens, fiz algo em torno de 50 ligações. A maioria dos anúncios 'em troca de serviços', em que não se especificava o anúncio, eram homens querendo sexo em troca de moradia."

O problema não está escondido em websites. Basta olhar entre as prateleiras de qualquer banca de jornal média parisiense e entre as biografias das ex-primeiras-damas francesa e americana estará a história extraordinária de Laura D.

Seu livro, Meus Caros Estudos (Mes Chères Études), narra como a jovem anônima deixou o frescor de estudante recém-ingressada na universidade para cair na pobreza e vender seu corpo para pagar o aluguel aos 19 anos.

'Laura', que encontrei no escritório de sua editora, é charmosa, embora terrivelmente preocupada em manter sua identidade secreta, a fim de poupar os pais de saber o que passou com sua filha.

Ela está revoltada. Diz que foi o custo astronômico dos imóveis que a colocou na rua.

"O aluguel superava 70% do meu orçamento", conta Laura. "Vejo minhas amigas, pessoas que eu conheço, todas vivem em lugares insalubres, minúsculos. Ou negociam com proprietários que alugam os quartos e às vezes abusam delas."

Sexo em troca de teto é o extremo de um problema que faz vítimas entre os franceses mais vulneráveis – os jovens e pobres.

O governo admite que a França enfrenta a pior crise habitacional desde o fim da 2ª Guerra Mundial.

Evidentemente, preços exorbitantes de imóveis não são uma exclusividade da França. Mas certas circunstâncias deixaram o mercado imobiliário francês – especialmente o de Paris – travado entre a oferta e a demanda.

Há proporcionalmente muito mais imóveis vazios em Paris que em Londres, por exemplo. Entre a bancarrota e a condição de sem-teto, pessoas vivendo em condições precárias são cada vez menos na capital britânica, e cada vez mais na capital francesa.

Na Grã-Bretanha, normalmente o proprietário ocupa o imóvel. Na França, o aluguel representa um meio de vida.

Protesto

Em uma república que se construiu através dos protestos de rua, não surpreende que uma nova geração de movimentos voltados para a questão da moradia tenha surgido na França.

Com suas manifestações, grupos como Jeudi Noir, Droit au Lodgement e Les Enfants de Don Quichotte conquistaram atenção – mas não concessões políticas, eles dizem.

O Jeudi Noir (Quinta-feira Negra, em tradução livre) é uma espécie de ala guerrilheira do movimento, alfinetando proprietários que buscam 'algo a mais' de seus inquilinos.

O grupo visita e filma apartamentos minúsculos oferecidos por valores exorbitantes.

Les Enfants de Don Quichotte (Os Filhos de Don Quixote, em tradução livre) causou grande constrangimento ao governo francês com uma "dormida ao relento" em massa no ano passado, quando centenas de ativistas e sem-teto passaram a noite em barracas instaladas ao longo do rio Sena, em Paris.

O Droit au Lodgement (Direito à Moradia, em tradução livre), junto com o Jeudi Noir, ocupou um antigo banco justo em frente à velha bolsa de valores de Paris, a poucos quarteirões do Banco da França.

O prédio foi rebatizado de 'Ministério da Crise Habitacional', e agora serve de sede para base e acampamento para o movimento.

As ações destes grupos mantêm o tema na agenda pública. Eles sabem que isto não construirá as milhões de casas de que a França necessita, mas acreditam que, sem pressão sobre os políticos nacionais e locais, a mudança nunca virá.

A ministra francesa da Habitação, Christine Boutin, reconheceu os esforços dos movimentos e disse que já começou a estudar maneiras de melhorar as condições do mercado imobiliário.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Uma em quatro jovens americanas tem DST, diz governo dos EUA

BBC:

Uma em cada quatro adolescentes de 14 a 19 anos de idade apresenta algum tipo de doença sexualmente transmissível (DST) nos Estados Unidos, segundo um estudo do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do governo americano.

Ao todo, o centro estima que cerca de 3,2 milhões de jovens estão infectadas com pelo menos uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns: papilomavirus humano (HPV), clamídia, herpes simples e tricomoníase.

O estudo apresentado na Conferência Nacional de Prevenção de DSTs, em Chicago, mostra que a incidência dessas doenças é bem mais alta entre as adolescentes afro-americanas (48% estão infectadas com pelo menos uma delas) em comparação com as jovens brancas e as de origem mexicana (apenas 20%).

Este foi o primeiro estudo a examinar a prevalência da combinação das DSTs mais comuns entre as adolescentes em todo o país.

A análise foi feita sobre dados coletados pela Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição de 2003 e 2004.

Representatividade nacional

Os autores estudaram informações sobre uma amostra de 838 adolescentes que teriam representatividade nacional.

“Os dados demonstram os significantes riscos para a saúde que as DSTs apresentam para milhões de jovens mulheres neste país a cada ano”, disse Kevin Fenton, diretor do Centro para HIV/AIDS, Hepatite Viral, DSTs e Prevenção de Tuberculose do CDC.

Segundo o estudo, 15% das jovens apresentavam mais de uma infecção. A mais comum era por HPV – vírus associado a verrugas genitais e câncer cervical – encontrado em 18,3% das jovens, e clamídia, encontrado em 3,9% das adolescentes.

“Levando-se em conta que os efeitos das DSTs para as mulheres – da infertilidade ao câncer cervical – são particularmente severos, os exames de rotina para DSTs, vacinas e outras estratégias preventivas para as mulheres sexualmente ativas estão entre as prioridades do setor de saúde pública.”

O centro ainda recomenda a vacinação de meninas de 11 e 12 anos contra o vírus HPV tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer cervical e 6 e 11, responsáveis por quase todas as verrugas genitais.

Os autores notam que a incidência de doenças sexualmente transmissíveis entre as jovens pode ser ainda mais alta, já que não foram realizados exames de sífilis, HIV e gonorréia – mas a prevalência dessas doenças costuma ser baixa nesta faixa etária.

“Os altos índices de infecção de DSTs entre as jovens mulheres, particularmente as jovens afro-americanas, são sinais claros de temos que continuar a desenvolver modos de alcançar aqueles que sofrem maior risco”, disse John M. Douglas, diretor da Divisão de Prevenção das DSTs do CDC.

Ao todo, metade das jovens no estudo disse ter feito sexo. Entre elas, a prevalência das infecções foi de 40%.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças diz que apóia um amplo programa de prevenção, que inclui a abstinência sexual, a monogamia e o uso correto de preservativos entre as pessoas sexualmente ativas para diminuir o risco de contágio.

segunda-feira, 10 de março de 2008

A Hidra online na batalha pela WikiLeaks

CARTA CAPITAL:

Guilherme Felitti

Conhece o WikiLeaks? Confesso que, antes da ação movida pelo banco Julius Baer Bank que culminou no congelamento do seu endereço, nunca havia ouvido falar no serviço. Foi o próprio banco que aproximou o serviço de mim e de outros milhões de usuários.

Basicamente, a WikiLeaks usa a plataforma de compartilhamento de conteúdo Wiki, empregada com amplo sucesso para tornar a Wikipedia uma enciclopédia pública e coletiva, para que documentos confidenciais de empresas ou governos, principalmente os que apontem algum tipo de irregularidade, sejam "vazados" para a internet.

Na Wikipedia, a comunidade controla a qualidade dos verbetes comparando diferentes edições de usuários e, em muitos casos, revertendo alterações que culminem em um verbete menos preciso. A graça da WikiLeaks é exatamente o contrário – o serviço não guarda registro algum do responsável por vazar os documentos, o que faz com que o anonimato confira um tom de denúncia à publicação.

É possível navegar pelo 1,2 milhão de documentos confidenciais, segundo o próprio serviço, pelas biografias dos envolvidos, os perfis de instituições envolvidas em escândalos ou pelos países de origem – o Brasil está lá, minguado de denúncias.

Documentos confidenciais que ligam o Julius Baer Bank a práticas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas em contas nas Ilhas Cayman em nome de seus clientes foram vazados, possivelmente por alguém funcionário do banco, para a WikiLeaks, o que motivou o banco a acionar a Justiça dos Estados Unidos pedindo a interdição do site - qualquer semelhança com o caso YouTube-Cicarelli no Brasil não é mera coincidência.

Na primeira decisão, veio a explosão de popularidade. Se pretendia tirar os documentos do ar e limpar a rede de qualquer vestígio das provas de corrupção, o Julius Baer Bank se viu na situação exatamente oposta. Assim que a decisão da Justiça exigiu que o domínio Wikileaks.org fosse congelado e o nome de seus responsáveis fossem revelados à Justiça, a WikiLeaks começou a experimentar uma explosão de procura motivado pela atenção da mídia que o caso ganhou.

A primeira grande conseqüência foi quase simultânea à ordem judicial. Usuários pelo mundo remontaram a Wikileaks, agora fora do seu domínio original, em versões idênticas às originais rodando em dezenas de servidores – naquele ponto, o serviço já tinha assumido seu lado Hidra.

Só que o Julius Baer Bank não é nem um Hércules. A segunda grande conseqüência veio da mesma corte responsável pela condenação original. Ao retirar todas as imposições judiciais duas semanas mais tarde em um discurso desconcertantemente preciso, o juiz Jeffrey White classificou suas próprias ordens como sem sentido e admitiu que, em razão delas, percebeu-se um "efeito exatamente contrário do pretendido". O PDF com a decisão na íntegra pode ser baixado no Citizen Media Law Project.

Ao tentar impedir que um grupo restrito de usuários (os que já conheciam e acessavam a WikiLeaks) colocassem as mãos nos documentos confidenciais, o banco atraiu a atenção da mídia tradicional e da blogosfera, dando ao serviço de vazamento de dados uma inesperada visibilidade, algo que uma simples consulta ao Google News e o gráfico do serviço de tráfego online Alexa indicam com clareza - perceba o pico de acesso da segunda semana de feveiro em diante.

A bandeira branca subiu três dias após a segunda decisão, que devolveu o domínio e permitiu que a WikiLeaks voltasse a funcionar normalmente, com o Julius Baer Bank desistindo do processo – uma imagem de arquivo sem muito sentido comemora o fim dos problemas judiciais na capa do WikiLeaks, com engravatados levantado os braços em êxtase.

A incapacidade de alguns grupos, sejam eles empresas ou governos, de entender que a internet não é passível de um controle centralizado, como o que uma decisão judicial pretende, decorrem em pataqüadas como a que se envolveu o Julius Baer Group. Ninguém pede a um banco, envolvido até o pescoço em dados confidenciais e informações altamente sigilosas sobre transações financeiras, que abrace a transparência exigida pelo poder da mobilização anônima da internet.

É preciso, porém, ter o mínimo de conhecimento sobre como um meio funciona antes de sair, com a truculência de um touro, contra quem vive ali. Pelos documentos do banco vazados anonimamente, possivelmente os mais acessados da WikiLeaks após o escândalo, independente de onde ela esteja hospedada, dinheiro não vai faltar a instituição para a contratação de alguns consultores.

O Julius Baer Group resolveu jogar pedras no vespeiro e não teve pernas para conseguir correr. Agora, é lembrar-se do caso enquanto se arranca os espinhos do corpo.

Mergulho na América do Sul

BBC:

Na semana em que celebra 70 anos, a BBC Brasil está publicando uma série especial que investiga a relação do Brasil com seus vizinhos sul-americanos e percepção que políticos, especialistas, empresários e a população nas ruas têm dessa relação.

A série levou mais de três meses para ser produzida e envolveu o trabalho de oito repórteres, que visitaram todos os países do subcontinente. O trabalho gerou quase 30 vídeos e dezenas de textos, que estão sendo publicados ao longo desta semana.

Da apuração surge um quadro tão complexo como a própria região, com opiniões diversas, e às vezes oposta, sobre o papel e a posição do Brasil na América do Sul.

Nossa repórter Andrea Wellbaum, por exemplo, mostra que na Argentina a invasão das empresas brasileiras está criando menos gritaria do que a onda de importações da década de 90 gerou.

No Peru, a repórter Márcia Freitas verificou que há uma posição ambígua em relação à estrada interoceânica, que vai ligar a região brasileira da Amazônia ao Pacífico. Para os peruanos, a construção é positiva, mas eles temem que sem resolver problemas políticos, alfandegários e de acordos comercias, a estrada poderá produzir muito menos resultados do que o esperado.

Na isolada Guiana, o repórter Daniel Gallas conferiu como o país está internacionalizando sua parte da Amazônia e como, consumida por crises internas, sua população está de costas para o Brasil.

De todos os países da região, da fronteira com o Paraguai aos escritórios da capital chilena, da Venezuela de Hugo Chávez ao Equador de Rafael Corre, emergem histórias interessantes, curiosas e reveladores sobre como o gigante brasileiro é visto por seus vizinhos.

São essas histórias e reportagens que a BBC Brasil publica nesta semana.

Edson Porto
Editor-chefe

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sexta-feira, 7 de março de 2008

Os onze maiores desmatadores

CARTA CAPITAL:

Autuados pelo Ibama, eles são acusados de derrubar mais de 50,4 mil hectares de floresta amazônica ilegalmente. A área é superior à da capital gaúcha, Porto Alegre, e corresponde a mais de 61 mil campos de futebol, nas maiores dimensões permitidas pela Fifa.

1. Rosana Sorge Xavier. Devastou 9,4 mil hectares no Mato Grosso. É o equivalente a 11,4 mil campos de futebol, quase a área da capital capixaba, Vitória.
2. Margarida Maria Barbosa de Oliveira. Responsável pelo desmate de 6,5 mil hectares no Pará.
3. Mário Quirino da Silveira. Desmatou 5,3 mil hectares no Mato Grosso.
4. João Ismael Vicentini. Derrubou 4,3 mil hectares de floresta em Mato Grosso.
5. Agropecuária Jarinã S/A. A empresa também desmatou uma região com extensão de 4,3 mil hectares no Mato Grosso.
6. Salete Maria Ruaro Aernoudts. Devastou 4 mil hectares de floresta amazônica.
7. Fernando Sampaio Novais. Derrubou 3,5 mil hectares em Mato Grosso.
8. Sebastião Lourenço de Oliveira. Desmatou 3,5 mil hectares no Pará.
9. Jair Roberto Simonato. Responsável pelo desmatamento de 3,4 mil hectares no Mato Grosso.
10. Fernando Conrado da Silva. Devastou 3,3 mil hectares no Pará.
11. Leonidio Benedito das Chagas. Derrubou 2,9 mil hectares de floresta no Mato Grosso.